segunda-feira, 30 de julho de 2012

TÓXICOS (para quem servem?)

Euforia, excitação, fantasias, êxtase, adrenalina.

Tabaco, LSD, álcool, anfetaminas, cocaína, maconha, ópio.

Alucinações, ilusões, torpor, embriaguez, decadência.

Injeções, comprimidos, fumo, aspiração, tabletes.

Morte, doença, loucura, sanatório, hospital, presídio.

Insônia, vômitos, tremores musculares, diarreia, agressividade.

Desinformação, excesso de confiança, fragilidade.

Busca pela felicidade, demonstração de coragem.

Se tornar herói. Ficar alegre. Pertencer ao grupo.

Cheirar, cheirar e cheirar. Aumentar a dose. Autoflagelação.

Fantoches. Zumbis. Mendigos. Solitários.

Tremores. Remorso. Solidão. Medo.

Passos  vacilantes. Mãos trêmulas. Olhar vazio.

Trajetória descendente. Impotência. Degeneração cerebral.

Alcoólatra. Bêbado. Viciado. Toxicômano. Delinquente.

Família. Escola. Amigos. Pais. Filhos. Sofrimento.

Perdas. Perdas. Perdas.

Tratamentos. Desintoxicação. Terapias. Dor. Vergonha.

A primeira tragada.

O primeiro gole.

A primeira picada.

Ilusão de ter controle sobre a droga.

Ela é mais forte que. Ela comanda.

Ela corrói. Ela destrói.

Somente ELA é vencedora.

Não se iluda. Não dê o primeiro passo. Ela te abraça eternamente.

Caminho sem volta. Estrada sem fim. Abismo. Escravidão.

Educação. Saúde. Alegria. Felicidade.

Alerta para famílias.

Sem medo de ser careta.

Ter auto-controle. Buscar ajuda. Saber ouvir.

Quem são meus amigos?

Ler. Aprender. Estudar. Buscar informações.

Construir a vida em bases sólidas.

As baladas duram apenas horas.

As sequelas ficam por toda a vida.

Tóxicos! O que são? Para que servem? Para quem servem?

Eis a questão!

Edison Borba

     

domingo, 29 de julho de 2012

Sean Penn – O ATOR

Existem atores e atrizes que passam a vida inteira “se” iterpretando. Não mudam nunca, mesmo usando artíficios de vestimentas, fantasias e maquiagem eles serão sempre reconhecidos, suas imagens não deixam os personagens viverem.
Porém, no mundo da interpretação, existem alguns seres, mutantes. São reconhecidos apenas pelo nome nos cartazes. São camaleões. Eles se transformam, fazem metamorfose e dão vida ao personagem.
É um verdadeiro encantamento poder assistir no telão do cinema esse monstros da arte da transmutação. Mudam de pele, trocam de personalidade, nergulham tão profundamente no papel em que estão atuando, que morrem como pessoas físicas e deixam nascer o outro, o personagem.
Nesse grupo de privilegiados está o Senhor Sean Penn. Homem de várias faces e multiplas interpretações, nos brinda com a sua incrível participação em “Aqui é o meu lugar” ( This must be the place).
Irreconhecível  com um visual gótico, dando vida ao  um ex-astro de rock , Cheyenne, que vive esquecido em seu mundo de lembranças. Essa “figura” sai de seu ninho, na Irlanda, retorna aos Estados Unidos, para o enterro de seu pai, de quem estava afastado há trinta anos. Essa “criatura” gótica, durante a história viaja em busca do nazista que humilhou seu pai, num campo de concentração.
O restante do filme, fica por conta da imaginação dos cinéfilos.
Vale a pena conferir nas telonas essa incrível história. A platéia se diverte e também reflete sobre questões sérias. Uma viagem que não pode deixar de ser feita, principalmente porque o cicerone é o incrível Sean Penn.
Edison Borba

sábado, 28 de julho de 2012

ENTRE O PRAZER E O SONHO

Às vésperas do início dos jogos olímpicos, uma jogadora brasileira da equipe feminina de basquetebol, foi dispensada e impedida de viajar para Londres.

Para ela, a realização do sonho olímpico, foi desfeita. Dias e horas de preparação física, treinamento pesado, controle alimentar entre tantas outras regras rígidas superadas, foram perdidas por apenas algumas horas de prazer.

A atleta foi flagrada com o namorado no hotel em que a seleção estava hospedada. A equipe em concentração fazia preparação para enfrentar a maratona das competições londrinas.

Fica a questão: - Por uma hora de prazer, um sonho foi perdido!

Como entender essa situação? – Será que vale a pena arriscar todo um investimento apenas por alguns momentos com a pessoa amada?

Houve rigidez na penalidade?

Quando se faz parte de uma equipe, é necessário respeitar as regras?

Como ficaria a moral das outras jogadoras, se a companheira tivesse sido perdoada?

Mas, a maior de todas as questões ficará no coração da atleta. De quem foi a sugestão do encontro? Partiu dela a necessidade de expressar a paixão? Será que foi dele, o amado, que não segurou a vontade de abraçar sua namorada?

Como ficará esse amor, após a grande mudança na trajetória da vida desta jovem?

O sonho olímpico é provavelmente, um dos maiores objetivos da maioria dos atletas. Competir com o mundo. As medalhas. As bandeiras. Os hinos. A pátria. O orgulho. A vontade de vencer. A pátria.

Tudo isso só o tempo irá responder. Por alguns instantes de prazer um grande sonho deixou de ser realizado.

Para nós, fica a reflexão: - O que vale mais? – Quem vale mais, quando está em jogo o prazer e o sonho?

Edison Borba










LONDRES, CAPITAL DA PAZ!

Dia 27 de julho de dois mil e doze, Londres, tornou-se a capital da paz, ao sediar os Jogos Olímpicos. Foi emocionante ver mais de duzentos países reunidos em um só lugar. Homens e mulheres de todas as idades e cores, que apesar da falarem os mais diversos idiomas, naquele momento conseguiam entender-se através do mesmo objetivo, competir sem destruir.
Uma linda Babel de cores, roupas, música, linguagens e danças. A alegria e a felicidade estavam presentes no coração de toda àquela gente.
Na presença da maior autoridade inglesa, representantes de diversos países, demonstravam orgulho quando desfilava os representantes da sua Terra Natal.
Maravilhosa união entre os povos. Naquele momento não havia negociações, nem países fortes ou fracos, ricos ou pobres, todos iguais perante as regras dos jogos.
Nações que passam por grandes crises financeiras, outras que sofreram com problemas atmosféricos, se fizeram representar. Não importando a quantidade de componentes de sua delegação, mas a coragem e o orgulho de representar seu país.
Estar presente nos jogos Olímpicos é demonstrar que a força de um povo não se abate, apesar dos problemas.
Como seria bom se as nações se respeitassem da mesma forma que o fazem durante os Jogos Olímpicos. Atletas, juízes e preparadores atuando segundo as regras do juramento prestado diante de milhares de pessoas.
Jurar que cumprirão a sua parte, que trabalharão com justiça, que respeitarão a ética, que irão agir com imparcialidade, que não haverá protecionismo e nem discriminação. Regras simples de serem cumpridas, bastando apenas que os homens respeitem um dos maiores princípios mundiais: somos todos iguais perante a lei!
Parabéns ao povo londrino, que realizou uma linda festa de abertura das Olimpíadas 2012, e que durante vários dias será a capital da paz mundial!

Edison Borba

QUE BICHO DEU?

Nascido no interior do estado de Alagoas, Alceu migrou para o Rio de Janeiro, em busca de melhores condições de vida. Sempre ouviu dizer que o Rio era a terra da promissão. Além de oferecer um bom mercado de trabalho, tinha muitas praias, o que o tornava melhor que São Paulo.
Arrumou os poucos pertences que possuía, colocou a mochila nas costas e embarcou para a cidade maravilhosa.  Hospedou-se num pequeno hotel no centro da cidade próxima ao largo da Lapa. Não era o melhor lugar do mundo, mas estava bem localizado, o que iria permitir a ele economizar no transporte  e até na alimentação, pois havia nas imediações vários bares que ofereciam um bom prato por um pequeno preço.
Após um mês morando junto com os cariocas, Alceu ainda não havia conseguido arrumar um bom emprego. Fez alguns bicos, ganhando o necessário apenas para matar a fome, sendo que algumas vezes o que lhe pagavam dava apenas para uma média de café com leite e pão sem manteiga.
Em suas idas e vindas, na busca por emprego, percebeu que havia em vários lugares da cidade cidadãos trabalhando traquilamente, numa pequena mesa, com uns blocos de papel, onde faziam anotações numéricas. Em sua inocência, Alceu não tinha conhecimento que se tratava de contravenção “legal” (aceita pela sociedade e respeitada pela polícia), o Jogo do Bicho.
Numa tarde de verão, após dois meses morando no Rio de Janeiro, Alceu parou diante de uma “banca” do bicho e arriscou a sorte. Após receber informações do anotador, optou pelos números que estavam sempre em sua cabeça. Como não tinha muita grana, arriscou apenas alguns centavos de real.
Dia seguinte, ao passar pela banca, foi surpreendido quando soube que seus números, haviam sido sorteados. Uma pequena quantia garantiu o aluguel do mês. A partir dessa data, o alagoano, sempre que podia arriscava a sorte. Esse hábito, fez com que seus amigos passassem a lhe perguntar:  - Alceu, que bicho deu?
Essa combinação rimada entre o seu nome  e o verbo, transformou a vida do Alceu completamente.
Hoje, ele trabalha como apontador do Jogo do Bicho, nua movimentada esquina da zonal sul do Rio de Janeiro, mora em apartamento próprio e possui carro do ano.
Alceu, que bicho deu? É a pergunta que ele mais gosta de responder.
Enquanto a legalização desse tipo de jogo não acontece, a população continua a fazer a sua “fezinha” na banca do Alceu.
Vou dar uma passadinha na banca do Alceu. Sonhei com burro, vou arriscar no cavalo!
Edison Borba

sexta-feira, 27 de julho de 2012

FELICIDADE TEMPORÁRIA

Acordei feliz. Abri as janelas do meu quarto e senti a brisa suave da manhã a me tocar o rosto. Respirei  profundamente para aproveitar aquele ar puro de inverno. Sorri para o dia e assobiando fui escovar os dentes. Olhando meu rosto no espelho do banheiro me senti mais jovem. Um pouco de creme de barbear, uma lâmina e lá estava eu lindo refletindo alegria de viver. Quase que perguntei ao espelho se havia alguém mais feliz do que eu.
Com essa disposição e felicidade, pude saborear meu delicioso café.
Pronto para o banho segui cantarolando para o chuveiro. Delícia aquela água morna deslizando pelo meu corpo. Cheirinho de sabonete e uma toalha macia para me acariciar.
Felicidade completa!
Com havia tempo suficiente, sentei-me no sofá, ainda saboreando uma torrada com geleia de morango. Sentindo o agradável odor da minha loção pós-barba, aconcheguei-me entre  almofadas  liguei o televisor e sintonizei no jornal da manhã.  E foi assim que minha felicidade acabou.
Marido matou mulher a facadas na frente do berço do filho de apenas um ano de idade.
Dois motoqueiros atropelados por motorista que dirigia embriagado.
Em Brasília, o caso “cachoeira” continua sem solução. Tudo faz crer que, uma pizza, tamanho família já está assando no forno do planalto.
Bandidos voltam a atacar no Complexo do Alemão. Novos confrontos entre policiais e traficantes assustam a comunidade local.
Goleiro da seleção brasileira que disputaria os jogos olímpicos em Londres sofre distensão muscular e volta ao Brasil.
Incêndio numa favela de São Paulo, deixa centenas de desabrigados.
Jovem brasileira morre no Peru, após cair num precipício.
Polícia não consegue conter as cracolândias. Mulheres grávidas e crianças fazem parte do imenso grupo de viciados espalhados por diversos bairros da cidade.
Os desabrigados pelas enchentes do ano de 2011, ainda continuam desabrigados. O dinheiro liberado para construção de casas populares sumiu.
Professores universitários continuam em greve e na Bahia, o número de dias sem aulas já ultrapassa a cem.
Centenas de pessoas sofrem sem atendimento nas filas dos hospitais  públicos
Mudei de canal. Verifiquei em quatro emissoras diferentes e as notícias eram as mesmas. A diferença ficou apenas na entonação da voz dos jornalistas.
Aos poucos minha alegria foi dando lugar à tristeza. Faz anos que as notícias não se alteram. Mortes, roubos,  greves, assassinatos, acidentes e tragédias. Sei reconhecer que muitas coisas boas também estão acontecendo e que as calamidades ecológicas fogem ao nosso controle. Porém, a maioria dos eventos ruins; foram provocados, por seres humanos. Nós os racionais estamos à frente quando se trata de matar, prejudicar e desrespeitar.
Já causamos diversas guerras, já tomamos atitudes terroristas, já humilhamos e fomos preconceituosos. Fazemos leis para desrespeitá-las. Criamos mecanismos de proteção aos bandidos e fingimos que nada de mal está acontecendo.
Continuei sentado no sofá, desliguei a televisão e deixei que as lágrimas molhassem meu rosto, como a única forma de enfrentar mais um dia.
Edison Borba

quinta-feira, 26 de julho de 2012

AMOR É MORTE?

Amor e morte duas palavras quando entrelaçadas podem assustar. ”Amoremorte” ou “amorte”: nesse jogo de letras que formam as duas palavras, percebe-se que as duas se entrelaçam, originando um contexto desagradável.
Nos últimos meses, nosso noticiário tem estado repleto de casos de amor e morte. Crimes cuja justificativa é o excesso de amor. O ciúme, grande companheiro das paixões é apontado como o culpado das tragédias.
Desde o início de 2012, eu perdi a conta do número de casos publicados pela imprensa envolvendo casais, parceiros e amantes.
Maridos traídos, exmaridos inconformados, namorados abandonados, casos mal resolvidos, paixões descontroladas, sexo não correspondido são tênues desculpas usadas na tentativa de justificar o crime.
Assustadoramente, a maioria dos casos, o homem aparece como o algoz. Herdeiro do antigo, mas atual machismo, os homens modernos ainda trazem em seu conjunto genético, genes deletérios que lembram os antigos trogloditas.
Apesar da educação e socialização da humanidade, os resquícios pré-históricos prevalecem em alguns momentos. Eles se sobrepõem às mais modernas técnicas pedagógicas e pregações religiosas.
O homem moderno, nascido nos atuais séculos, comporta-se como os habitantes das cavernas quando o assunto se relaciona à sua posse sexual. Atitudes bárbaras, o uso de métodos canibalescos, deixam claro que ainda há um longo caminho, até que o nosso genoma fique totalmente livre dos nossos ancestrais.
Quanto às mulheres, algumas poucas vezes, elas parecem nos noticiários policiais, e quando envolvidas com o crime do parceiro, na maioria das vezes, existe uma justificativa relativamente aceitável. Os casos mais drásticos, a ré geralmente é portadora de algum desequilíbrio em sua estrutura mental.
Portanto, mais uma vez, eu retorno ao assunto da necessidade de termos uma educação mais clara e objetiva sobre amor, relacionamentos, convivência, controle emocional, relações sexuais afetivas e tudo o que possa melhorar os relacionamentos humanos independentemente do tipo de parcerias.
Enquanto a sociedade não se mobilizar e agir, continuaremos a ler nos noticiários histórias de crimes passionais.
Relembrando um antigo ditado: - quem ama não mata!
Edison Borba

VIDA DE BORBOLETA

Voar, beijar as flores e reproduzir, esses são os deveres que as borboletas devem cumprir na sua efêmera vida. Três obrigações que permitem manter a existência na terra mais bonita e florida.
Seus vôos, seus bailados no ar fazem-nos sonhar e sentir o que de melhor a vida pode nos oferecer. Observar o vôo de borboletas é deixar que a imaginação viaje para os mais encantados dos universos.
Em suas idas e vindas beijando as flores, colendo pólen e distribuindo-o pelos campos elas garantem que nossas cidades sejam coloridas e perfumadas. Flores e flores, cores e cores, odores e odores. Tudo isso é trabalho das borboletas.
Curta, mas produtiva vida. Deveríamos ser como elas, ocuparmos nossa existência em distribuir amor e colorir o nosso planeta.
Que maravilha se a nossa vida também pudesse ser tão simples e linda. Voar e voar de cidade em cidade. Pousando aqui e ali, por alguns segundos e seguindo sempre em frente, bailando e dançando sem compromisso. Apenas cuidando de enfeitar o mundo distribuindo cores e beijos. Muitos beijos. Seguir apaixonadamente sem medo da felicidade. Ser livre!
Liberdade produtiva, liberdade construtiva, liberdade para fazer o bem.
Infelizmente, o homem buscando essa “tal” liberdade, na tentativa de alcançá-la, provocou guerra, destruiu cidades e pessoas. Causou grandes males à natureza e colocou em risco à vida das borboletas. Esses frágeis e inofensivos seres, cuja  curta existência é apenas para dar aos homens mais beleza e melhores de condições de sobrevivência está desaparecendo.
Triste fim das belas e frágeis borboletas!
Edison Borba

terça-feira, 24 de julho de 2012

MORTE PACIFICADA

Fabiana  Aparecida de  Souza, mulher policial, 30 anos atuando na Comunidade do Alemão, que foi “pacificada” no ano de dois mil e dez, morre ao ser baleada. A jovem defensora da lei usava uma arma de baixo calibre, enquanto os bandidos estavam armados por  fuzil de alto poder destrutivo.
Covardia! Total e pura covardia!
A cidade do Rio de Janeiro sofre com essa terrível perda. A população está inquieta com a “pacificação”. Cidadãos estão atônitos com o poder que o tráfico ainda mantém em nossa sociedade.
Noite de segunda-feira,  o terror voltou a ocupar as ruas da favela. No Complexo do Alemão, mais especificamente na localidade conhecida como Nova Brasília, aconteceu à tragédia.
Mais uma pessoa morta, mais uma cidadã assassinada, mais um número para aumentar às estatísticas da morte.
A população trabalhadora continua a acreditar que nossa cidade caminha para uma real pacificação.  Todos mantém esperança de que os nossos valentes policiais, irão conseguir vencer. Mesmo com uma desvantagem quanto ao poder defensivo, temos do nosso lado a coragem e a vontade de fazer o bem.
Como nas novelas, filmes e romances, o bem vencerá o mal e os bons dominarão os maus.
Infelizmente, nesse capítulo, perdemos uma lutadora. Perdemos uma trabalhadora da lei. Ganhamos mais força, mais coragem e mais vontade de vencer. A morte da Fabiana, não será em vão. Seu exemplo, sua coragem, sua vontade de vencer servirá para todos os nossos soldados como um motivo a mais para conseguirmos realizar o sonho da cidade pacificada.
Rio de Janeiro, cidade maravilhosa, não quer mais admitir mortes pacificadas!
Edison Borba





domingo, 22 de julho de 2012

JUÍZES E ANJOS

Em 20 de julho do ano de dois mil e dez, o céu recebia mais um anjo, para compor o grande coro celestial.
Abraçado pelos Divinos Mestres, Rafael Mascarenhas subiu iluminado e iluminando a todos que ele deixou na terra.
Anjos são assim, chegam e partem rapidamente deixando saudade, mas também uma grande alegria e júbilo para todos os que tiveram o prazer do seu convívio.
Anjos são raros. Eles chegam disfarçados de filhos, irmãos e amigos e são percebidos apenas quando “fazem a viagem”..
Assim foi Mascarenhas, ou apenas anjo Rafael, que   em seu pouco tempo de morada na terra, permitiu a todos, perceberem que ainda existem anjos no século XXI. Brincam com skate, cantam e dançam alegrando o ambiente no qual estão inseridos. A sua missão é trazer alegria, paz e felicidade aos nossos corações. São seres tão suaves que mais parecem nuvens de algodão. Seus rostos sempre iluminados mostram sorrisos, capazes de curar as mais fortes dores.
Juízes são homens que devem conhecer as leis. Citados na Bíblia como os Senhores da justiça possuem a função de analisar e julgar com  equilíbrio as mais diferentes situações.
Salomão, ao decidir a verdadeira mãe de uma criança, marcou claramente o papel de um juiz.
Infelizmente, nem todos os homens, nomeados juízes, possuem a sabedoria divina de um Salomão.
São apenas seres comuns, que apesar de usarem uma toga, possuírem o anel da justiça, pecam quando precisam decidir que “penas” deverão aplicar.

Devemos perdoá-los?

Essa questão ficará em nossas mentes para reflexões:

>todo juiz é apenas um homem, e sendo assim:

>>>nem todo juiz é capaz de separar o bem do mal.

>>>alguns não reconhecendo o bom. Como irão identificar o mau?

Deixemos então, nas mãos dos Divinos Mestres, o julgamento final.

Nosso anjo Rafael está iluminando-nos para que não cresça em nossos corações a semente da vingança.

Aos juízes da terra, as leis terrenas!

Aos infratores a justiça Divina!

 Edison Borba



                                                                                                                         


GERAÇÕES

Um avô – um neto
Dois  homens

O idoso e o jovem

Mundos diferentes

Conversas  iguais

Entre desiguais

Experiência e juventude

Relacionamento fortalecido

Troca de informações

Ideias divergentes

Ideais semelhantes

Realidades  e  realizações

Esperanças

Um encontro de gerações

Histórias  vividas

Histórias sonhadas

Sonhos realizados

Sonhos a realizar

O antigo e o novo

Ambos querem buscar

Novos caminhos a trilhar

Grandes amigos

Ainda terão muito chão pra caminhar

Muitos sonhos a realizar

Um avô – um neto

Gerações que geram ações!

Para Daniel – sobrinho, neto e amigo.
Edison Borba




sexta-feira, 20 de julho de 2012

MARÍLIA PERA

Estou chegando do teatro, ainda inebriado pelo belo espetáculo que assisti: Marília Pera em “Herivelto, como conheci”.
Texto inteligente, que sob a condução de Marília, torna-se encantador. Mesclando prosa e versos, texto e música o espetáculo é conduzido com a participação da plateia. 
Uma releitura da vida de Herivelto Martins, que quase sempre é associada a grande Dalva de Oliveira,  mulher, com quem viveu uma intensa e conturbada relação afetiva.
Nesse texto, a história do compositor e cantor é contada a partir do seu relacionamento com a sua segunda esposa,  seu grande amor, Lurdes.
Marília conversa, conta histórias, canta e encanta a plateia com a sua versatilidade. Elegante, como sempre, a grande diva da dramaturgia brasileira, mais uma vez merece nossos aplausos.
Vale a pena ir ao teatro e assistir a esse grande espetáculo!
Edison Borba

quarta-feira, 18 de julho de 2012

O SALÁRIO DO REI

A crise financeira que atinge a Europa  não poupou a Espanha. Problemas sérios estão atormentando o povo espanhol. O desemprego, além de outras situações, fazem um teste de cidadania em todos os que habitam e amam esse lindo país.
O rei, seu filho e herdeiro além dos outros membros da família real terão seus ganhos diminuídos como forma de colaborar para minorar os problemas espanhóis..
Mais do que a questão financeira, a atitude tem um grande significado. Os atos vão além dos fatos. Abrir mão de qualquer coisa que nos de ou poderá nos dar prazer é bastante difícil.
Há poucos dias no Brasil um casal de moradores de rua devolveu uma boa importância em dinheiro, encontrado no lixo.
Essa atitude chamou a atenção de todo a imprensa brasileira, da mesma forma que os noticiários do mundo estão publicando a forma com que o rei espanhol se comportou.
Estamos nos acostumando com a falta de ética, com comportamentos desleais, com a exploração do trabalhador, com os desvios de verbas públicas, de tal forma  que as atitudes inversas passam a ser extraordinárias.
Invertemos a situação, o que deveria ser o normal e comum, passou a ser maravilhoso. Ser leal, honesto e ético é inacreditável.
É lastimável e triste, acompanhar essa nova forma de comportamento social. Como escreveu Marina Colasanti, em uma belíssima crônica – “eu sei que não devia, mas a gente se acostuma”.
Eu sei que deveria protestar mais, reclamar mais, exigir muito mais. Porém, acabo me acostumando com o que é errado e imoral. Fecho meus olhos e minhas janelas e deixo a vida de seguir seu curso.
O Japão, que sofreu terremotos e tsunames, já reconstruiu quase todo o país. Casas, pontes, viadutos já estão reedificados, num grande exemplo de força e amor a terra. Aqui no Rio de Janeiro, as cidades afetadas por fortes chuvas em anos passados ainda estão com ruas obstruídas e população desabrigada. Restos da tragédia ainda estão espalhados pelas cidades vitimadas pela catástrofe. O dinheiro que deveria ser aplicado na reconstrução desapareceu. Ninguém sabe ninguém viu e os ladrões continuam livres a espera de uma nova calamidade para que possam se alimentar com o sofrimento do povo. Vampiros de vidas humanas sempre espreitando uma nova tragédia.
Tanto o rei quanto o sem teto, tornaram-se exemplos de que vale a pena tomarmos atitudes certas e sérias quando a questão envolve o bem da comunidade.
Quem sabe, algum dia, um anjo desça sobre a terra da promissão, chamada Brasil e com as suas asas abertas sobre toda essa nação, transforme através de um grande milagre, o comportamento, principalmente de alguns políticos e empresários.
Que a luz da justiça desça sobre todo o povo brasileiro e dessa forma, nunca mais faltará teto e pão para as famílias que trabalham sustentando tão promissor país com o suor de seus rostos.
Edison Borba

terça-feira, 17 de julho de 2012

DORES DE VIVER

Durante o ciclo de vida de um ser humano, várias dores serão sentidas e suportadas. Algumas são físicas, outras mentais e até as dores espirituais. Qualquer uma delas, é única, e individual. A dor é nossa. Apenas quem a sente sabe avaliar a sua intensidade.
Uma simples dor de cabeça, aquela que vem devargazinho e passa o dia todo com a gente, incomodando, aborrecendo tirando-nos o prazer de viver. Essa dor tão comum, que acomete uma grande maioria de pessoas em todo o mundo, é simplesmente única. Cada um tem o seu próprio sentido e percepção da sua dor.
Outras dores que invadem nosso corpo deixando-nos incomodados com um dente, rins, estômago ou qualquer outra parte do organismo é sempre individual. Ninguém saberá jamais avaliar o que sente o outro. “A dor é minha em mim doeu” afirmou o poeta.
Mas  as dores não podem ser avaliadas isoladamente. Elas se interligam formando uma rede de sofrimento bastante complexa.
O organismo humano funciona interligado através dos fios neurológicos que estabelecem conexões entre todas as células que constituem o corpo humano. Portanto, não existe apenas uma dor física ou psicológica separadamente. Dor é uma sensação desagradável, variando de intensidade, desestabilizando todo o organismo na qual ela está acontecendo.
Porém, existem situações em que o corpo não está doente. Nenhuma parte dele está desorganizada. São questões que provocam dores violentamente fortes e difíceis de serem entendidas e curadas. Elas acontecem fora do nosso corpo, são situações que nos cercam e que se transformam em algo muito maior que uma dor orgânica. São fatos, acontecimentos, coisas que fogem ao nosso controle, mas que nos atingem como bombas nucleares. Machucam, sangram, deixam cicatrizes e é necessário que haja muita força para aceitá-las e conviver com as marcas que ficam em nossa vida.
Arrumar o quarto do filho que morreu.
O abandono, a perda de uma paixão.
Ficar sozinho vendo seu amor ir ao encontro de outro alguém.
O sentimento de injustiça. Ser acusado por algo que não se fez.
Sofrer com uma ingratidão.
Segurar a alça do caixão no enterro de um grande amigo.
Ser discriminado. Sentir o preconceito na sociedade em que se vive.
Desconhecer o paradeiro de alguém querido que, desapareceu  no mundo.
Esperar por notícias que nunca chegam.
Essas dores, ou sentimentos de dor estão além do corpo e da mente. Elas acontecem no mais profundo do nosso corpo. Não existe na medicina, analgésico capaz de diminuir o sofrimento causado por esses males.
O tempo, a fé, a ocupação com tarefas de utilidade pública, o cultivo de flores são algumas formas de cicatrização para feridas tão profundas.
Cada um deve buscar uma forma de remédio para sanar essas dores.
Transformá-las em amor por algo, alguém ou até um animal pode minimizá-las.
Mas, as marcas causadas serão cicatrizes que jamais deixarão de existir.
Edison Borba

segunda-feira, 16 de julho de 2012

MENINAS? MULHERES?


Onde estão as nossas meninas?
Aquelas que brincavam com bonecas
E sonhavam  com príncipes encantados?
Meninas em salões de beleza
Maquiando rostos inocentes
Imitando adultos em movimentos sensuais.
Onde estão as nossas garotas
Que ouviam histórias
Corriam no parque perseguindo borboletas?
Crianças representando mulheres
Tentando ser adultos se transformam em caricaturas.
Onde se encontram as menininhas crianças
Com alma infantil?
Redundância
Minha redundância
Meus questionamentos
Crianças arremedo de adultos
Cabeças deturpadas
Mentes modificadas
Ganância do mundo adulto
Que se preocupa em vender produtos
Batom, esmalte, maquiagem
Que pintam rostos inocentes
Destruindo a infância
Transformando nossas meninas
Em tristes palhaços de estimação
Brinquedos de propaganda
Perdidas na ilusão de ser adulto
Antes do tempo
Antes do amadurecimento
Tristes meninas
Caricaturadas e humilhadas
Na fantasia comercializada.

Edison Borba

O SILÊNCO DE Paul McCartney

As leis existem para ser cumpridas, porém, muitas vezes (muitas vezes mesmo), elas deixam de ser levadas a sério, principalmente quando se trata de aplicá-las aos FAMOSOS.
Infelizmente, o Brasil é um dos países campeões da lei das “carteiradas”, isto é, o cidadão quando apanhado burlando alguma regra social,  mostra a sua carteira e fala com voz de autoridade: “sabes com quem estás falando?”
Essa mágica frase, faz com que algumas autoridades policiais, deixem de cumprir com o seu dever esquecendo, de punir o  infrator.
Nas estradas o abuso de bebidas alcoólicas, atitude que fere a lei que proíbe beber e dirigir, é constantemente burlada por artistas, políticos,.atletas, empresários, filhos de emergentes, cantores e outros indivíduos que se consideram acima da lei e da ordem.
E dessa forma vamos caminhando, dia após dia, sobrevivendo às incoerências de se viver numa sociedade das desigualdades.
Aqui, na maravilhosa cidade, ser uma pessoa comum, não pertencer ao “seleto” grupo de caras, bocas e bumbuns é conviver com tratamentos diferenciados.
Por tudo isso é que tomar conhecimento que Paul McCartney foi impedido de cantar a canção de encerramento do show em que participava com Bruce Springsteen, em Londres, foi incrivelmente interessante.
Em Londres, no Hyde Park, a lei do silêncio funciona!
Lamentavelmente os fãs deixaram de ouvir uma canção, mas felizmente, os moradores do local, pessoas que pagam impostos e contribuem com seu trabalho para o fortalecimento do país, tiveram a garantia de um sono tranquilo.
É constrangedor admitir, que se o espetáculo fosse realizado no Rio de Janeiro, o querido Paul poderia cantar até o dia clarear.
Aqui, na cidade maravilhosa, a lei do silêncio, assim como outras leis, não são devidamente cumpridas. Morar na região da Lapa, onde se acumulam bares e restaurantes ou em frente às praias onde constantemente são realizados grandes shows, é conviver com barulho até altas horas da madrugada.
Parabéns ao povo Londrino que tem seus direitos garantidos pelo cumprimento de suas leis.
Parabéns ao Paul McCartney, que não usou de seu prestígio para burlar as regras da sua cidade.
Dois bons exemplos a serem seguidos.
O silêncio do Paul, fez soar bem alto a voz dos direitos humanos!
Valeu McCartney!
Edison Borba

domingo, 15 de julho de 2012

DIA DO HOMEM

No Brasil, 15 de julho, comemora-se o dia Internacional do homem. Em outros países, essa comemoração acontece no dia 19 de novembro.
Numa perspectiva da Biologia, homem refere-se ao ser humano, sem conotação de gênero, masculino ou feminino.
Homem, o representante da espécie humana. O ser racional. O que pensa, elabora ideias e com elas constrói e destrói. O ser que se acha acima do bem e do mal. O que se coloca num pedestal tão alto que nem se considera uma ínfima parcela de todo o universo. Imagina ser o próprio universo.
Aquele que faz a guerra em nome da paz. Que ataca apenas usando como pretexto a defesa. O que escraviza para defender a liberdade. O que destrói para construir. Que em nome de uma suposta ética, torna-se imoral.
Esse homem, seja ele “masculino” ou “feminino”, entre aspas, precisa mais que um dia. Ele tem necessidade  de trezentos e sessenta e cinco dias de conscientização, de sensibilização,  de educação no sentido mais amplo que essa palavra possa ter. Antes que perca totalmente a racionalidade, esse ser precisa de atendimento urgente.
Quanto ao dia do homem, gênero masculino, esse também precisa de reflexões específicas, tais como:
Quais as suas atribuições na sociedade em que está inserido?
Que direitos e deveres possui?
Qual o significado do gênero masculino, para os seres masculinos?
O que significa ser UM pai ou O pai?
Academia de musculação ou academia literária?
Com conjugar e combinar os verbos malhar e amar?
Como se respeitar buscando a melhoria da sua saúde física, mental e espiritual?
Como lidar com o mundo “encantado” da liberdade sem regras?
Como se relacionar com todos os gêneros sem preconceitos e violência?
Como ser exemplo de dignidade e ética para que nossos meninos possam crescer com uma perspectiva de que masculinidade está além de sexo sem responsabilidade?
Todas essas e muitas outras questões deveriam ser analisadas nesse e em todos os dias do ano, por meninos e meninas, homens e mulheres e por todos os gêneros que ocupam espaço nesse planeta.
Edison Borba