quinta-feira, 9 de abril de 2020

INFÂNCIA "SANTA"

(por) Edison Borba


Fiquei a pensar nos tempos de Semana Santa da minha infância. E um filme passou em minha cabeça trazendo personagens que desfilaram, numa incrível sequência familiar. Avós vestidas de preto, rosário nas mãos a rezar Pela casa silenciosa, santos cobertos de roxo. Minha mãe na cozinha, preparando a refeição. Crianças caladas, sem as brincadeiras.Tudo em honra e respeito à Jesus, o Cristo!
Diante da mesa, toda família reunida, meu pai à cabeceira, minhas avós ao seu lado, 
minha mãe, cabelos presos por uma fita escura ocupava o outro lado da mesa, por toalha forrada. Toalha branquinha, tal algodão, tudo em respeito  à  gloriosa Paixão!
À tarde todos reunidos caminhávamos para a igreja. Nenhuma palavra era dita, crianças caminhavam à frente,  sem risadas nem correrias, todos em comunhão, tudo isso em respeito à sexta-feira da Paixão!
Na igreja o pranto  das senhoras piedosas, quebrava o silêncio da multidão que adorava
e velava o corpo de Cristo, coberto por branco véu. As chagas causavam emoção e tristeza no coração infantil das crianças lá de casa. Todos choravam pelo Senhor Jesus Cristo, que sofreu judiação. Foi morto para nos salvar, com sua gloriosa Paixão!
Nossa Senhora das Dores, no peito um punhal cravado, transformava o ambiente em local mais triste ainda, em seu andor transmitia toda a dor que neste mundo era sentida.
A mulher mãe do cordeiro, que fora sacrificado, imolado pelas mãos dos impiedosos soldados, que o pregaram na cruz, deixando-o agonizar até o último suspiro. Antes do anoitecer, e Jesus o Cristo morrer ele agonizando pediu, ao seu Pai, pela humanidade. 
Essa história era contada pelas avós e meus pais, que emocionados choravam, deixando a garotada espantada com tamanha dor.
Senhor! Eles não sabem o que fazem, A eles dou meu sangue e também meu coração. Essa era a frase que terminava a triste história de Jesus.
Depois de visitar o corpo de Cristo na nossa igreja, minha família voltava para casa em oração. O silêncio eram mantido até a última refeição. Tudo isso em respeito à sexta-feira da Paixão!





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