sábado, 31 de maio de 2014

A CULPA É DA COPA?

      Estamos há dias do início de um dos eventos esportivos mais esperados no mundo. A Copa  de Futebol, que reúne diversos países, lutando pela conquista do troféu. Pela segunda vez, o evento acontece no Brasil. Em 1950, em pleno Maracanã, construído para especialmente para o evento, o Brasil se curvou à força e técnica do Uruguai. Aproximadamente 200 mil pessoas, fizeram silêncio diante da derrota. O Maracanã, recém construído não foi o palco que os brasileiros esperavam.
Vieram outras Copas, outros países, vitórias e derrotas. Alegrias e tristezas. Jogadores endeusados e outros esquecidos, e na roda do futebol, o evento volta a acontecer no Brasil. Em outubro de 2007, muitos brasileiros exultaram de alegria, com a escolha do país para sediar os jogos.
Surgem aqui algumas reflexões:
- a Copa é um problema ou a Copa trouxe à tona problemas particulares do Brasil?
- nossas dívidas sociais estão relacionadas aos jogos?
- como a competição aconteceu em outros países?
- o procedimento dos nossos políticos e empresários foi modificado pela Copa, ou a Copa permitiu que viesse à tona o caráter de alguns brasileiros?
- como ficará o país após os jogos?
- quem está verdadeiramente torcendo contra e / ou a favor do Brasil?
- com a chegada das eleições democráticas brasileiras, como os candidatos usarão os acontecimentos e escândalos que envolveram a escolha das cidades e a construção das arenas?
-o resultado final deste evento já está traçado nas cartas dos “videntes”?
-como estão acontecendo as jogadas nos bastidores?
-a quem interessa a vitória e / ou a derrota do Brasil?
São tantos questionamentos envolvendo a Copa do Mundo de Futebol no Brasil, envolvendo políticos, empresários, jogadores, redes de comunicação, dólares, euros, reais, dignidade, ética, moral, eleição, etc ... etc ...
A única que está isenta de tanta “velhacaria” é a bola!
As informações dos meios de comunicação são duvidosas e algumas tendenciosas e no meio de tantas loucuras futebolísticas, está o povo! Diante de tanta confusão, resta aos brasileiros, vestir a camisa canarinho, torcer, cantar, dançar  e  esperar.
Esperar! Este tem sido o verbo mais conjugado pelos brasileiros, que vivem tal como o Pedro Pedreiro, do Chico Buarque:

Pedro pedreiro espera o carnaval
E a sorte grande do bilhete pela federal todo mês
Esperando, esperando, esperando, esperando o sol
Esperando o trem, esperando aumento para o mês que vem
Esperando a festa, esperando a sorte
E a mulher de Pedro está esperando um filho pra esperar também
Pedro pedreiro está esperando a morte
Ou esperando o dia de voltar pro Norte
Pedro não sabe mas talvez no fundo
espere alguma coisa mais linda que o mundo
Maior do que o mar, mas pra que sonhar
se dá o desespero de esperar demais
Esperando o dia de esperar ninguém, esperando
enfim, nada mais além
Que a esperança aflita, bendita, infinita do apito de um trem
Edison Borba

 

 

SUGESTÃO DE NOVELEIRO

        Mais  uma Helena emociona o público com sua dramática vida. Coube a Júlia Lemertz encerrar a lista de Helenas, que teve início com sua mãe, Lilian Lemertz, vivendo a primeira heroína desta lista. Criada por Manoel Carlos nos anos oitenta elas de multiplicaram e diversificaram, emocionando o público.
No folhetim, “Em Família”, o autor trabalha como nas outras novelas o universo familiar. Crise, intriga, doença, amor, ciúme, inveja, violência, preconceito e outros tantos comportamentos humanos podem ser acompanhados pelos fãs da novela.
Como noveleiro, ouso sugerir ao autor um final alternativo, que poderia possibilitar outra história, revivendo o personagem  Helena.
Aproveitando a sociopatia do personagem Laerte, e para colocar mais pimenta na trama, seria interessante que ele engravidasse Luiza, que morreria de parto, deixando para a Helena, sua mãe, uma netinha, que também se chamaria, Helena.
Laerte, poderia também morrer, talvez em um acidente, deixando a Helena, livre para cuidar da neta, que serviria para compensar o filho que ela não conseguiu ter com o vilão galã.
Outra sugestão é unir o Laerte com a Shirley e a cobra e mandá-los tocar flauta nos Himalaias, bem no alto das montanhas.
Os demais personagens encontrarão seus parceiros, independente de gênero e condição social. Haverá casamentos, nascimentos, tudo como o planejado padrão dos finais de novelas. Tudo igual, sem nenhuma novidade. Mas... dizem que o povo gosta, para que mudar???
Apesar das brincadeiras, o público espera que a novela não encerre a saga das Helenas, e que  outra possa renascer como a fênix, que simbolizou o amor nos capítulos de “Em Família”.
Edison Borba

sexta-feira, 30 de maio de 2014

O RETORNO!

Volto cansado para minha casa.
Em passos lentos, vagarosos.
Subo as escadas. Degrau por degrau.
Contando cada passo, milimetricamente.
Nem sei se sofrendo estou ou estou reaprendendo.
Talvez  esteja renascendo!
Um tempo parado, é como vinho em adega,
Ou melhoramos a qualidade ou nos tornamos vinagre.
Caminho como se o mundo estivesse sobre meus ombros.
Amigos seguram minhas mãos e oferecem seus braços.
Mas meu coração ainda está ressentido, magoado, ressecado.
Meu corpo está cansado.
Penso na eternidade do que amo. Penso na minha eternidade.
Agora tenho a certeza que sou  perecível.
O meu “eterno” não passa de um efêmero tempo que se acaba num segundo.
Não sei o que procurar neste novo mundo. Não sei que identidade, exibir.
Quando no leito deitado, despido de todos os bens, tendo meu corpo cortado,
Percebi que só  restavam  lembranças do que  fui e do que ainda era!
Riquezas, prêmios, glórias, aplausos, saberes e dissabores. Nada!  Nada iria restar!
O que me deixou em alerta, foi à curiosidade do que poderia encontrar,
Ao cruzar  a  ponte, levado pelo barqueiro, o condutor do eterno.
Não estou amadurecido, para tal viagem fazer e luto para ficar.
Não aceito ver morrer, minha vida, meus amores. Meus canteiros, minhas flores.
Tudo que construí, em egoísmo insano, ir perdendo a cor, esmaecendo, em funeral.
Não era eu que morria!
Meus desejos ambições, vontades e ilusões  estavam desvanecendo desaparecendo.
Lastimei as perdas, não chorei a morte!
O que fazer sem nada mais para possuir?
O que fazer com a ausência?
Não suportei a dor e então sobrevivi!

Edison Borba

 

 

VERDE E AMARELO


Sou verde amarelo, sou Brasil!
Sou torcedor, sou fanático!
Amo a nossa seleção!
Porém ...
Meu coração, lágrimas derramou
Quando vi a professora,
Linda jovem idealista
Marcada pela polícia!
Apenas porque lutava, por seus alunos queridos.
Foi tratada como lixo, como se fosse do mal.
Que cena chocante do país delirante, pela copa mundial.
Meu choro continuou
Vendo os presos na prisão
Tratados como animais
Provocando reações, das leis dos direitos humanos.
Não consegui sufocar minhas dores e desilusão
Vendo os doentes graves, abandonados em macas,
Nos corredores dos decadentes hospitais,
Sem médicos e sem atenção, entregues à própria sorte,
E a espera da morte!
Todos os dias eu choro, diante da situação brasileira:
Assassinatos, latrocínios, assaltos e balas perdidas.
Cidadãos tombam na luta que o bem trava com o mal
Soluço diante do medo e da insegurança total.
Mas sou brasileiro aguerrido
Já estou todo vestido de verde amarelo, nacional!
Imagino os nossos jogadores com a bela taça na mão.
Tudo lindo, maravilhoso, mas  não estou,  orgulhoso!
Não fosse o esgoto fétido que corre pelas ruas de muitas  comunidades
Não fosse o desmatamento e a forte poluição
Não fosse o preconceito e as diferenças sociais
A falta de moradia e de educação adequada,
Tudo ficaria mais lindo e o hexa seria bem vindo!
Vou  torcer pela vitória, da seleção brasileira
Que se trouxer  o troféu, infelizmente , lamento,
Em poucos minutos, não passará de “besteira”
Apenas um objeto, uma enorme ilusão.
Voltaremos à miséria, a fome e a solidão de um país isolado,
Sitiado e aprisionado por tanta corrupção.
AGORA SOMOS UM SÓ! SERÁ?

Edison Borba

 

Edison Borba

quinta-feira, 29 de maio de 2014

AGRADECIMENTO

Agradeço a Deus, ao Mestre Jesus e a todas as Forças Universais pela oportunidade que me deram de rever conceitos, estar com amigos, reencontrar pessoas queridas e valorizar o bem mais supremo que recebemos – a vida.
Nos dias 20, 21 e 22 de maio, quando fui submetido a uma intervenção cirúrgica, tive a oportunidade de reavaliar meus conceitos e agradecer por tudo que tenho e ainda terei na minha existência, principalmente os bens espirituais e afetivos.
Agradeço a todos que rezaram, escreveram, enviaram mensagens pelos diversos caminhos da comunicação, preocupando-se comigo, dando-me forças e energia para continuar a trilhar o meu caminho terreno.
Obrigado meu Deus, por permitir que eu reconsiderasse algumas atitudes e pensamentos e renascesse.
Obrigado à Equipe de Funcionários da Casa de Saúde Santa Lúcia, situada no bairro do Humaitá, Rio de Janeiro, pelo bom atendimento e carinho.
Agradeço ao Doutor Rogélio Gonzales, pela firmeza, força e cuidados. Tenho certeza que suas mãos abençoadas continuarão por muito tempo a serviço dos que necessitam  recuperar a saúde.
Queridos, mais uma vez obrigado! Não tenho tantos amigos como o Roberto Carlos, mas sou abençoado pelos que tenho!
Muito carinho a todos!
Abraços fraternos do Edison Borba

quinta-feira, 15 de maio de 2014

DIAS DE CÃO


           Costuma-se dizer que um dia é de cão, quando “coisas” fora do comum acontecem. Geralmente são dias difíceis, complicados e muitas vezes trágicos. Apesar dos cães serem considerados os maiores amigos do homem, os dias em que ele surge como estrelas, não são necessariamente os melhores para a nossa vida.
Nos anos setenta Al Pacino, protagonizou um delicioso filme chamado “Um Dia de Cão”. A história envolve um cidadão comum que, em pareceria com um amigo planeja assaltar um banco. Porém, tudo sai errado e o que era para ser apenas um simples roubo  no bairro do Brooklyn, transforma-se num divertido e emocionante “dia de cão”. Filme divertido e comovente foi baseado numa história real, marcou época nos cinemas do mundo.
Os dias de cão, na realidade, estão sempre acontecendo, ou particularmente para um indivíduo  ou então para grupos e até para sociedade em geral.
Hoje, 15 de maio de 2014, alguns estados do Brasil, estão tendo o seu dia canino. Vários grupos programaram manifestações, passeatas, greves e movimentos que prometem fazer deste dia 15 um dia de muitos cães.
Pela manhã, em São Paulo,  passeatas, provocaram um enorme engarrafamento. Em Pernambuco, a greve dos policiais, abriu espaço para que saqueadores e baderneiros provocassem invasões e saques no comércio. No Rio de Janeiro, além de algumas greves, estão previstos movimentos no centro da cidade. Em outros estados, também os canis foram abertos, prometendo um dia de muitos cães para mais de cinquenta cidades.
A mola propulsora destas manifestações é a corrupção que envolveu e envolve as atividades da Copa do Mundo de Futebol.
Infelizmente, o que poderia ser uma grande festa, transformou-se num mar de lama que inundou todo o país. Além da construção desnecessária de arenas monstruosas, que ficarão abandonadas após os jogos, o alto custo de cada uma delas e o desvio de verbas foi escancaradamente acompanhado por todo o povo.
É triste sabermos que após as festas, os brasileiros continuarão a viver dias de cão, nas filas dos hospitais, no meio das balas perdidas, nas escolas maltratadas, na insegurança das ruas, durante as chuvas  e nos tantos outros dias, semanas e anos que nem os cães, merecem ter.
Edison Borba

quarta-feira, 14 de maio de 2014

BELEZA MENTAL

          Vivemos um momento em que a beleza corporal é o cartão de visitas da espécie humana. As academias, os salões de beleza e outros ambientes que atuam na área da estética física, ganham cada vez mais, força e dinheiro.


O corpo do ser humano cheira mal, por este motivo, precisamos cuidar dele diariamente.  Acordamos e automaticamente, nosso cérebro nos conduz para uma série de atividades. Lavamos o rosto, escovamos os dentes, tomamos banho, cuidamos dos cabelos, cortamos as unhas num ritual de beleza, que acontece naturalmente. Usamos desodorantes específicos para as diversas áreas corporais, perfumes, loções e outros artifícios que ajudam a disfarçar nossos odores. Escolhemos as roupas mais confortáveis e compatíveis com os nossos compromissos. Tudo isto deve ser feito, principalmente para que a saúde seja preservada, porém, o excessivo “cuidado” com  a imagem tem acontecido muito mais para atender a vaidade pessoal e para  cumprir rituais exigidos pela sociedade do que pela saúde. A tirania do espelho implantou-se em nossa sociedade e, está cada vez mais difícil fugir dela.
O cérebro,  que é o nosso guardião, vem sendo tratado de  maneira inadequada, e por isto,  está diminuindo o seu tempo de vida útil. Cada vez mais, jovens, em idade produtiva, estão dando sinais de cansaço e de perda de potencial criativo.
A beleza mental não tem sido uma preocupação da maioria das pessoas. Não escolhemos produtos para o nosso cérebro, com o mesmo cuidado que optamos por sabonetes, cremes,  perfumes  dentre outros materiais para a beleza corporal.
O cérebro humano vem sendo desprezado pelo seu próprio dono e submetido a um regime enlouquecido de informações. Vivemos pendurados em fones e telefones, usamos energéticos, optamos por sons altíssimos e por comidas pouco saudáveis. Trocamos a água pura por bebidas alcoólicas.
As boas leituras deixaram de ser prioridade,  usamos energéticos e outros produtos para aumentar a produtividade cerebral. O cérebro humano recebe diariamente um milhão de informações desnecessárias transformando-se em lixo mental.
O tempo para meditação desapareceu das nossas agendas. Momentos de reflexão estão cada vez mais distantes do nosso dia-a-dia. A paz individual tornou-se rara.
 O estresse é considerado um grande problema social. Acompanhado do medo, da insegurança e da síndrome do pânico, problemas que começaram a aparecer nas crianças e jovens.
A bioquímica cerebral não resistirá  muito tempo. Portanto, vamos cuidar da nossa higiene mental. Vamos cuidar da  beleza cerebral, buscando atividades que possam dar ao nosso sistema nervoso, momentos de relaxamento e prazer.
Boas leituras,  boas músicas, boas companhias, boas palavras, bons ambientes aliadas a melhoria da qualidade do sono, alimentação e água, são excelentes para mantermos nosso cérebro em bom funcionamento.
Somos o que pensamos e o que guardamos em nossa memória.
É apenas uma questão de escolha
Edison Borba

terça-feira, 13 de maio de 2014

PRETOS VELHOS - 13 DE MAIO NO BRASIL

     Entre as muitas heranças que recebemos do continente africano, foi à religiosidade,  uma das mais belas . Mesmo aqueles que não professam  o espiritismo umbandista ou, o candomblé, mas que é capaz de amar incondicionalmente, acreditar no bem estar da humanidade, ser paciente, gostar de crianças e ser feliz ao abraçar carinhosamente todos sem nenhum preconceito, está de alguma forma expressando a bondade dos orixás conhecidos como Pretos Velhos.

Representados por mulheres e homens, trazidos da África e escravizados no Brasil e, por mais crueldade que recebessem dos senhores, mantiveram a sua fé na vida, a sabedoria de seus ancestrais, o conhecimento de sua pátria, a simplicidade dos sábios, a humildade dos fortes e a benevolência dos iluminados. Aqui envelheceram e morreram como escravos. Suas iluminadas almas são cultuadas como os orixás de alta elevação espiritual. Sempre prontos a aconselhar, abraçar e orientar. Eles usam de sua sabedoria africana para tratar os necessitados com  ervas, chás, infusões e mais que tudo paciência e amor ao próximo.
Os pretos velhos são entidades iluminadas e sempre prontas à prática do bem. Neste, 13 de maio, quando se comemora a extinção da escravidão negra no Brasil, também é dedicado a Pai Anastácio, Mãe Cambinda, Pai José de Angola, Vovó Maria Conga, Pai Francisco, Vovó Joana, Pai Benedito e todos os grandes orixás que fazem parte desta grande família que forma a falange dos Pretos Velhos.
Se a humanidade conseguisse reproduzir a vontade dos Pretos Velhos, não haveria tanta injustiça, violência, crimes, mentiras, injúrias, calúnias, traição e crimes em nosso planeta.
A fé verdadeira e pura, não tem cor e nem raça. Não possui templos de ouro e nem de prata. Não tem luxo nem luxúria. A fé verdadeira pode ser sentida nos pretos velhos, capazes de guiar a humanidade para a mais pura transformação e evolução espiritual. Eles, que aparentemente  nada possuem para doar, são capazes de preencherem nossas vidas do mais puro e simples amor, comparado apenas com o que nos deixou o Mestre dos Mestres – Jesus.
Edison Borba

13 DE MAIO, NO BRASIL!

           Neste dia, no ano de 1888, no Brasil, foi assinada a Lei Áurea. A princesa Isabel, filha de Pedro II, com este ato, tirava do Brasil uma terrível mancha social. A escravidão negra  estava definitivamente abolida (??!!).
Porém, apesar da assinatura de um documento, há mais de cem anos, muitos brasileiros ainda estão presos à escravidão:
>do medo e da insegurança;




>do analfabetismo total e social;
>do preconceito racial, social, sexual e religioso;
>da dengue e outras doenças causadas por falta de saneamento;
>da corrupção e desvio de verbas dos cofres públicos;
>das greves, que continuam a ser uma das saídas pela conquista de melhores condições de trabalho;
>de uma educação e saúde pública de má qualidade;
>E  também continua escravo de opiniões trágicas como:
>> a do senhor Maurício Guimarães, que ao comentar sobre o atraso das obras no estado de MT: “o turista vai vir para cá pela festa, não para ver viaduto ou trincheira”;
>>Ronaldo, o fenômeno: “não se faz copa do mundo com hospitais”;
      Apesar de tudo isso, temos que celebrar 13 de maio como um dia de luta. Não podemos esquecer que foi pelas mãos da Redentora que muitas mudanças foram acontecendo.
      As datas servem para lembrar que a História é escrita por nós, os cidadãos, que trabalham, lutam diariamente para manter a engrenagem de uma nação funcionando e que tem o direito democrático eleger seus representantes.
      Não podemos esquecer um dia, perdido no calendário, mas que nos lembramos até hoje, quando Pelé, o rei do futebol, afirmou: “ - brasileiro não sabe votar!”
      Precisamos lembrar  para provar que ele errou quando fez este triste pronunciamento.
Edison Borba
       

domingo, 11 de maio de 2014

MÃE NATUREZA

         A natureza foi sabiamente criada, cada elemento que a forma, tem  função definida. Nada existe por acaso. Tudo se completa numa grande rede que une o micro e macro. Uma partícula por menor que seja não está sozinha, ela é importante para que outras possam existir e executarem suas funções.

A magnitude dessa obra é inexplicável.
      Tudo funcionando harmoniosamente.
      Tudo ocupando o seu devido lugar.
      Tudo acontecendo na hora exata.

Todos os elementos mantendo a grande engrenagem do universo num processo constante de manutenção de um frágil equilíbrio.

Questões, consideradas difíceis de ser compreendidas,  mas   fáceis de ser percebidas pela  sensibilidade. Essa grandeza não precisa ser entendida, basta que tenhamos sensibilidade para vivenciá-la. Os que amam a natureza, respeitando suas regras são os que conseguem vivenciá-la mais harmoniosamente.


Tudo na natureza é sagrado: a terra que recebe a semente do trigo. A semente que germina e, nos oferece o dourado das espigas. As espigas, que transformam o ouro de seus grãos  em pão.

Cumpre-se desta forma um ciclo maravilhoso, que tem a vida como elemento propulsor. 

A terra viva, permite que a  semente germine, cresça e se transforme em espigas.

“Um ciclo  que dará origem ao  pão, sagrado alimento, que nasce do dourado dos milhos nascidos das espigas do trigo”.

Nós os homens, um dia também fomos sementes, que plantadas em férteis úteros  germinamos, crescemos e nascemos para o mundo.

O fértil feminino mantendo o ciclo da humanidade.

Mulheres Terra. Mulheres vida. Mulheres mães.

Sagrados entes, preparados para dar continuidade a nossa espécie. Alimentadas pelo pão da Terra, retribuem alimentando seus filhos com o leite sagrado, sacro alimento, que garante a germinação da vida na criança.

Amamentação, gesto único em toda a natureza.

Privilégio das mulheres, que eternizam a  vida.

Edison Borba

sexta-feira, 9 de maio de 2014

MÁSCARAS

           Hoje fiquei admirando minhas fotos num antigo álbum de fotografias. Eu fui, eu era,  eu pequeno, eu no colo de minha mãe, eu de uniforme, eu sem barba, eu de cabelos negros, eu magro, eu sorridente, eu pensativo eu ... eu... eu...  
Tudo que está no álbum sou eu.
Eu fui,  eu sou, eu serei são questões que me deixam reflexivo.
Apesar das mudanças físicas, eu continuo o mesmo. Na essência, na genética, no genoma, nas raízes existe um ser humano preconcebido, que foi se revelando vagarosamente, ano após ano e continuará a ser desvendado enquanto estiver vivo.
O menino que eu fui empinando pipa no quintal, ainda está presente na minha essência. Ele serviu de base para o jovem sonhador e para o homem lutador. O que sou hoje é uma mistura dos experimentos que vivi e que foram moldando-me numa criatura cuja existência só acontece  na instabilidade do ser.
Teclando Posters por Alfred GockelSou hoje, o que não fui ontem e não serei amanhã. Os espelhos mostram-me as diferentes faces de um único ser. Já aprendi e desaprendi. Já me vesti e me desnudei. Já nasci e renasci.  Muitas vezes fui o que não sou. E ainda renascerei outras tantas vezes. Já fui bom e já fui mau. Engordei emagreci. Já desaprovei o que fui. E não fui o que um dia sonhei.
Em segundos deixo de ser o que era.  Em vinte quatro horas sou  vários.  Sem que eu perceba já não sou o mesmo.
Apavoro-me por ter rejeitado um irmão, apenas por ele ser aquilo que eu ainda não tinha sido e que acabei sendo. Como ter preconceito, sendo mutável?
Ignorantes e tolos são aqueles que rejeitam sem saber que amanhã não serão os mesmos de hoje e que poderão ser aquilo que apedrejaram.
 Sou incógnita não revelada, sou problema numa resolvido. Sou teorema sem explicação. Sou dízima, sou decimal. Sou infinito!
Mudanças fazem com que eu seja diferente a cada segundo, num processo de desconstrução e reconstrução tão dinâmico, que quando percebo o que sou eu já era e estou em processo de diferenciação, para ser novamente  outro.
As únicas pessoas que podem falar de mim e talvez traçarem uma linha de minha vida, são meus amigos. Aqueles que viveram comigo, os que convivem comigo, os que me viram sob as diversas máscaras, que usei e ainda uso.
Importante: as máscaras são verdadeiras! Não são feitas de papelão ou de qualquer outro material, elas são meu rosto nas mais variadas e variáveis ocasiões.
O tempo, em sua dinâmica incansável, é o pai de todos os meus “seres”. Eu sempre fui, sou e vou ser alguém cuja identidade é diretamente proporcional às exigências dos ambientes, dos meios e das sociedades em que e com quem convivo.
Estou diante das fotos, espalhadas pelo chão do quarto e vejo-me refletido em espelhos, que exibem minhas diversas identidades.
Eu, neste momento, penso  no que estou conseguindo ser agora. O que, serei amanhã; não quero saber, eu apenas quero continuar a ser.
Edison Borba

HISTÓRIAS INCRÍVEIS!

     Quando pensamos em histórias incríveis, o que nos vem à cabeça,  são as que envolvem heróis ou heroínas, que lutaram a favor da ordem e da vida. Também imaginamos aquelas provenientes do mundo da fantasia – as histórias da Carochinha.
Porém, nos últimos anos, as incríveis, as inacreditáveis, as impossíveis histórias, são reais, verdadeiras e estão acontecendo agora, nos anos dois mil e seus personagens são semelhantes a qualquer ser humano.
Fotos de Crianças da África- Dor e SofrimentoMadrasta assassinar um enteado, usando método cruel e desumano, acaba de acontecer no Brasil, numa família de alta classe social e profissional. Nem a Cinderela, nem a Bela Adormecida tiveram pior destino. A casa dos três porquinhos, que desabaram, nem chegam perto das destruições dos lares, arrastados pelas águas das chuvas. Crianças presas em jaulas, comendo docinhos para ficar gordinhos e tendo que mostrar o dedinho para a bruxa, é uma historinha que chega a ser engraçada quando comparada com crianças que executam trabalho escravo nas trágicas carvoarias.
A vovozinha do Chapeuzinho Vermelho era feliz e não sabia. Ela não dependia dos hospitais públicos, não era obrigada  ficar horas em filas para atendimentos médico e não era tratada de forma cruel. O lobo não passava de um lobo bobo, como cantou a Bossa Nova.
Incríveis são as histórias de combate entre polícia e traficantes. Nem um cavalo igual ao de  Tróia, é capaz de entrar no centro do Complexo do Alemão ou de outras comunidades do Rio de Janeiro e caso consiga, os soldados serão dizimados rapidamente.
O querido Aladim e, sua lâmpada mágica, não passa de um bobo e tolo homem quando comparado com mágicos habitantes do Congresso Nacional, capazes de fazer desaparecer grandes quantias do dinheiro do povo e voam em seus aviões  para gozar férias em praias paradisíacas.
Nenhuma varinha da mais competente fada construiria tantos estádios de futebol, em tão pouco tempo, gastando o triplo da verba declarada.
Histórias fantásticas? Histórias incríveis?
Elas estão acontecendo agora, aqui, neste momento, bem pertinho de cada um de nós. Não é preciso consultar livros e nem os contadores de histórias, é só comprar algum jornal e ler as notícias editadas hoje dia 9 de maio de 2014.
Edison Borba

O CANTADOR!

Prepararem seus corações para uma história, que agora vou contar.
Um rapaz alegre e risonho chegou para  encantar.
Ele veio pra “consertar” pra transformara tristeza em alegria
Com a força de  boiadeiro e a destreza de um vaqueiro
Ele mudou seu destino, ao cantar com a pimentinha, Elis.
Ficou famoso, o garoto, chamado de “cachorrão”
Sua voz em disparada pelo Brasil ecoou.
Sem que ele percebesse, em pouco tempo era um rei.
Mas era um rei diferente, sonhador e cantador, honesto e trabalhador.
Cantar foi seu ofício, sua viola companheira, sua voz sua bandeira.
Desbravador corajoso, lutando pelo seu povo, ele deixava um aviso:
“O gado a gente marca, tange o ferro engorda e mata, mas com gente é diferente!”
Com esse hino de liberdade, o cantador, sorrindo e não mentindo, deixava claro seu lema:
“Posso não lhe agradar, mas  vi a morte sem chorar, estou aqui pra consertar, colocar tudo no lugar!”
E montado num cavalo alado, ele voou pelo Brasil, disparando alegria, felicidade e poesia.
Esse cantador cavaleiro foi amigo e foi senhor de família sonhadora.
Com os filhos na garupa,  confiante em seu cavalo, foi homem forte
Que nunca temeu a morte, ele foi desbravador!
Mas como tudo na vida, nosso nobre cantador, foi cantar noutro lugar.
Cumpriu seu destino na vida, deixou alegria e arte.
Sua viola herança  ficou pra posteridade
Jair Rodrigues cantou a vida, a alegria e cantou também o amor.

Edison Borba

 

terça-feira, 6 de maio de 2014

ALMAS

Aos machucados, injustiçados e torturados.
Aos  sacrificados e imolados.
Aos que perderam suas cabeças nas guilhotinas.
Aos enforcados e aos assassinados.
Aos que sucumbiram nas guerras, nas lutas, nas batalhas.
Aos indigentes, não reconhecidos como gente.
Aos infelizes, e aos desgraçados.
A todos cuja alma foi desrespeitada pela humanidade.
Perdão!
Aos famintos, aos sedentos, aos abandonados.
Aos iletrados e aos violentados.
Aos viciados, aos drogados, aos intoxicados.
Aos que foram envenenados e castigados.
A todos vocês – desculpas!
Aos fracos e aos oprimidos.
Aos  abandonados, aos loucos nos hospícios esquecidos.
Aos inocentes condenados, as viúvas e aos órfãos.
Desculpas, por favor!
Desculpas pelo que foi feito.
Desculpas pelo o que ainda é feito.
Desculpas pelo que irá continuar a ser feito.
A humanidade faz tempo, que perdeu a própria alma.
Desumanos seres humanos
Agem com a naturalidade de um inocente,
Porém, são sugadores de vida.
Escondem-se entre véus e rezas.
Maquiam suas caras, para não serem reconhecidos por eles mesmos.
Suas imagens não se refletem em espelhos.
Como vampiros, usam seus atributos para iludir, morder e matar suas vítimas.
Humanidade sem alma? Alma humana? Desumanidade?
Humanidade?
                                    Edison Borba

GRACIAS A LA VIDA de Mercedes Sosa

        Coisa do destino ou apenas coincidência,  tive o prazer de estar nos espaços, onde Mercedes Sosa se apresentou aqui no Rio de Janeiro, Teatro João Caetano, Maracanãzinho e até no Canecão. Cantora proibida pelos governos ditatoriais da América do Sul que  transformaram Mercedes num símbolo na luta pelos direitos humanos.
Considerada como a “Voz da América do Sul”, Mercedes Sosa cantava a liberdade do homem trabalhador, sua voz traduzia a consciência dos povos, que naquela época histórica, sobrevivia a governos de ferro, como nós brasileiros. De cantar forte, mas com voz suave e segura, exprimia em suas interpretações a dor e a coragem dos oprimidos.
Encontrou, aqui no Brasil, parceiros como Wagner, Chico Buarque e Milton Nascimento, que a ela, juntaram suas vozes e letras musicais a favor da liberdade política.
Obrigada a viver fora de sua terra natal, Argentina,  Mercedes em muitas ocasiões, conseguia levar seu canto atravessando barreiras e apresentando-se em lugares como Colômbia, Chile e Brasil. Enfrentando riscos, ela lotava auditórios  juntava vozes cantando “Gracias a la Vida” e “Cancion com Todos” e sensibilizava os brasileiros quando interpretava “Maria Maria”,”Volver a Los 17” e “Coração de Estudante”.
Quando esteve em Lugano, na Suiça, Mercedes respondeu algumas perguntas que vale a pena revermos, o que ela deixou, além de suas músicas.
“Sou uma cantora popular. Uma mulher que quer mostrar com o canto aquilo que poetas e músicos do continente sulamericano sonham. Sou uma cantora que tem muitas dificuldades para refletir o seu continente. Ainda não tive a oportunidade de conhecer todos os meus irmãos sulamericanos e seus distintos ritmos e culturas. Infelizmente não tenho tido a permissão para visitá-los. Faz pouco tempo que estive na Colômbia. Conheci Costa Rica e São Domingos  em breve visitarei o Brasil. Espero estar a altura de ser considerada a voz do continente latino americano. Considero-me simples, mas não sou humilde. Quando canto dou o melhor de mim. Quando um artista fica frente ao seu público canta solta a voz, muitas vezes com medo, e timidez que todos nós humanos carregamos, acho que não dá para ser humilde sendo um artista um cantor”.
            “Também não acho que sou eleita pelos deuses. O artista popular deve diariamente, cotidianamente ser responsável pelo título de cantor popular. Deve perceber que não basta cantar e ter uma bela voz, ele tem que ter algo a dizer, tem que estudar se aprofundar na literatura ou na sua própria vida. O artista tem que representar o seu povo, mesmo estando muitas vezes numa posição privilegiada, ele não pode esquecer que há pessoas em dificuldades”.
            “Vivemos um momento em que é muito difícil defender a canção popular, não me refiro ao coração do meu povo sulamericano, e os brasileiros sabem  muito bem do que falo. Também sabem os chilenos e os meus conterrâneos e uruguaios. É difícil defender a canção popular, porque ela é solidária ao problema dos homens, mas também é de amor profundo. Nego-me a rotulá-la como “canção de protesto”. Ela é a canção que fala do povo. Ela representa a minha gente e não pode ser subjugada. Todos os poetas, artistas e cantores do mundo sabem a dor de ser proibido e censurado”.
            Esta foi Mercedes Sosa, nascida em Tucumán, Argentina. Mulher simples, morena índia, iluminava os palcos, enchia auditórias e emocionava corações quando cantava o amor e a liberdade a que todo povo tem direito.
Edison Borba