Os
moradores do Rio de Janeiro estão vivendo um momento de felicidade, com
reconhecimento da cidade como “patrimônio da humanidade”. Com o recebimento
dessa honraria, volta à mesa de debates os cuidados que precisamos ter para com
o meio ambiente. Nos últimos anos, fala-se bastante da preservação e conservação
da natureza, porém não conseguimos perceber grandes mudanças nos hábitos das
populações. Com as enchentes na Amazônia, à quantidade lixo que veio à tona foi
escandalosamente assustador. Aqui no Rio de Janeiro, as chuvas denunciam a
enorme quantidade de dejetos que são jogados nas ruas A cada temporal, um mar
de lama e lixo, cobre nossas ruas e entopem os bueiros, causando grandes
problemas.
Provavelmente,
a forma de passar mensagens educativas para o povo esteja soando de forma
errônea. Quando se anuncia “educação ambiental”, temos a impressão que é o meio
que precisa se educar para atender as necessidades e vontades do homem. A mensagem
acaba passando uma inversão de valores. O processo tem que ser invertido para: “educação
da humanidade”. Educação da criança, educação dos jovens, educação dos adultos,
educação dos idosos, educação das mulheres, educação dos homens, educação de
todos.
Educação
dos empresários, educação dos políticos, educação de todos os profissionais,
educação social.
Poderíamos
encher páginas e páginas falando de educação, que ainda seria pouco para a importância
desse termo.
Assistimos
situações jocosas em relação à preservação do meio ambiente. Muitas vezes ao se
promover uma festa ou um show para conscientização sobre o tema em questão,
ficamos assustados com o rastro de destruição e de lixo deixado pelos
participantes do movimento.
Cantar,
dançar, gritar palavras de ordem só funciona se houver mudanças no
comportamento de cada um dos envolvidos no evento. O divertimento tem ficado
acima da importância do motivo que leva à realização da festa.
O
Rio de Janeiro, ao receber esse título, também está recebendo a incumbência de
cuidar dessa paisagem, que agora pertence ao mundo.
Todos
nós “cariocas” temos que dar exemplo de boa educação, para que os nossos
visitantes possam reproduzir bons atos e boas atitudes. Precisamos ser éticos
para com a cidade. Nossos políticos precisam criar condições que facilitem a educação
popular. Se não houver uma mudança radical no nosso comportamento, de nada
adiantará ter o título.
Lamentavelmente,
ando um pouco pessimista em relação às mudanças comportamentais dos seres
humanos. O poeta e filósofo GENTILEZA, que deixou nos muros da cidade lindas
mensagens, deveria ter seus ensinamentos seguidos à risca. Precisamos ser
gentis para com o meio ambiente. Termos
atitudes éticas para com nossos rios, montanhas, praias, lagoas, árvores e tudo
que recebemos dessa cidade. Enquanto não houver mudanças radicais na
consciência humana, a natureza vai continuar sofrendo e se modificando de tal
forma, que ela sobreviverá, em novas condições e quem será exterminado seremos
nós e toda a nossa falta de educação.
A
natureza agradecerá a extinção da espécie humana!
Edison
Borba
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