terça-feira, 15 de março de 2011

REFLEXÕES

Apesar de todo o avanço tecnológico, os “antigos” arquivos em papel continuam sendo muito importantes na manutenção da nossa memória. Não fosse isso uma grande verdade, as BIBLIOTECAS, deveriam ser desativadas e os LIVROS queimados. Sei que essa afirmação é um exagero, mas todo final de ano, ficamos horas e horas a procurar papéis e documentos acumulados em 365 dias.Quem já não teve o dissabor de ter o seu arquivo eletrônico perdido por um simples apertar de botão? Tenho uma grande dúvida: será que todo o material arquivado; na memória dos computadores, sobrevirão tanto quanto os pergaminhos? Portanto, amigos, deixemos  de lado esse orgulho e essa fantasia de que não temos mais necessidade do papel. Vejam os trabalhos escolares, as provas, os projetos e as teses de Mestrado e Doutorado.
Imaginemos o nosso País, imenso como um continente, sem a TV e  a Internet. Realmente esses dois veículos ajudam a manter a nossa comunicação territorial em dia. Imaginemos o nosso Mundo sem o avanço tecnológico das vias de comunicação.
Mas ... não podemos esquecer a população confinada nas mais distantes terras. No trabalhador do campo, nos pescadores, nos boiadeiros, nos analfabetos entre tantos outros cidadãos que tem no rádio “de pilha” o seu único e fiel companheiro. Ou será que nós acreditamos que em todos os cantos do mundo existe luz elétrica? E que todos os brasileiros, possuem  “lep-top” comprado nas casas Bahia?
Quando surgiram as TVs pensamos no fim dos cinemas. E com os pequenos aparelhos eletrônicos, os rádios já deveriam estar enterrados. Mas um pequeno rádio de pilha faz a diferença na vida de muitas pessoas.
 Haverá sempre  espaço para os livros que nos fazem sonhar e viajar pelos mais incríveis sonhos, e para as  mensagens escritas a mão, colocadas em envelopes, presos a  ramos de flores, com a mensagem “TE AMO”!
Assim é a história!
Edison Borba
  

domingo, 13 de março de 2011

UMA CANÇÃO DE AMOR.

Deixaste o meu coração vazio
Quando calaste a sua voz divina
Uma torrente de paixão
Chamada saudade
Tomou conta do meu coração.
Não existirão mais momentos iguais àqueles
Em que você me acalentava com sua presença.
Escrevi seu nome na fria areia,
Na doce ilusão que poderias voltar.
O mar chegou  tudo apagou
Só nos deixando lágrimas doídas a me rolarem na face
Sua ausência está doendo em mim
Sinto  falta dos tempos dos pardais
E do verde dos quintais
Quando você me trazia uma canção de rosas
Enfeitando a minha noite.
Hoje, sou um velho piano, que não toca mais
Sou um verso jogado num canto
Vivo com a presença da tua ausência
Num eterno acalanto!
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Para ELIZETE CARDOSO - "A Divina"
De: Edison Borba


quinta-feira, 10 de março de 2011

Mulher Brasileira
Índia ou Cabocla? Negra ou  Branca? Mulata ou  Nissei?
Quem é a mulher brasileira?
Guerreira ou  escrava?  Operária ou professora?
Lavadeira ou doutora?  Prostituta ou religiosa?
Católica? Espírita?  Evangélica?  
Quem é a mulher brasileira?
A escritora? A artista?
Quem és mulher brasileira?
A que pede justiça ou criminosa? A que sofre violência?
Juíza, presidente, mendiga ou dona de casa?
Quem és tu criatura mulher?
Uma santa? Uma sobrevivente?
Como te chamas? Qual o seu nome?
És  Anita? Beatriz? Claudemira? Dorotéia?
Serás a Edinalva? Francisca? Genilda ou Heloisa?
Acho que és Ivonete! Jurema, como uma  índia!
Kamille  como as francesas! Lucinalva  nordestina!
Noêmia,  Olyrema, Patrícia, Quirina ou será Renata!
São todas brasileiras, registradas ou não!
Sônias, Tarsilas, Ursulas e Vandas!
Temos as Xuxas que cantam e dançam!
Bonecas sem vida, apenas para exibição!
As walquírias são fortes e as Yolandas rainhas!
As Zulmiras são avós! Em cadeiras de balanço tecem e bordam toalhas!
Mas todas vocês são Marias, como a mãe de Jesus!
----------------------- Edison Borba
                                Pelo dia 8 de março!



terça-feira, 1 de março de 2011

O VÉU A BURCA E A LEI MARIA DA PENHA.


Na história da humanidade, coube a uma mulher chamada Maria, emprestar o seu corpo, para que o filho de Deus pudesse vir a Terra e se fazer homem.
Muitas outras mulheres, Marias ou não, também se destacaram  por seus feitos gloriosos. É comum ouvirmos que ao lado de um grande homem existe sempre uma mulher notável.
Apesar disso, o sexo feminino vem sendo subjugado através do tempo. Sempre coube às mulheres a menor fatia do bolo. O homem, se utilizando, do título de protetor e provedor empurrou a mulher para um segundo plano nas mais variadas culturas, comunidades e sociedades.
A gravidez, é usada  para justificar possíveis demissões ou então a manutenção da trabalhadora  num padrão abaixo dos concedidos aos homens. Alegando diminuição do potencial de trabalho, muitas empresas usam a gravidez como fator de impedimento para o crescimento profissional de suas funcionárias. É possível, encontrarmos diversos mecanismos usados pelos homens, para manterem as mulheres num patamar de subserviência, sendo até capazes de transformar  um símbolo de status  em algo que caracteriza submissão. Usando  a ética e a moral como fatores capazes de explicarem atitudes machistas,  homens invadiram o universo feminino descaracterizando símbolos e transformando o sagrado em profano.
O véu, por exemplo, era uma referência à importância feminina na sociedade. Uma veste habitual entre as mulheres judias que se tornou referência entre as cristãs,  e durante a Idade Média, caracterizava  dignidade. A ignorância masculina violou esse significado, tornando o véu um símbolo de submissão. Esconder o rosto das filhas e esposas, alegando proteção, não passa de uma atitude dominadora. Esse fato, entre outros, encontrados na nossa história, deixa claro as relações injustas e discriminatórias, que se perpetuaram, através dos tempos. Até o Novo Testamento,  onde a Mulher e o Homem são apontados como a Imagem de Deus, e portanto gozando dos mesmos direitos e deveres, vem sendo ignorado.
Os lares que deveriam ser lugares seguros e de parceria, passaram a abrigar discórdias, agressões e violência. Em muitas sociedades, a menina ainda pertence ao pai, que a entrega ao marido através de negócios lucrativos. Contratos de casamento, feitos  na infância, são seguidos sem nenhum questionamento. Aqui no Brasil, garotas são vendidas em nome da pobreza.
Justificando a necessidade de sobrevivência famílias comercializam suas filhas num verdadeiro leilão da “inocência”.
Toda essa seqüência de fatos fez com que um sentimento de culpa se abatesse sobre as mulheres, tornando-as submissas e obedientes num universo essencialmente machista.
Nas atividades profissionais e religiosas, é muito difícil para uma mulher alcançar um cargo de destaque. Mesmo em pleno século XXI, ainda encontramos muitas  que dependem de seus companheiros para sobreviverem.
As tarefas domésticas,  não são vistas como trabalho árduo. Uma mulher que cuidou da casa, do marido e dos filhos, chega ao final de um dia tão desgastada quanto qualquer trabalhador.
Mesmo com o advento da mini-saia, que revolucionou toda uma geração, vestes, como o xador e a burca, são usados, não como uma referência a um tipo de traje feminino característico de uma cultura. Mas, como imposição masculina.
Aqui no Brasil,  encontramos mulheres, que se deixam dominar por seus companheiros, que em nome de uma atitude duvidosamente religiosa, impedem suas companheiras de usarem até produtos de higiene.
Importante destacar, que se uma mulher optar, por sua livre e espontânea vontade,  seguir uma doutrina  que dite como regras o uso de um tipo de vestimenta e o não uso de produtos de beleza e higiene íntima, tratar-se-á de uma opção e portanto deve ser respeitada, mas em caso contrário  é opressão.
Foi necessário, que outra Maria, a da Penha, fosse martirizada, tendo o seu corpo ferido e a sua alma dilacerada, para que nascesse uma nova ordem, através da Lei que recebeu o seu nome.
Atenção machistas! Atenção machões! Agora existem regras legais que estabelecem direitos claros para a mulher.
Fortalecendo o que já existia na Constituição e na Carta dos Direitos Humanos a Lei Maria da Penha chegou para dar um basta à violência. Seja ela  de natureza física,  social,  moral ou  psicológica. Em  todas as formas de agressão existe dor e sofrimento para a vítima, portanto o agressor deve ser punido.
Proibir, coibir, anular, desprezar, desmoralizar, humilhar e  assediar são atos tão graves quanto espancar. A dor na alma ou a dor no corpo não podem acontecer, sob nenhuma alegação!
Mulheres sintam-se livres!
Usem véus, cubram-se com seus mantos, ornem-se de flores, perfumem-se, dancem e cantem para seus amores.
Felizmente ainda existem homens que sabem admirá-las e amá-las como vocês merecem.
                                        Para as mulheres do mundo!                                                                   
                                        Edison Borba.