Segundo
recentes estatísticas, nove em cada dez crianças abandonadas, no Rio de
Janeiro, são filhos de usuários de crack.
Lamentavelmente, a epidemia dessa droga espalhou-se rapidamente, e hoje,
já estamos conhecendo e convivendo com crianças geradas nas “cracolândias”. Alguns
bebês, apresentam sintomas da síndrome da abstinência, como
dificuldades para dormir, agitação e choro frequente. Estas crianças correm risco
de não se desenvolverem adequadamente e
sem dúvida, não são as preferidas pelas famílias que procuram adoção.
A
rapidez dos traficantes deixa as autoridades, sem muitas saídas, para resolver
a questão dos viciados que são abastecidos constantemente. A formação de novos
grupos de doentes é constante e errante.
Essas populações possuem uma “certa” organização e hierarquização,
formando pequenas “famílias”, com relações mantidas através do consumo das
drogas.
A
grande questão social está reacionada à educação e cultura do povo. Não apenas
a educação formal, a que é dada pela escola, mas aquela dos lares, igrejas,
clubes, comunidades e que também é recebida pelos veículos de comunicação.
A
questão maior está acima dos usuários, dos doentes e dos dependentes. O grande
foco está bem além dos pequenos traficantes, é algo muito superior, e que se
utiliza de meios sutis para chegar até os mais jovens das diversas classes
sociais.
O
que vemos nas ruas, as tribos nômades que vagueiam sem destino, é apenas a
ponta do iceberg. A maior pedra de gelo está flutuando em oceanos financeiros, protegida,
abastecida e fortalecida por poderosas e inesgotáveis fontes.
Enquanto,
as famílias não se conscientizarem que se faz necessário à construção de
relações de amor e confiança, em seus lares, e que não basta matricular filhos
em escolas, mesmo as mais caras e de metodologias progressivas, a situação
permanecerá. Os mais pobres vagando pelos becos como zumbis da droga, os mais
ricos, nas festas psicodélicas muitas promovidas em espaços universitários,
onde tudo é permitido, os filhos do crack, continuarão a nascer ou a serem
abortados, dependendo da classe social do usuário.
Edison
Borba
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