domingo, 30 de junho de 2013

TRABALHO, PÃO, DIGNIDADE E FUTEBOL

           Em qualquer lugar do mundo, onde houver a presença de seres humanos, três itens não podem faltar na cesta básica da cidadania: trabalho, pão e dignidade.
Precisamos do trabalho, para comprarmos o pão nosso de cada dia. Todos nós,  homens e mulheres temos o direito ao pão para alimentar nosso corpo, manter nossa saúde e garantir a existência de nossa prole. Nos lares onde falta trabalho, os alimentos escasseiam e a família perde a sua dignidade.
Os governos que deixam de cuidar de seu povo, permitindo que chefes de família,  homens ou mulheres, não sejam valorizados através de sua produção, comete o mais terrível erro que um país pode cometer. Sem dignidade o povo perde o rumo, sente-se como um navio sem leme em águas revoltas do oceano. Também é preciso cuidar para que todo cidadão possa ganhar seu próprio alimento, através de seu trabalho. Não dê o peixe, mas ensine a pescar é sem dúvida uma grande verdade. Esmolas enfraquecem, tira do ser humano a capacidade criativa e desvaloriza o cidadão.
Trabalho seja ele qual for  do operário ao doutor, todos são dignos e fazem do homem um ser criativo e empreendedor. Poder adquirir seus proventos a partir da sua produção é o que mais enobrece um cidadão. Porém, é preciso que os governos tenham a sensibilidade de recompensar com justiça, com salários dignos, todos os que produzem para o crescimento do da pátria.
O povo está nas ruas, lutando por trabalho, pão e dignidade. O povo esta nas ruas porque já não aguenta mais discursos vazios, bolso vazio e mesa vazia. O povo está nas ruas para resgatar a ética desse país e a dignidade de cada brasileiro. O povo está nas ruas como trabalhadores,  cansados de carregar nas costas políticos que enriquecem as custas, do dinheiro público. O povo está nas ruas, porque não quer ser mero coadjuvante do espetáculo. O povo está nas ruas e vai continuar nas ruas até que a ética seja restabelecida no país.
Impossível existir democracia sem pão trabalho e dignidade!
Os brasileiros já cansaram de esperar. Espera-se que cada um faça a sua parte, ir às ruas, acessar as redes de comunicação, escrever, falar, telefonar, mas nunca se calar diante de tantas irregularidades.
A triste e esperada  vitória, da seleção brasileira de futebol, na Copa das Confederações, não servirá de mordaça para o povo consciente. Acentuará que foi uma grande jogada trazer para o Brasil, jogos (cartas marcadas) para justificar a gastança com as obras em monumentais estádios.
A FIFA,  presenteou-nos com um doloroso troféu. Após o apito finalizando os jogos, continuaremos convivendo com as nossas mazelas e imensas dívidas que essa e a próxima Copa  trouxe para nós.
Trabalho e pão precisam estar nos lares brasileiros e também diversão, cultura, educação e saúde.
Continuamos a gostar de futebol e a vestir camisas amarelas, mas sem perdermos jamais a nossa dignidade.
Edison Borba

 

 

 

NOSSOS AMIGOS, OS LIVROS.

            Apesar do avanço tecnológico e da criação de novas formas de leitura e comunicação, o nosso bom e amigo livro continua resistindo. Sejam bem vindos os “tablits”, “emails”, “blogs”, “notebooks” e todos os jovens meios de leitura e informação.
Aproximem-se, sentem-se no chão, vamos fazer uma rodinha e ouvir histórias. Convidamos vocês a compartilharem um momento apaixonante. Vocês, nossos novos amigos do mundo da comunicação, venham conhecer e aprender com os livros.
São muitos e variados esses companheiros de todas as horas do dia e da vida:
Os infantis, coloridos e com cheirinho de sabonete, são responsáveis pelas fantasias da garotada, habitados por fadas, princesas e duendes nos permitem alçar lindos e longos voos.
Os adolescentes mergulhados nos sofás ou deitados no chão, saboreando chocolate, preferem as aventuras com super - heróis. Viajam pelas galáxias e encontram outros mundos, só possíveis através da leitura.
Romances de amor guardam em suas páginas, manchas das lágrimas derramadas por leitores sensíveis.
Nos policiais, o mistério se esconde em cada capítulo. É necessário ter controle, para não ler a última página, que revela quem é o criminoso.
Os de terror indicados para pessoas de nervos fortes revelam momentos de tensão e medo.
Os didáticos às vezes não são bem tratados. Considerados obrigatórios, levam os estudantes a ter com eles uma amizade forçada. Seus conteúdos precisam ser aprendidos às vésperas dos exames. Mas quando a nota é boa, são abraçados e beijados.
Livros, elegantes, são os técnicos. Dirigidos a um grupo específico, sofisticados usam linguagem própria, só decifrada por um seleto grupo.
A Bíblia, o livro dos livros, atravessou gerações e ainda continua atual. Seus ensinamentos podem ser encontrados em todo o mundo, nos mais diferentes idiomas.
Livros e mais livros, dos mais variados tamanhos, formatos e conteúdos, todos são responsáveis por guardar a história da humanidade, informar, alegrar crianças e jovens, ajudar os solitários à passar o tempo. Vocês são excelentes amigos, nos acompanham para lugares inusitados, na praia, no campo, nas salas de espera de consultórios, nos meios de transporte, vocês são gentis e companheiros.
Com a luz do sol ou elétrica, ou até mesmo sob a trêmula lamparina, ler um livro, é algo fantástico, página por página, sem pressa, saboreando página por página.
Os livros são independentes, não necessitam fios, baterias ou outros meios sofisticados para serem acessados. Dormem junto ao travesseiro, bem pertinho do leitor. Pode ser visto no colo de quem cochila na cadeira de balanço. Nas mochilas, nas bolsas, nas pastas às vezes amassados e marcados com lápis ou canetas, são companheiros fiéis. Os de poemas e sonetos escondem em suas páginas, pétalas de rosas e papéis de bombons, testemunhas de amores e paixões.
Nas bibliotecas, ficam em grupos. Nas coleções, são revestidos de lindas capas com letras douradas. Alguns são caríssimos, mas as mensagens não dependem da qualidade do papel. Livro é poesia, aventura, paixão, amor e sonho. Receber um de presente, com votos de felicidade, é encantamento para toda a vida. Ter um com dedicatória do autor é insubstituível. Essa é mais uma das magias que os livros podem nos oferecer.
Feiras e bienais são grandes encontros de autores e leitores, momentos de troca quando podemos ouvir de quem escreveu a história, a pesquisa, a crônica como nasceu a sua obra.
Bibliotecas são impressionantes recantos que abrigam a memória humana.
Os contadores de histórias, ledores mágicos, transformam as letras em palavras. As palavras em frases. As frases em textos e os textos em vida.
 

"Um livro aberto é um cérebro que fala;
Fechado, um amigo que espera;
Esquecido, uma alma que perdoa;
Destruído, um coração que chora". Voltaire

           Boa leitura! Edison Borba

sábado, 29 de junho de 2013

JUSTOS NÃO SE JUSTIFICAM!

         Essa foi a observação feita por uma “famosa”(???) do mundo musical, após suas declarações na mídia, onde ela deixou claro que considera como aberrações, todos aqueles que não fazem parte do que ela considera padrão sexual. Neste primeiro momento, ela atingiu apenas as questões sexuais, não ficaremos surpresos, se amanhã também foram considerados “aberrações” os negros, os idosos e os de pertençam a religiões que não a de sua preferência.
Muitas vezes justificar uma ação ou palavra, dita sem cuidado num momento de fortes emoções, e que tenha ofendido ou machucado alguém ou grupos de pessoas, pode ser uma atitude digna. Mas tem que ser uma justificativa vinda do coração, da alma, da região mais  profunda de um ser humano.
Porém, quando as palavras saem de bocas, daqueles que se dizem religiosos, e que se consideram iluminados, não há palavras que possam justificar atitudes tão mesquinhas e infames.
Existem pessoas que se consideram “maravilhosas” e acima de qualquer outro ser humano. Por fazer parte do mundo gospel, são mensageiros de Deus e,  portanto, com direito a humilhar, difamar e destruir, usando termos bíblicos como escudo de suas distorcidas formas de conviver em sociedade.
Provavelmente, essas pessoas são “aberrações”, dentro do próprio grupo ao qual pertencem. Provavelmente, nada entendem do que está contido  na Bíblia sagrada. Usam seu conteúdo para ganhar dinheiro, vendendo CDs, DVDs e se promoverem em shows  religiosos.
É muito constrangedor vermos e ouvirmos declarações completamente desprovidas de bom senso. Palavras malignas que envenenam as almas e os corações. Homens e mulheres que trazem a maldade na alma e são perniciosos no mais alto grau. Sutis como víboras, destilam seus venenos sem nenhuma razão. Querem ferir, matar, intoxicar e causar discórdia. Preconceituosas, elas se travestem de nomes “maravilhosos” para enganar de forma sutil, crianças, jovens e adultos.
A humanidade está repleta de aberrações, como Hitler e todos os seus seguidores, que dizimou negros, ciganos, homossexuais, judeus e todos os que ousaram discordar de suas teorias enlouquecidas.
Não podemos admitir que em nome de Deus e da Bíblia, se provoque e incite à discriminação entre os seres humanos. Esse tipo de disseminação preconceituosa deveria ser considerado como crime hediondo.
No momento em que o povo brasileiro sai às ruas para lutar por um país mais democrático e com direitos iguais para todos, não podemos admitir que “famosos” usem os veículos de comunicação, a mídia, para disseminar o ódio entre os cidadãos brasileiros.
Essas pessoas me causam medo, pelo grau de malignidade que elas trazem em seus corações. Carregando bandeiras da moralidade,  injetam de forma subliminar, a discórdia. Elas dividem, subvertem, ofendem sempre se dizendo justas e, portanto, isentas de justificarem as suas ofensas.
Muitas “aberrações” são maravilhosas na arte de cantar, dançar, pintar, esculpir, escrever entre tantas outras incríveis formas de colaborar para que o  mundo seja um lugar de paz e harmonia.
Porém existem muitas falsas “maravilhas” que escondem uma alma cruel. Tentam “mara”vilhar inocentes, que acreditam na sua falsa palavra, como uma serpente pronta para engolir sua presa.
É constrangedor, que em pleno século XXI, ainda tenhamos que abordar questões que já deveriam ter sido extirpadas da sociedade.
É triste, muito triste, percebermos que a evolução da espécie humana, ainda está muito distante do equilíbrio e harmonia, caminhos que nos levam a um mundo de paz!
Edison Borba
 

 

sexta-feira, 28 de junho de 2013

COMO EXPLICAR?

            Uma família boliviana, sonhando com um futuro melhor, deixou o seu país e mudou-se para o Brasil. Em São Paulo, juntaram-se a outros grupos de outros lugares e iniciaram a nova jornada, trabalhando em oficinas de costura.
Apesar das condições de vida não serem a que eles haviam sonhado, era um pouco melhor do que a vivida em sua terra natal.
O tempo passou, e a família da Bolívia, começou a sentir-se brasileira. Infelizmente, no mês de junho de 2013, após um dia de trabalho, a família boliviana estava reunida para conversar, ver televisão e descansar após a  jornada de tarefas. Lamentavelmente, bandidos invadiram a residência exigindo dinheiro. O pouco que possuíam, entregaram, e mesmo assim as torturas continuaram.
Um menino de cinco anos, assustado com o que estava acontecendo, chorou. Chorou, como qualquer criança, diante do perigo. A mãe ajoelhou-se e aninhou seu filhinho nos braços, consolando-o, tentando acalmá-lo. Diante do pouco dinheiro e do lamento do garotinho, um dos assaltantes, sem piedade, atirou na cabeça do menino.
Como classificar essa atitude? Matar uma criança, diante da família e nos braços da própria mãe.
Quem é esse assassino?
Estamos vivendo dias de perplexidade, acompanhamos multidões dentro de templos religiosos, orando e cantando em diversas religiões. Padres e pastores pregando a palavra santa, missas repletas de fiéis, passagens bíblicas sendo analisadas nas rádios e televisões. Além de outros milhares de fiéis, praticando seus rituais religiosos, apesar de tudo, vemos aumentar a crueldade.
Mata-se pelo prazer de matar. Violenta-se sem nenhum pudor e respeito pelo ser humano. Nunca tantos assassinatos foram cometidos em tão pouco tempo.
Fico a refletir sobre essa discordância social, de um lado centenas de fiéis orando e do outro lado pessoas sendo abatidas como gado em matadouro.
O que está acontecendo com a fé? O que está acontecendo com o amor? O que está acontecendo com o respeito?
De um lado,  milhares de vozes elevam seu clamor ao céu, do outro lado uma onda de violência não para de crescer.
O menininho boliviano é mais uma vítima da irracionalidade humana. Ele e tantos outros meninos e meninas, homens e mulheres estão na lista das vítimas por assassinato.
No momento em que a população brasileira, grita por justiça social e ética na política e milhares de vozes se erguem nos templos religiosos o crime continua sendo uma epidemia.
Estou confuso e atônito. Em minha cabeça vários questionamentos acontecem, como uma cachoeira despejando águas em grande quantidade. Dúvidas, muitas dúvidas em relação às ações controversas dos seres humanos passam por mim, num emaranhado de cenas que eu não consigo entender.
Divido meus questionamentos com amigos e percebo que eles não possuem explicações para as minhas dúvidas.
E você? Como explica tudo isso?
Edison Borba

CORRUPÇÃO CRIME HEDIONDO! SERÁ?

           Após semanas de passeatas, reclamações, reivindicações, gritos de guerra, correrias, ruas lotadas de manifestantes e muita confusão, as luzes começaram a ser acesas no final do túnel. A princípio, foi os centavos nas passagens dos coletivos, depois o discurso da presidente, promessas de melhorias, convocação para um provável plebiscito, eis que surge uma bomba: “a corrupção será consideradas como crime hediondo”.
Será?  E se for quem será preso? A partir de quando essa medida entrará em vigor? Ela valerá para todos os cidadãos? Será retroativa? Essa  proposta será executada como a Lei da Ficha Limpa, que até hoje não se definiu?
 Ainda temos diversos políticos, de todos os níveis, cumprindo mandato, com a ficha mais suja do que pau de galinheiro. Infelizmente, somos obrigados a assistir situações constrangedoras, quando o assunto é o cumprimento de leis e ordens, um bom exemplo dessa situação está na Lei Maria da Penha, diversas mulheres foram assassinadas, após terem prestado queixa à polícia e obtido medidas restritivas para seus companheiros e,  mesmo assim, foram assassinadas.
Corrupção crime hediondo! Sem dúvida é incrível imaginarmos empresários e políticos entre outros, caírem nas malhas da polícia e da justiça e terminarem seus dias nas penitenciárias. Isso seria maravilhoso e daria mais credibilidade à justiça.
Será mesmo, que isso irá acontecer? Será que podemos sonhar com o dia da valorização da ética? Quando os criminosos do colarinho branco serão realmente punidos?
Estou esforçando-me para acreditar que dessa vez, a política brasileira achará o caminho da justiça e da ética.  Enquanto o povo se mantiver nas ruas, “caminhado e cantando e seguindo a canção”. Enquanto os “soldados armados, amados ou não” estiverem em alerta é sinal de que os brasileiros estão acordados. O país percebeu que “esperar não é saber” e “quem sabe faz a hora, não espera acontecer”.
É preciso que nas escolas, professores e alunos, os lavradores nos campos, os operários nas construções, nas ruas e praças, todos sejam soldados, lutando contra os preconceitos e pela igualdade diante das leis.
É preciso continuar caminhando,  ocupando todas as ruas, carregando flores nas mãos, e na mente os amores e os sonhos,  tendo a certeza de que aprendemos muitas lições, sobre a nossa história e que agora estamos escrevendo mais um novo capítulo dessa mesma história.
Venham todos, vamos embora, esperar não é saber. A hora é agora, sabemos disso, portanto, vamos nos unir, brasileiros de todas as regiões, de todos os estados e cidades. De todos os credos e classes sociais. Vamos seguir a canção, aprendendo e ensinando que democracia se constrói com o povo e pelo povo.
Quem sabe faz a hora! A hora é agora!

 Edison Borba

 

 

 

 

quinta-feira, 27 de junho de 2013

O SABOTADOR

        Um homem de aparência distinta, vestindo roupas elegantes, cabelos bem alinhados, barba bem aparada e óculos, que lhe confere um aspecto senhorial.
Respeitado em seu trabalho, admirado pelos amigos e negligenciado pelos inteligentes. Esse “cara” vendeu, por muitos anos, uma imagem respeitosa para a  sociedade.
Um fingidor, talvez seja a sua melhor definição. Consegue transitar pelos mais diversos ambientes. Para cada grupo, ele exibe uma face, uma frase, uma observação agradável, fazendo com que todos o admirem e não tenham a oportunidade de observarem o seu verdadeiro ser. Seus discursos são emocionantes.
Escorregadio, fala mansa e sábia. Ele é um sábio, no sentido de “sabido” ou esperto, maroto, velhaco ou outro termo qualquer que possa significar um lobo em pele de cordeiro.
Há anos, ele consegue deslizar de um lugar para outro sem que ninguém perceba seu verdadeiro ser. Talvez, possamos descrevê-lo, como o médico e o monstro, liberando cada parte da sua essência, conforme a ocasião.
Eleito diversas vezes, e por muitos votos, esse homem ocupa um excelente cargo na política de seu país.
A grande questão, é que de tanto fingir, este senhor já não sabe quem é. Perdeu-se em si mesmo. Às vezes monstro quando devia ser médico. Às vezes médico na hora de ser monstro. Esses desencontros significam que ele já não está mais conseguindo sabotar os amigos, os companheiros de trabalho, o povo e a si mesmo.
Já existem comentários, levados pelo vento que ele não é aquilo que tenta ser. Grupos  afirmam ser ele um grande engodo, uma farsa que estava dando certo, não fosse  a vaidade que é também a sua fragilidade. Sua constante migração no palácio, senado e câmaras, são sinais de que esse vaidoso senhor é também inconstante.
Somente os medrosos e frágeis, usam máscaras para sobreviver.
Escondendo-se entre histórias familiares lacrimogêneas,  falsas ideologias e fantasias religiosas ele conseguiu sabotar até os mais ilustres estudiosos e membros de academias, porém acabou sendo vítima da sua própria armadilha.
O povo foi para as ruas exigindo ética e moralização do país. Diante da pressão e pensando nas próximas eleições, ele enlouqueceu. Finalmente suas artimanhas e falcatruas seriam reveladas.
O fim de todo sabotador, falsário e fingidor é sempre o mesmo, quando perde a máscara e a sua credibilidade entra em crise, só existe uma saída, buscar um esconderijo ou uma nova sociedade para recomeçar à suas sabotagens.
Será que ele vai conseguir?
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          P.S. – As eleições estão chegando  o voto é a arma do povo. É preciso ter cuidado com os lobos que já estão começando a usar peles de cordeiros e mascarando o lado monstro. A sociedade brasileira não pode se deixar enganar por discursos demagógicos e ações de bondade que estão começando a surgir na imprensa.
Não podemos enfraquecer! Nosso país só irá se tornar uma nação politicamente ética sob a pressão popular.
Votar conscientemente é dever de todo brasileiro!

Edison Borba

 

 

quarta-feira, 26 de junho de 2013

BRASIL - BALAS – BOLAS – BANDEIRAS

         Enquanto as bolas rolavam timidamente  nos majestosos estádios de futebol, bandeiras tremulavam nas mãos da população, que saiu para as ruas clamando por mais ética na política brasileira. Lamentavelmente, infiltrados entre os trabalhadores, bandidos, tentaram manchar a luta por uma nova democracia. Policiais, bem intencionados, porém treinados de forma inadequada, dispararam balas de borracha, atingindo e ferindo, em alguns casos, aqueles que estavam em paz, lutando por um país melhor.
Balas, bolas e bandeiras transformaram-se em símbolos das mudanças exigidas pela população trabalhadora. As bolas, sempre foram colocadas na vida dos brasileiros, como símbolos de um país que só pensa em futebol. Durante anos, carregamos esse estigma, de sermos um povo alienado. Um país que não devia ser levado a sério, um povo que não tinha objetivos de vida, bastava colocar uma bola no pé de um brasileiro, para ele sair feliz chutando a “redonda” e deixando para trás a consciência de que um país precisa muito mais do que bolas e estádios.
Esquecendo as equipes, os jogos e os estádios, o povo desligou seus rádios e televisores e partiu para as ruas. As bolas na rede, as jogadas, os atletas ficaram esquecidos e perderam a importância. A consciência de que nosso país é muito mais do que um estádio de futebol, fez com que uma só bandeira fosse erguida pela multidão. Nada mais de bandeiras e siglas partidárias.  Apenas  a linda bandeira brasileira e as nossas cores: verde, amarelo, azul e branco ocuparam todas as cidades.
Na busca pelo “progresso” e com “ordem”, os verdadeiros representantes do povo, ocuparam  espaço. Fora dos estádios, e provando para o mundo, que o Brasil não é um país de chuteiras,  o povo saiu do seu “berço esplêndido” e mostrou que é capaz de não fugir às lutas para resgatar o orgulho de uma nação.
Bolas, balas e bandeiras,  três símbolos  para um novo país. A grande equipe que forma a seleção  brasileira é o povo, que já está  dominando a partida. Expulsando de campo, antigos jogadores, que sempre fizeram jogo sujo, mantendo o domínio da peleja. Algumas mudanças nas regras do jogo, já começaram a ser anunciadas. Isso é apenas o começo para uma nova etapa da história brasileira.
Os brasileiros são muito mais do que onze, são milhões.
O Brasil é muito mais do que alguns estádios de futebol, é um grande território.
A nação é muito mais do que uma equipe de futebol, é  consciência e ética.
A pátria não é de chuteiras, mas de homens e mulheres trabalhadores que exigem respeito!
Bolas – só nos campos e quadras esportivas!
Balas – de caramelo, hortelã ou chocolate!
Bandeira – só uma, a brasileira!
Brasil – minha Terra, minha Pátria, minha Nação!
Edison Borba

terça-feira, 25 de junho de 2013

PALAVRAS PERIGOSAS

       No momento em que o Brasil vive dias complexos, em que a população busca caminhos para questionar os caminhos democráticos do país, alguns jornalistas estão confusos quanto ao uso das palavras.
Chamar delinquentes e assaltantes de manifestantes é um erro imperdoável. Caracterizar “arrastão” e movimentos de bandidos com passeata é outro erro que não podemos deixar passar em branco.
Atenção jornalistas que atuam para rádios, jornais, revistas e emissoras de televisão, cuidado com “palavras perigosas”. Vocês são profissionais da notícia e não podem falar por falar. Quando estão nas ruas cobrindo um movimento político ou policial, precisam ter discernimento ao classificar os participantes.
Hoje, dia 25 de junho, bandidos fizeram um arrastão numa comunidade da zona norte do Rio de Janeiro, infelizmente os profissionais da imprensa usaram o termo, “participantes” para os bandidos e “movimento” para o arrastão.
Bandidos armados violentando pessoas, assaltando, matando  não são manifestantes são criminosos. É muito preocupante ver e ouvir a nossa imprensa, o nosso jornalismo, usando palavras perigosas, que confundem a população e interferem no movimento democrático que pacificamente envolve o nosso país.
Por favor, diretores de mídia, conversem com suas equipes de jornalismo seriamente, façam reuniões informando as diferenças existentes entre uma situação e outra. Jornalista tem ser bem informado.  A população precisa receber informações corretas para que possa saber o que acontece no país e formar opiniões.
Estamos preocupados!
Nossa imprensa não pode usar palavras perigosas, que poderão causar grandes males a toda população.
Por favor, é preciso pensar antes de falar!

Edison Borba

segunda-feira, 24 de junho de 2013

UMA GRANDE BRASILEIRA.

          Mulher franzina, magrinha, alegre e sorridente. No horário da manhã ela é faxineira  e a partir das 14 horas é vendedora de balas e doces, na esquina das ruas General Dionísio com Voluntários da Pátria, no bairro do Humaitá, cidade do Rio de Janeiro.
Dona Neide, atende aos seus clientes sempre rapidamente e com palavras de felicidade. Em pé ou sentada na calçada, essa brasileira é uma mulher “antenada”. Sempre disposta a uma conversa animada, mas também séria, quando o assunto é a nossa cidade ou país.
Eu a conheço faz anos, muitos anos. Sempre que retorno do trabalho, trocamos algumas palavras. Da janela do meu apartamento, vejo-a na luta. Correndo para atender os motoristas que buzinam pedindo algum doce, ou alegrando crianças e jovens que passam por ela. Senhoras, homens de negócios, gente que vai e volta das compras ou do trabalho recebe de Dona Neide um sorriso amistoso.
Já perdi a conta dos doces e balas que saboreei e dos quilinhos que ganhei, por ser um homem guloso. Mas, o que melhor consegui, foi uma lição de vida.
Dona Neide é uma excelente representante de cidadã atuante. Além das diversas tarefas do seu dia, ela não satisfeita com a situação dos canteiros, situados exatamente na esquina onde ela tem a sua banca de trabalho, ela, sozinha e arcando com todos os ônus, adotou as jardineiras, que estavam abandonadas.
Retirou o lixo, o capim e a sujeira que incomodava a todos, mas que ninguém teve a coragem de agir (eu estou incluído neste grupo). Como sempre, culpávamos os órgãos competentes enquanto as plantas morriam o lixo aumentava.
Foi necessário que uma franzina senhora, colocasse as mãos na massa.
Há dias, trabalhando como uma formiguinha, Dona Neide deu conta do recado. Mesmo, quando ouviu piadas e críticas, ela continuou.
Os canteiros estão limpos e agora ela está na fase de plantar novas mudas de flores. Nesse período em que ela trabalhava nos canteiros e corria para vender seus doces, tive a oportunidade de conversar com ela. Questionei a sua ação de lutar sozinha. Ela foi clara em sua argumentação:
“Vendo meus doces e balas aqui e não gosto de sujeira. E, se  ninguém faz, eu mesma faço”.
Confesso que fiquei envergonhado!
Dona Neide faz parte daquele grupo de amigos que não frequentam as nossas casas, mas que sabemos, gostam da gente.
Conversamos, filosofamos, trocamos informações sobre o tempo e  rimos juntos sobre algum assunto. Ela sempre preocupada em perguntar por meus amigos e minha saúde. Eu em retribuição devolvo  sorrisos e carinhos.
Mas, hoje, estou destacando Dona Neide, como um grande exemplo de cidadania. No momento que ocupamos as ruas para lutar por melhores dias, essa brasileira está agindo sozinha para tornar nossas ruas mais limpas e bonitas.
Cada flor que brotar nas jardineiras que ela cuidou, representará a força de cada cidadão brasileiro, que anonimamente trabalha e ajuda essa Nação e crescer de forma ética, para ser respeitada por todo o mundo.
Obrigado Dona Neide. Obrigado a todas as mulheres guerreiras do Brasil!
Edison Borba

PADRÃO FIFA

         Finalmente o povo brasileiro acordou feliz, o governo federal, junto com  governadores e prefeitos, assinaram um importante decreto, agora  é  LEI, todos os cidadãos do Brasil, serão atendidos pelo padrão FIFA.
Isto significa que todos os serviços públicos  serão realizados no  mesmo nível dos  atendimentos  oferecidos aos nossos ”heróis (?)” do futebol.
Hospitais, clínicas, escolas, transporte, moradia, proteção, alimentação tudo, “tudinho”, do mesmo jeitinho que é oferecido aos atletas futebolísticos.
Após a espetacular declaração de um  fenômeno da bola, nossa presidente (ou será presidenta – essa dúvida me persegue!), emocionada, reuniu todo o seu infindável ministério e assinou o decreto, acrescentando um item de máxima importância:
“-deixamos claro que não será apenas o padrão FIFA, mas também o padrão PLANALTO será oferecido, ao povo do Brasil”.
Isto significa que teremos nossos atendimentos no mesmo nível dos que recebem deputados, senadores e demais políticos brasileiros.
Obrigado Senhora Presidente (ou será ...?) pela maravilhosa lei. Estamos comparando o seu ato, como o da Isabel, a Redentora, que assinou a Lei Áurea. Finalmente estamos sendo libertados dos péssimos serviços públicos.
A vida dos trabalhadores brasileiros vai subir de cotação, estamos sendo comparados aos mais valiosos jogadores.
Agora, estamos tranquilos! Agora estamos felizes!
Adeus filas nos hospitais, adeus ensino de má qualidade, adeus mosquito da dengue, adeus filas de ônibus, adeus vida ruim.
Estamos nos sentindo Pelés, Ronaldinhos (o fenômeno e o gaúcho) e Neymares.
Agora sim o Brasil vai mudar para melhor!
Valeu  galera das passeatas!
Valeu sairmos às ruas pacificamente e civilizadamente!
Valeu soltar a voz!
Receberemos mais do que os vinte centavos, receberemos igualdade de tratamento e respeito. Seremos tratados como gente!
Também colaboramos para o crescimento do país, fazemos gols todos os dias nas nossas oficinas de trabalho.  Somos uma grande seleção, que sustenta essa Nação. Somos mais do que onze correndo num campo, atrás de bola e de altos salários. Somos brasileiros, com raízes fincadas nesse solo. Não voamos para longe perseguindo dólares e euros. Quando choramos, o fazemos pela dor de não sermos valorizados pelo que somos – brasileiros.
Agora tudo vai  mudar! O nosso padrão será FIFA & PLANALTO, desrespeito nunca mais! Vamos novamente ocupar ruas e praças (ordeiramente) para agradecer. Vamos cantar o nosso Hino e de cabeça erguida continuar afirmando que o povo brasileiro é forte e não foge à luta!
Edison Borba

domingo, 23 de junho de 2013

PÁGINAS EM BRANCO?

Uma página em branco.

Em branco?

O que contém uma página em branco?

Acredito que contém o branco.

E o que é o branco?

Na física o branco não existe. Ele é o resultado da união das cores do arco-iris. Só temos a sensação do branco porque os raios de luz misturam sete cores que formam o branco. Logo, o branco é o resultado. É um fenômeno ótico.

Mas se eu estou vendo a página em branco, ela a página, é real e sendo real o que nela existe também é real. Se o amarelo, o vermelho, o azul, o verde, o anil, o alaranjado e o roxo existem e quando se misturam surge o branco, logo o branco também existe.

Portanto, uma página em branco não está em branco. Ela nos ilude nos engana misturando tudo num conjunto que resulta no branco. O que não conseguimos, é perceber o que está contido ali.

Provavelmente, uma página em branco, está em branco, porque nada foi escrito sobre ela. Não sofreu as marcas do lápis nem da caneta. Seria uma página vazia?

Mas o que é o vazio? Seria o vazio também conhecido como nada?

O que é o nada? Seria o oco?

Nada é o oposto de tudo e o oco é o contrário de cheio, que também pode ser lotado que é oposto de vazio, que se parece com o nada que é irmão do oco.

Voltando à Física, sabemos que o ar, que é invisível (aos olhos – é claro), está em toda parte, menos no vazio total, isto é, no espaço extraterreno. Mas isso é assunto para os astronautas.

Estou na Terra e interessado no que acontece aqui!

O que eu quero é saber o que está na minha página em branco!

O que contém a página em branco do meu caderno?

Posso afirmar que ela está vazia? Mas, ela contém o branco. Sendo assim ela está toda completa. O branco ocupa todo o seu espaço. Ela está repleta, completa pelo branco, que se oferece como o fundo de tudo que queremos construir.

Uma página em branco está repleta de sonhos. Ela apenas espera que eles, os sonhos, sejam escritos e realizados e assim a página em branco se tornará cheia e deixará de ser vazia.

Páginas em branco?

Que páginas?

Que branco?

Edison Borba

 

sábado, 22 de junho de 2013

BRASIL, EDUCAÇÃO E LUTAS.

"Professor, eis aqui  meu filho!
 Eduque-o. Faça dele um cidadão exemplar.
 Não se preocupe em puni-lo, eu estarei ao seu lado.
 O importante é que ele aprenda.
 Por favor, exija dele o máximo.
 De muitos deveres para casa.
Faça com que ele escreva bastante e leia diariamente.
Responder às suas perguntas é  dever dele.
Obedecer sem questionamentos, é sua obrigação.
Não admita que haja contestações.
Quero estar em casa ou no trabalho, tranquilamente, sabendo que ele está em boas mãos, as suas mãos. As mãos de um professor!
Lamento que não haja mais palmatória. Naquele tempo o ensino era muito melhor. Meninos e meninas não questionavam, obedeciam!
Faça-o  responder sempre que for solicitado!
Obediência, seriedade e respeito são as palavras mais importantes da educação.
Meninos e meninas devem se transformar em cidadãos honestos e éticos.
Horários, organização e limpeza são outros fatores que eu exijo.
No meu tempo a educação era higiênica.
Não podíamos ter pensamentos indevidos e pecaminosos.
As escolas eram templos imaculados do saber.

Professor,  estou, entregando-lhe o meu filho, quero que me devolvas um cidadão de respeito. Temos que forjar o caráter dos jovens. Fazer deles pessoas fortes e corajosas. Não admito choro. Quando educamos temos que ser firmes.

A única ocupação dos estudantes é com os livros e os deveres acadêmicos. Nada de moleza. Quero que a escola faça brotar  o espírito de cidadania e amor à pátria. Eles precisam aprender responsabilidade.

Professor eis aqui o meu filho!”

 Apesar do que está escrito acima parecer uma aberração ou loucura,  traduz de alguma forma o desejo de muitos familiares. São vontades diluídas através de pequenos gestos e palavras. O professor fica na corda bamba, se tentar manter as regras  poderá responder até processos em delegacias, mas ao contrário, é negligente.
          Apesar de estarmos vivendo, momentos complicados com a educação e com a sociedade  brasileira, ainda se espera muito do ambiente escolar.
          As escolas e tudo que nelas existem devem valer para formar profissionais e cidadãos úteis. Mesmo quando o ambiente escolar é frágil e sem apoio.
          Transformar é o que a sociedade ainda almeja.
           Delegam-se aos professores, grandes responsabilidades. Espera-se dos educadores comportamentos exemplares de abnegação, bondade, equilíbrio, inteligência e capacidade de lidar com as mais diferentes “diferenças”.
           São muitas responsabilidades para trabalhadores tão pouco valorizados pela própria sociedade que espera deles muito mais do que consegue dar.
            Colaborar na consolidação de hábitos sadios sem perder o foco no conteúdo de sua disciplina.
            A função do professor é exercida solitariamente. Quando a porta da sala se fecha, ele assume a responsabilidade para com um numeroso e diversificado universo humano. Oriundos de comunidades e lares com diferentes orientações.
             Como responder as expectativas sociais, quando as suas próprias necessidades não estão sendo adequadamente atendidas?

O magistério é profissão de risco.

Diante dos fatos que abalaram o Brasil nos últimos dias, foi possível perceber  dois grupos, dois tipos de brasileiros.De um lado os que souberam reivindicar, os que conheciam os princípios éticos e ordeiros inerentes a um povo educado. Do outro lado os “baderneiros” os que destruíram, quebraram e violentaram.

Como foi a educação desses grupos? Quem os orientou? Suas famílias e escolas? Pais e professores? Que valores absorveram? Que líderes brasileiros podem servir como bons exemplos? Como nossos alunos estão vendo seus professores? Nas comunidades e famílias quem os guiou?

 Durante as passeatas, as atitudes do povo, deixou claro que tipo de educação está acontecendo no Brasil.

Professor, eis aqui o meu filho!

Nesse momento, toda a responsabilidade está sobre os ombros de uma só classe de profissionais.
Para termos um país com menos desigualdades, mais unido e com cidadãos capazes de lutar sem violentar, precisamos de educação de qualidade para todo o povo, de norte a sul do território brasileiro. É preciso alimentar e conscientizar  todos os brasileirinhos
E para educar é preciso valorizar os profissionais que exercem essa função, caso contrário, continuaremos divididos, perdidos, sem rumo, dominados e direcionados como fantoches.
Edison Borba

 

sexta-feira, 21 de junho de 2013

IMPRENSA AMEAÇADA

           Quando falamos de imprensa, estamos nos referindo aos profissionais da informação: jornalistas, cinegrafistas, iluminadores e todos que saem às ruas para prestar informações que serão divulgadas nas rádios, jornais, televisões e revistas.
Durante a guerra, os jornalistas são respeitados através de um código de honra. Esses profissionais, devem se ligar nos fatos que se transformarão em notícias e são protegidos em nome da divulgação de fatos.
Portanto, quando os trabalhadores dessa área são atingidos, sentimos que a nossa liberdade está ameaçada. Jornalista atingida no rosto, cinegrafista perde a visão, veículos de duas emissoras incendiados e os pertences dos profissionais roubados, isso não pode continuar a acontecer.
Não podemos aceitar e nem concordar com essas atitudes. Não importa se a emissora é A ou B, quem está sendo atingido é o brasileiro trabalhador, é a nossa voz que está sendo calada.
Se hoje, a história pode avaliar os danos das guerras e revoluções, devemos aos jornalistas que arriscando suas vidas, fotografam e anotam os fatos para que os historiadores analisem os acontecimentos.
Não podemos aceitar que a nossa imprensa seja atingida. Minhas preferências por essa ou aquela emissora nada tem a ver com a violência cometida contra esses profissionais.
Durante os anos de ditadura no Brasil, foram os jornalistas que trouxeram à tona os torturadores, mostrando fotos e situações tão terríveis para a nossa pátria.
Precisamos ficar alertas. Quando a imprensa começa a ser atingida e seus profissionais afastados das ruas, corremos sérios perigos.
Não podemos esquecer alguns profissionais que foram atingidos pelos traficantes. Temos em Tim Lopes, um exemplo de como a imprensa pode incomodar ao denunciar.
Calar a imprensa é calar o povo!
Democracia se faz também através de uma imprensa livre!
Edison Borba

VINTE CENTAVOS? E AGORA, JOSÉ?

           Um milhão de cidadãos nas ruas do Brasil, por apenas vinte centavos? Por que uma quantia tão pequena movimentou tanta gente? Duas moedas de dez centavos, ou quatro de cinco ou vinte de um centavo  que somadas chegam ao total de vinte. Importância tão insignificante que algumas pessoas, não a recebem como troco.
Moedas de metal, que descartamos nas mãos de mendigos ou colocamos nos cofrinhos. No final do ano, são depositadas nas caixinhas dos balcões das diversas lojas. Muitas vezes, as deixamos também sobre as mesas de bar, como pequenas gorjetas para os garçons.
            Apenas vinte centavos mobilizou um país. Crianças, jovens, homens e mulheres, estudantes e trabalhadores ocuparam ruas, avenidas e praças, por quantia tão pequena.
            Brasileiros de mãos calejadas e corpos cansados conseguiram coragem para gritar por seus direitos. São centavos roubados da saúde, da educação, dos transportes, das moradias, dos salários, da dignidade, da paciência, da espera, da resignação, da honestidade e de tantas outras condições inerentes à sobrevivência humana.
            Foi assim em outros momentos, o brasileiro, conhecido como povo pacífico, pacato, indiferente e que se contenta com samba e futebol, quando há necessidade, ele sai em busca de seus direitos.
Atenção senhores políticos, as mordomias, os roubos, as falcatruas, as coligações e tantas outras “safadezas” cometidas pelos senhores, está ameaçada. As dezenas de partidos e suas siglas incontáveis estão com os dias contados. O povo foi às ruas sem partidos, isto é, foi unido e não “REPARTIDO”. Não houve carros de som e nem líderes para apregoar mentiras. O povo foi de povo!
            Acredito que nesse momento, muitas contas no exterior, devem estar sendo movimentadas. O envio de dólares e euros possivelmente está saindo às pressas, escorregando para contas particulares. Talvez algum medo esteja atormentando os nossos políticos. Talvez! É possível que alguns estejam com receio do povo e comecem a repensar suas vidas. Provavelmente até rezem e procurem seus orientadores espirituais para salvarem suas almas.
            Estamos numa encruzilhada: o povo foi às ruas por vinte centavos. Mobilizou-se e outras questões surgiram. E agora? Para onde caminhará essa multidão? O que fazer com os sonhos de mudança? Os centavos foram devolvidos ao povo, mas a dignidade de habitar um país justo e ético ainda não foi devolvida.
            E agora? Quem vai manter a ocupação das avenidas? Quem terá a coragem de continuar a gritar contra toda a sujeira que envergonha nosso país? Não se pode recuar depois de tanto sonhar com mudanças!
            Quando acordarmos da ressaca de brasilidade, corremos o risco de sermos novamente envolvidos por discursos baratos, promessas que nunca serão cumpridas, jogos do campeonato, desfile das escolas de samba, reality shows, mulheres frutas e tantos outros engodos que de tanto serem degustados, já fazem parte do nosso cardápio.

            O que vamos fazer? Voltar para casa e silenciarmos por mais dez anos?

            Com a palavra Carlos Drummond de Andrade

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
 
NÃO À VIOLÊNCIA! NÃO AOS BADERNEIROS! ESSES NÃO FAZEM PARTE DA MAIORIA TRABALHADORA QUE TEM DIREITO A CLAMAR POR SEUS DIREITOS! SOMENTE UMA SOCIEDADE ORGANIZADA É CAPAZ DE RECONDUZIR NOSSO PAÍS AOS CAMINHOS DA ÉTICA!
Edison Borba