Estamos há dias do início de um dos
eventos esportivos mais esperados no mundo. A Copa de Futebol, que reúne diversos países, lutando
pela conquista do troféu. Pela segunda vez, o evento acontece no Brasil. Em 1950,
em pleno Maracanã, construído para especialmente para o evento, o Brasil se
curvou à força e técnica do Uruguai. Aproximadamente 200 mil pessoas, fizeram
silêncio diante da derrota. O Maracanã, recém construído não foi o palco que os
brasileiros esperavam.
Vieram outras Copas, outros países,
vitórias e derrotas. Alegrias e tristezas. Jogadores endeusados e outros
esquecidos, e na roda do futebol, o evento volta a acontecer no Brasil. Em
outubro de 2007, muitos brasileiros exultaram de alegria, com a escolha do país
para sediar os jogos.
Surgem aqui algumas reflexões:
- a Copa é um problema ou a Copa
trouxe à tona problemas particulares do Brasil?
- nossas dívidas sociais estão relacionadas
aos jogos?
- como a competição aconteceu em
outros países?
- o procedimento dos nossos políticos
e empresários foi modificado pela Copa, ou a Copa permitiu que viesse à tona o
caráter de alguns brasileiros?
- como ficará o país após os jogos?
- quem está verdadeiramente torcendo
contra e / ou a favor do Brasil?
- com a chegada das eleições
democráticas brasileiras, como os candidatos usarão os acontecimentos e
escândalos que envolveram a escolha das cidades e a construção das arenas?
-o resultado final deste evento já
está traçado nas cartas dos “videntes”?
-como estão acontecendo as jogadas nos
bastidores?
-a quem interessa a vitória e / ou a
derrota do Brasil?
São tantos questionamentos envolvendo
a Copa do Mundo de Futebol no Brasil, envolvendo políticos, empresários,
jogadores, redes de comunicação, dólares, euros, reais, dignidade, ética,
moral, eleição, etc ... etc ...
A única que está isenta de tanta “velhacaria”
é a bola!
As informações dos meios de comunicação
são duvidosas e algumas tendenciosas e no meio de tantas loucuras
futebolísticas, está o povo! Diante de tanta confusão, resta aos brasileiros,
vestir a camisa canarinho, torcer, cantar, dançar e
esperar.
Esperar! Este tem sido o verbo mais
conjugado pelos brasileiros, que vivem tal como o Pedro Pedreiro, do Chico
Buarque:
Pedro pedreiro espera o
carnaval
E a sorte grande do bilhete pela federal todo mês
Esperando, esperando, esperando, esperando o sol
Esperando o trem, esperando aumento para o mês que vem
Esperando a festa, esperando a sorte
E a mulher de Pedro está esperando um filho pra esperar também
Pedro pedreiro está esperando a morte
Ou esperando o dia de voltar pro Norte
Pedro não sabe mas talvez no fundo
espere alguma coisa mais linda que o mundo
Maior do que o mar, mas pra que sonhar
se dá o desespero de esperar demais
Esperando o dia de esperar ninguém, esperando enfim, nada mais além
Que a esperança aflita, bendita, infinita do apito de um trem
E a sorte grande do bilhete pela federal todo mês
Esperando, esperando, esperando, esperando o sol
Esperando o trem, esperando aumento para o mês que vem
Esperando a festa, esperando a sorte
E a mulher de Pedro está esperando um filho pra esperar também
Pedro pedreiro está esperando a morte
Ou esperando o dia de voltar pro Norte
Pedro não sabe mas talvez no fundo
espere alguma coisa mais linda que o mundo
Maior do que o mar, mas pra que sonhar
se dá o desespero de esperar demais
Esperando o dia de esperar ninguém, esperando enfim, nada mais além
Que a esperança aflita, bendita, infinita do apito de um trem
Edison Borba