Professores
em greve! Essa manchete é tão repetitiva, que não vende mais jornais. A
população não se revolta e pacientemente, não reclama o direito de seus filhos,
freqüentarem as aulas respeitando o calendário letivo oficial.
Todos
os anos no Brasil, as escolas de todos os níveis, do Ensino Infantil ao
Universitário, públicas ou particulares, entram em greve.
A
educação no Brasil está em crise há muitos anos. Começamos a acreditar que esse
estado de falência educacional tem objetivos que estão além da nossa ingênua
imaginação.
Num
país rico ecologicamente e que nunca sofreu os males das guerras, como a
Alemanha e o Japão, não consegue resolver questões básicas no seu sistema
educacional.
Professores
mal preparados e professores mal remunerados, salas lotadas de estudantes e escolas
sem condições mínimas de funcionamento é a nossa situação.
Somos
forçados a engolir diariamente propagandas fantasiosas sobre um sistema
educacional inexistente. Nossos dirigentes brincam com a população e escondem
as falhas no sistema de ensino aprendizagem, quando declaram a distribuição de
material eletrônico para nossas escolas. Aqui, no Brasil, educação não é levada
a sério!
Nos
períodos de eleição, professores e estudantes servem de trampolim para
políticos sem escrúpulos alcançarem seus cargos.
Em
todos os estados, as secretarias de educação se encontram perdidas em
amontoados de papéis e submersas numa burocracia idiota. Não existe um plano
educacional sério e consistente, tudo é feito para que a máquina não funcione.
Enquanto
o mundo investe em suas crianças, jovens e professores através de um processo educacional
sério e de boa qualidade, no Brasil, as
verbas para a educação são insuficientes e além de pequenas ainda são desviadas
para os bolsos e bolsas de senhores e senhoras que fazem do poder um grande
circo.
Estamos
terminando um semestre e em alguns estados e cidades as aulas ainda não
começaram. Professores em greve, alunos sem aulas e governo tentando explicar o
inexplicável.
O
processo educativo necessita de regularidade. Existe uma sequencia que não pode
ser quebrada. Mas, infelizmente há anos que não conseguimos ter um ano letivo
real.
Enquanto
não houver valorização dos profissionais da educação, melhoria das suas
condições salariais, estímulo para um
contínuo aprimoramento não seremos respeitados como nação séria. Estaremos
sempre na retaguarda e repetindo que o Brasil é o país do futuro. Que futuro?
Quando será esse futuro?
Estamos
atrasados quinhentos anos e continuaremos atrasados por mais quinhentos anos
enquanto brincarmos com o que há de mais sério e sagrado em um país – A EDUCAÇÃO
DE SEU POVO!
Edison Borba