quinta-feira, 15 de maio de 2014

DIAS DE CÃO


           Costuma-se dizer que um dia é de cão, quando “coisas” fora do comum acontecem. Geralmente são dias difíceis, complicados e muitas vezes trágicos. Apesar dos cães serem considerados os maiores amigos do homem, os dias em que ele surge como estrelas, não são necessariamente os melhores para a nossa vida.
Nos anos setenta Al Pacino, protagonizou um delicioso filme chamado “Um Dia de Cão”. A história envolve um cidadão comum que, em pareceria com um amigo planeja assaltar um banco. Porém, tudo sai errado e o que era para ser apenas um simples roubo  no bairro do Brooklyn, transforma-se num divertido e emocionante “dia de cão”. Filme divertido e comovente foi baseado numa história real, marcou época nos cinemas do mundo.
Os dias de cão, na realidade, estão sempre acontecendo, ou particularmente para um indivíduo  ou então para grupos e até para sociedade em geral.
Hoje, 15 de maio de 2014, alguns estados do Brasil, estão tendo o seu dia canino. Vários grupos programaram manifestações, passeatas, greves e movimentos que prometem fazer deste dia 15 um dia de muitos cães.
Pela manhã, em São Paulo,  passeatas, provocaram um enorme engarrafamento. Em Pernambuco, a greve dos policiais, abriu espaço para que saqueadores e baderneiros provocassem invasões e saques no comércio. No Rio de Janeiro, além de algumas greves, estão previstos movimentos no centro da cidade. Em outros estados, também os canis foram abertos, prometendo um dia de muitos cães para mais de cinquenta cidades.
A mola propulsora destas manifestações é a corrupção que envolveu e envolve as atividades da Copa do Mundo de Futebol.
Infelizmente, o que poderia ser uma grande festa, transformou-se num mar de lama que inundou todo o país. Além da construção desnecessária de arenas monstruosas, que ficarão abandonadas após os jogos, o alto custo de cada uma delas e o desvio de verbas foi escancaradamente acompanhado por todo o povo.
É triste sabermos que após as festas, os brasileiros continuarão a viver dias de cão, nas filas dos hospitais, no meio das balas perdidas, nas escolas maltratadas, na insegurança das ruas, durante as chuvas  e nos tantos outros dias, semanas e anos que nem os cães, merecem ter.
Edison Borba

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