quarta-feira, 12 de junho de 2013

PROTESTO OU DESORDEM?

           Num país democrático, o povo tem o direito à luta, logo, protestar por melhores condições de vida faz parte do cotidiano de todo e qualquer cidadão. Organizar passeatas, abraçar monumentos, ocupar ruas e praças, organizar vigílias são formas de protestos  aceitos pela  sociedade. Fazer abaixo-assinados é uma forma de luta, que já experimentamos e através dela leis foram alteradas.
A praça é do povo como o céu é do condor, palavras de poeta e verdade incontestável. É lindo e emocionante participar de uma passeata, ostentando cartazes e faixas com palavras de ordem. Multidão organizada de braços dados lutando pelo mesmo ideal, é uma imagem que mostra como a democracia faz bem ao povo.
Pintar os rostos, sair às ruas já demitiu até presidente.
Porém, protestar não pode ser sinônimo de vandalismo. Depredar o patrimônio da cidade, incluindo monumentos históricos. Destruir propriedade alheia, obstruir o tráfego impedindo a circulação de veículos, interferindo no ir e vir das pessoas. Incendiar veículos, apedrejar e colocar à vida de terceiros em risco, não é democrático. Não podemos confundir baderna, violência e destruição com protesto democrático.
Também sou trabalhador e fui estudante. O aumento das passagens de ônibus atinge de forma séria o meu salário, mas a violência e o vandalismo, não irão demonstrar a minha indignação contra essa atitude dos empresários e governantes.
 dias que o Rio de Janeiro e São Paulo estão sendo palco de um movimento que “se diz” dos estudantes, mas pela forma com que está sendo conduzido, mais parece ação de predadores, que de rosto coberto quebra e destrói patrimônios. Protestos verdadeiramente democráticos, não podem servir de trampolim para um bando agir de forma “bandida”. Cidadão que  sai à rua para exigir seus direitos, o faz de cara limpa. Nos tempos da ditadura, ninguém usava máscara, mesmo sabendo que estava colocando a vida em risco por um ideal. Cobrir a cara para apedrejar, pichar, queimar e destruir é coisa de marginal.
O que se viu nesses últimos dias não foi um movimento democrático e muito menos de estudantes e trabalhadores. Um bando de desordeiros quebrou, queimou e violou os direitos dos cidadãos de bem. Os ônibus continuarão a custar mais caro, os empresários mais ricos e o povo pagando a conta do que foi destruído.
O dia que nós brasileiros aprendermos a lutar com as verdadeiras armas da democracia, as aves daninhas que ocupam o poder deixarão seus ninhos e irão pousar na cadeia. Infelizmente somos inocentes. Ainda nos deixamos levar pela máfia que usa a população como massa de manobra. Os infiltrados são bastante inteligentes para saberem conduzir a massa.
A única maneira de consolidarmos o processo democrático em nosso país é através da educação de base. Enquanto a ignorância e o analfabetismo social prevalecer na sociedade, continuaremos a levar vida  de gado. Somos conduzidos para os currais eleitorais pacificamente, apertamos o botão da urna eletrônica sem sabermos o nome e o partido de que indicamos para o poder.
Enquanto agirmos dessa forma, continuaremos a queimar pneus, pichar monumentos, levarmos tiros de balas de borracha, quebrarmos vitrines para conseguirmos apenas, ficar com os olhos vermelhos de tanto chorar pelo spray de pimenta.
Edison Borba
á dois di Ha

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