segunda-feira, 3 de junho de 2013

A DIFÍCIL ARTE DE PACIFICAR

           Temos acompanhado o empenho de algumas autoridades, em tentar a pacificação nas comunidades do Rio de Janeiro. Sabemos que é uma tarefa difícil, que exige paciência e perseverança. Não se trata apenas de montar Unidades Militares em lugares dominados por traficantes e bandidos, é um processo de conquista e libertação. É preciso livrar os moradores do referencial histórico de obediência aos malfeitores.
A violência é tal qual uma doença endêmica, que uma vez instalada, é preciso eliminar o vetor. No caso da dengue, os mosquitos precisam ser destruídos, e para isso tem-se que acabar com seus locais de reprodução. O sistema é o mesmo quando estamos tratando com os traficantes. São tão maléficos como o câncer, que através de metástases contaminam diversas áreas.
Outra questão, que também dificulta a ação das UPPs, é a falta de condições básicas de sobrevivência nas localidades mais pobres do estado. Tivemos um longo período de descaso com o saneamento básico, educação, saúde e moradia. Esse tempo perdido, precisa ser recuperado, mas novamente analisando  biologicamente a questão, o que não foi realizado corretamente no tempo certo, deixou marcas e cicatrizes difíceis de serem apagadas.
Estamos inaugurando mais uma UPP, dessa vez na localidade de Cerro-Corá, atendendo moradores do bairro do Cosme Velho e adjacências.
Importante lembrar, que inaugurar instalações de uma Unidade Pacificadora é iniciar um longo e árduo processo, que implica na adaptação dos moradores e dos policiais indicados para a tarefa. Será necessário um longo tempo até que novas atitudes e hábitos sejam implantados no local. Também será necessário que as necessidades básicas, como coleta sistemática do lixo, criação de posto de saúde e creches, apoio à associação de moradores além de uma série de necessidades que juntamente com a presença dos policiais, irão compor o processo de pacificação.
Temos que ter cuidado, para não errarmos novamente, como aconteceu com o turista alemão, que iludido com a propaganda enganosa, foi baleado, numa comunidade dita e alardeada pelos meios de comunicação como pacificada.
Todos, queremos que a paz seja uma realidade, em nossa cidade, estado e país, mas precisamos ter coragem de admitir que, estamos,  no caminho certo, mas  ainda falta muito para conseguirmos chegar à tão sonhada pacificação.
Chegaremos lá sem dúvida! Disso eu tenho certeza!
Edison Borba

 

 

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