domingo, 19 de abril de 2020

MOLDANDO-ME!

(por) Edison Borba





Imerso no meu lar, cumprindo conscientemente o isolamento, penso em muitas coisas que estou deixando de fazer e, honestamente algumas não estão me fazendo nenhuma falta. Ao longo do tempo, fui sendo levado por chamativos coloridos, que passaram a ocupar várias horas dos meus dias. À medida que o tempo foi passando, fui ocupando meu tempo, encontrando atividades em meu lar, que eu nem pensava que existissem mais. O interessante nesse contexto é perceber que eu estou gradativamente modificando-me ou até moldando-me. Não um moldar num sentido de ser colocado numa forma, mas adaptando-se às novas condições de vida. Renovando-me! Aos poucos sei que as transformações se fazem presentes em mim. O exercício da paciência, da tolerância, da humildade e da fé, estão me fortalecendo, de tal forma que sinto não ser mais a mesma pessoa. As situações de risco, operam milagres, desde que consigamos encontrar uma luz Divina, no caos que estamos vivendo.

SABOR DE VINHO

(por) Edison Borba




O amor é sentimento capaz de nascer em qualquer idade
Loucos são aqueles que acreditam que o amor só acontece na mocidade
O amor entre os jovens é descoberta, ilusão e algumas vezes passageiro.
O amor maduro, é mais consistente, ele pertence àquela gente
Que já viveu o suficiente para saber sorvê-lo e dosá-lo
Como um vinho que não deve ser apenas bebido e sim saboreado.

Dia 20 de abril - FATOS

(por) Edison Borba





Em 20 de abril de 1745, nascia na França Philipe Pinel
Depois de receber um diploma da faculdade de medicina em Toulouse, estudou mais quatro anos na Faculdade de Medicina de Montpellier. Ele é considerado por muitos o pai da psiquiatria.
Notabilizou-se por ter considerado que os seres humanos que sofriam de perturbações mentais eram doentes e que ao contrário do que acontecia na época, deviam ser chamados de doentes e não tratados de forma violenta. Foi o primeiro médico a tentar descrever e classificar algumas perturbações mentais, demência precoce, indecisão crônica e esquizofrenia.
A obra mais importante escrita por Pinel foi "Traité médico-philosophique sur l’aliénation mentale ou la manie".


CARTÃO É VIDA!


(por) Edison Borba

Na sala do meu pequeno apartamento, exibo com orgulho um televisor de trinta e duas polegadas, comprado nas Casas Bahia, através do meu cartão de crédito, em dez parcelas sem juros. Já liquidei quatro, faltam apenas seis. Que alívio!
Sinto-me um cidadão feliz, sentado no meu sofá de três lugares, coberto por uma linda capa colorida. Esse útil protetor de estofados foi adquirido nas lojas C&A, onde usei meu anjo comprador, o cartão. Custou uma bagatela, dividida em quatro vezes, sem juros. Só a primeira parcela foi liquidada. Hummm! Preocupante!
Deslizo pelo meu “apartamentículo”, e em cada cantinho, uma recordação, uma saudade uma dívida a ser resolvida, uma parcela a ser quitada.
Na cozinha, minha geladeira, orgulhosamente exibe um belo pinguim sobre seu teto. Essa estatueta, foi presente de uma grande amiga, Amelinha, que também é adepta, ou refém, dos cartões. Eu e “Melinha” somos muito unidos, nas alegrias e nas prestações, nos débitos e nos créditos. Compramos nas mesmas lojas! Nossa amizade é tão forte quanto os nossos juros.
Faltam apenas duas prestações para que a Brastemp, seja totalmente minha. Guardo na gaveta o carnê de pagamentos, do Ponto Frio, o bonzão. Conto os dias para não atrasar! Deus há de me ajudar não ter meu nome incluído na lista de maus pagadores. Aleluia!
Sou um cidadão realizado. Pago meu condomínio, com atraso de apenas um mês, porém as contas de luz, gás e telefone estão sempre em dia. Meu plano de saúde (ou será de doença) é resgatado pontualmente. Vai que aconteça ...???? Nem pensar!!!
Sou precavido, com saúde não se brinca. E para me manter sempre saudável tenho liquidificador, espremedor de frutas, cafeteira, torradeira e vários outros utensílios, adquiridos via internet em parcelas, tudo no cartão de crédito. É apenas mais uma dor de cabeça, suavemente suportável!
Estou tentado a adquirir um novo computador, um note book e um tablet para me manter atualizado. Todos os meus amigos já possuem esses incríveis meios de comunicação. Eu não posso ser diferente. Quero me manter em dia com milhares de informações que jorram pelas telinhas destes demônios eletrônicos. Jesus!!!!!
Meus três celulares já estão pagos. Mês passado, liquidei a última parcela. Que felicidade poder ligar e ligar indefinidamente, usando aquele plano de chamadas intermináveis. Graças aos comerciais, entrei num plano sensacional, e agora posso conversar com o mundo! Que maravilha ter amigos na China e na Sibéria.
A conta telefônica? Essa também é interminável, mas sempre arranjo uma forma de manter pequenos e planejados atrasos no pagamento. Deus me ajuda a continuar fazendo ligações!
E assim, vou vivendo de cartão em cartão. De parcela em parcela. De atraso em atraso. Levando sustos, mas sendo um cidadão que não fica parado no tempo. Eu sou um investidor! Sinto-me um empreendedor! Invento desculpas. Crio soluções e mudo de cartões. Isso se chama criatividade, ou será malandragem?
Meus empréstimos reduzem meu magro salário, a um regime cada vez mais cruel. Estamos, eu e ele, tão magrinhos, que qualquer dia, entraremos para o Guiness Book.
Apesar de todas as complicações financeiras, sou feliz! Tenho de um tudo em meu lar. Trabalho a semana toda, e divirto-me nas noites de sexta-feira, estico na Lapa, usando roupas de marca (qualquer marca), pois o importante é acontecer e saber “cartonear”, isto é, usar diversos cartões, pulando de operadora em operadora.
Tenho vários tipos de cartões: crédito, débito, cliente especial e de bancos. Esses deuses de plástico me ajudam a ser um cara descolado e incluído em todos os ambientes desta cidade maravilhosa. Sou aceito por qualquer tribo. Minha carteira está repleta de sonhos. Não dependo das moedas e das cédulas, tenho mais vida e mais opções, graças aos meus cartões.
As dívidas vão rolando e rolando, enquanto em vou enrolando e enrolando.
Bons tempos os de hoje, em que um homem se faz pela quantidade de cartões que possui e a capacidade de driblar as dívidas sem perder o bom humor.
Cartão é vida! Cartão é inclusão! Cartão é charme! 




sábado, 18 de abril de 2020

Dia 19 de abril - FATOS

(por) Edison Borba





Em 19 de abril de 1940, representantes de várias etnias de países como Chile e o México, reuniram-se para o 1º Congresso Indigenista Interamericano. 
celebração do Dia do Índio tem como propósito também a preservação da memória e a reflexão crítica nas universidades, escolas e demais instituições semelhantes sobre o passado da relação de dominação e conquista das civilizações europeias no continente americano. No caso do Brasil, o Dia do Índio foi instituído via decreto-lei, em 1943, pelo então presidente Getúlio Vargas.

QUARENTENA

(por) Edison Borba




       Me acordem quando a quarentena acabar!

UMA BOA LEITURA


(por) Edison Borba


Recebi como presente de aniversário em 2019, um delicioso livro. Saboroso, delicadamente aromático e de conteúdo envolvente. É daqueles livros, que o leitor se apega de tal maneira que não há como deixar a leitura antes da última página.
Francisco Azevedo, autor da obra intitulada “O Arroz de Palma”, vai tecendo uma rede em torno de quem inicia a leitura, provocando emoções de diversas tonalidades. As palavras deslizam pelas páginas nos conduzindo por caminhos trilhados pelos personagens.
Uma história de família, com todos os personagens que estão em nossas casas, e que convivem conosco. Há momentos que nos vemos sentados à mesa, comungando do amor daquele grupo.
Tenho a mania de ler sempre acompanhado de um grande amigo, o lápis, com ele vou rabiscando e delineando trechos, palavras, momentos que me permitirão uma “releitura” dinâmica, para matar saudades do conteúdo da obra. Também, sou o tipo de leitor que abraça o livro, coloca-o no colo, carrega-o na mochila, leva-o para o sofá e também para a cama. Durante o tempo de consumo da história, aquele livro torna-se um amigo inseparável.
Alguns trechos, que transcrevo abaixo, são apenas uma pitada do conteúdo para deixar o leitor desta coluna, com a boca cheia d’água e com uma grande vontade de saborear “O Arroz de Palma”.
>>> ”família é prato que emociona. E a gente chora mesmo. De alegria, de raiva ou de tristeza”.
>>>”tem gente que acredita na receita da família perfeita”.
>>>”família é prato que deve ser servido sempre quente, quentíssimo. Uma família fria é insuportável, impossível de se engolir”.
>>>”receita de família não se copia, se inventa”.
>>>”família é um prato que, quando se acaba, nunca mais se repete”.
>>>”se avô é pai com açúcar, neto é filho com proteína, vitaminas e sais minerais”
>>>”as sensibilidades mudam de geração para geração”
>>>”cada filho é aprendizado, lição de vida”
>>>”em horas de luz, pedido de coração é ordem que a cabeça não discute, cumpre”.
Acredito que estes pedacinhos de texto, deliciosos como pão doce, possam ter aguçado o apetite de quem gosta de saborear uma boa leitura.
Apesar de toda a tecnologia, tão importante para o mundo moderno, os livros continuam a ser um excelente caminho para estimular ideias, ajudar na criatividade, permitir inovações e ajudar na formação de empreendedores, que para se revelarem, precisam de estímulos, e um dos melhores é o literário.
Nesses tempos de "quarentena" vale recorrer aos amigos livros, eles são excelentes companheiros.