sexta-feira, 30 de maio de 2014

O RETORNO!

Volto cansado para minha casa.
Em passos lentos, vagarosos.
Subo as escadas. Degrau por degrau.
Contando cada passo, milimetricamente.
Nem sei se sofrendo estou ou estou reaprendendo.
Talvez  esteja renascendo!
Um tempo parado, é como vinho em adega,
Ou melhoramos a qualidade ou nos tornamos vinagre.
Caminho como se o mundo estivesse sobre meus ombros.
Amigos seguram minhas mãos e oferecem seus braços.
Mas meu coração ainda está ressentido, magoado, ressecado.
Meu corpo está cansado.
Penso na eternidade do que amo. Penso na minha eternidade.
Agora tenho a certeza que sou  perecível.
O meu “eterno” não passa de um efêmero tempo que se acaba num segundo.
Não sei o que procurar neste novo mundo. Não sei que identidade, exibir.
Quando no leito deitado, despido de todos os bens, tendo meu corpo cortado,
Percebi que só  restavam  lembranças do que  fui e do que ainda era!
Riquezas, prêmios, glórias, aplausos, saberes e dissabores. Nada!  Nada iria restar!
O que me deixou em alerta, foi à curiosidade do que poderia encontrar,
Ao cruzar  a  ponte, levado pelo barqueiro, o condutor do eterno.
Não estou amadurecido, para tal viagem fazer e luto para ficar.
Não aceito ver morrer, minha vida, meus amores. Meus canteiros, minhas flores.
Tudo que construí, em egoísmo insano, ir perdendo a cor, esmaecendo, em funeral.
Não era eu que morria!
Meus desejos ambições, vontades e ilusões  estavam desvanecendo desaparecendo.
Lastimei as perdas, não chorei a morte!
O que fazer sem nada mais para possuir?
O que fazer com a ausência?
Não suportei a dor e então sobrevivi!

Edison Borba

 

 

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