quinta-feira, 13 de junho de 2013

O SANTINHO

Pobre de Santo Antoninho
Protetor dos casamentos
Depois de tantos divórcios
Anda um pouco em desalento
Agora o bom é ficar
Beijar na boca namorar
Quanto ao verbo casar
Ninguém mais quer conjugar
Santo Antônio desolado
Lá no céu vive a chorar
Está quase desempregado
Pois não  pode trabalhar
Pobre do padroeiro
Dos casais comprometidos
Que acreditavam em amor
Namoravam e noivavam
Esperando o momento
Para sentir o sabor
Da boa fruta proibida
Que ficava bem guardada
Para ser saboreada
Depois da religiosa benção
Mas agora vejam só,
Santo Antonio
Meu santinho
A fruta já vem descascada
Muito bem saboreada
Antes da cerimônia
No altar acontecer
E o  amigo Antoninho
Fica todo envergonhado
Quando o padre inocente
Autoriza a noiva beijar
Como se aquele beijo
Fosse mesmo  o primeiro
Dado diante do altar
O que ele desconhece
É que o beijo na igreja
Logo após a sua benção
É apenas um teatro
Para tirar retrato
Mas o melhor da festa
Já faz tempo que ocorreu
E a lua que era,  mel
Aconteceu num motel

Edison Borba 

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário