quinta-feira, 31 de maio de 2012

EDUCAÇÃO NO BRASIL?

Professores em greve! Essa manchete é tão repetitiva, que não vende mais jornais. A população não se revolta e pacientemente, não reclama o direito de seus filhos, freqüentarem as aulas respeitando o calendário letivo oficial.
Todos os anos no Brasil, as escolas de todos os níveis, do Ensino Infantil ao Universitário, públicas ou particulares, entram em greve.
A educação no Brasil está em crise há muitos anos. Começamos a acreditar que esse estado de falência educacional tem objetivos que estão além da nossa ingênua imaginação.
Num país rico ecologicamente e que nunca sofreu os males das guerras, como a Alemanha e o Japão, não consegue resolver questões básicas no seu sistema educacional.
Professores mal preparados e professores mal remunerados, salas lotadas de estudantes e escolas sem condições mínimas de funcionamento é a nossa situação.
Somos forçados a engolir diariamente propagandas fantasiosas sobre um sistema educacional inexistente. Nossos dirigentes brincam com a população e escondem as falhas no sistema de ensino aprendizagem, quando declaram a distribuição de material eletrônico para nossas escolas. Aqui, no Brasil, educação não é levada a sério!
Nos períodos de eleição, professores e estudantes servem de trampolim para políticos sem escrúpulos alcançarem seus cargos.
Em todos os estados, as secretarias de educação se encontram perdidas em amontoados de papéis e submersas numa burocracia idiota. Não existe um plano educacional sério e consistente, tudo é feito para que a máquina não funcione.
Enquanto o mundo investe em suas crianças, jovens e  professores através de um processo educacional sério e de boa qualidade,  no Brasil, as verbas para a educação são insuficientes e além de pequenas ainda são desviadas para os bolsos e bolsas de senhores e senhoras que fazem do poder um grande circo.
Estamos terminando um semestre e em alguns estados e cidades as aulas ainda não começaram. Professores em greve, alunos sem aulas e governo tentando explicar o inexplicável.
O processo educativo necessita de regularidade. Existe uma sequencia que não pode ser quebrada. Mas, infelizmente há anos que não conseguimos ter um ano letivo real.
Enquanto não houver valorização dos profissionais da educação, melhoria das suas condições salariais,  estímulo para um contínuo aprimoramento não seremos respeitados como nação séria. Estaremos sempre na retaguarda e repetindo que o Brasil é o país do futuro. Que futuro? Quando será esse futuro?
Estamos atrasados quinhentos anos e continuaremos atrasados por mais quinhentos anos enquanto brincarmos com o que há de mais sério e sagrado em um país – A EDUCAÇÃO DE SEU POVO!
Edison Borba



quarta-feira, 30 de maio de 2012

"PELE" - O LIVRO


CONVITE

Edison Borba convida para o lançamento do seu novo livro.

PELE   

DIA 5 DE JUNHO – 3ª FEIRA – DAS 18h às 21h

BLOOKS LIVRARIA (Galeria Arteplex Unibanco de Cinema)

Praia de Botafogo, 316 – Tel: (21) 2559.8776

Rio de Janeiro

Edison Borba – mharthyns@uol.com.br

Este livro nos leva para uma viagem através de diversos e diversificados poemas.

Em alguns momentos, o autor mergulha em sentimentos como a solidão e o medo. Deixa escapar algumas dúvidas em relação ao mundo, mas não se afasta da alegria e esperança que surgem numa próxima página.

É uma obra para ser saboreada vagarosamente.

O melhor é abri-lo sem preocupação e ler tranquilamente.

Queridos amigos ficarei feliz em poder partilhar com vocês, esse momento de felicidade!

Abraços - Edison Borba


terça-feira, 29 de maio de 2012

DIA DE REIS

Seis de janeiro é o dia de Reis. Gaspar, Belchior e Baltasar seguindo a orientação de uma estrela, chegaram ao local onde nasceu Jesus.
Três homens, representantes da riqueza, caminharam dias e dias para reverenciarem o menino que nasceu numa manjedoura.
Para eles, aquele menino era o verdadeiro rei. Com humildade ajoelharam diante daquela criança e reverenciaram o filho de Deus. Trouxeram presentes, porém,  mais importante, foi a humildade que eles demonstraram diante da família sagrada.
Séculos passados e outros meninos nasceram pelo mundo. Alguns em manjedouras, outros em camas macias. Todos, sem exceção, ao nascer são reis.Toda criança ao nascer é uma benção para a humanidade.
Porém, como no tempo de Jesus, a lei de Herodes continua a existir. Meninos e meninas  são mortos ou abandonados à sua própria sorte. Apenas, houve uma mudança quanto às armas usadas. Atualmente não se recorre mais às espadas, nossas crianças são assassinadas pelo descaso. Muitas morrerão de fome ou através de doenças. Outras sobreviverão, mas a desnutrição não permitirá que tenham um desenvolvimento adequado.
Outros crescerão nas ruas ou serão submetidas ao trabalho escravo. Dessa forma, a política do imperador vem sendo mantida através da história.
Existem alguns lugares onde a política de Herodes se mostra mais evidente, como na África, Ásia e lamentavelmente na América do Sul, especialmente no Brasil.
Nesses lugares, crianças morrem em grande quantidade. São poucos os Reis Magos, que as visitam. Algumas nascem e morrem, sem que haja algum registro de suas efêmeras vidas. O mundo se modernizou bastante, desde o nascimento de Jesus. Atualmente os sistemas de extermínio infantil estão mais sofisticados. Tudo é feito sem derramamento de sangue. Existem órgãos especializados para que não haja “sujeira” no processo de degola. Tudo é feito de forma discreta e politicamente correta. As estatísticas são facilmente preparadas para que verdades sejam divulgadas conforme o interesse de cada Nação.
É importante que o dia seis de janeiro, seja mantido em nosso calendário, para que possamos ter (pelo menos) um dia para reverenciarmos nossas crianças, que serão sempre os nossos verdadeiros reis.
Edison Borba



                                                                                                                                                              

domingo, 27 de maio de 2012

A PRAÇA É DO POVO!

O incrível Castro Alves, em seu poema “A PRAÇA”,  declama e declara:
                              A praça é do povo como o céu é do condor!

Poeta e sonhador deixou em seu maravilhoso trabalho essa  verdade inquestionável. Ano após ano, o povo em todos os cantos do mundo, sai às ruas e ocupa as praças para reivindicar seus direitos, denunciar e manifestar suas vontades.

As ruas e as praças pertencem ao povo é  nelas que muitas questões são transformadas em movimentos. Também usadas para declarar alegria e felicidade, esses espaços são os mais democráticos que conhecemos.

São os lugares em que as minorias têm voz e vez. Mesmo quando, os agentes da lei surgem e em nome da ordem tentam calar o povo, os movimentos criam mais força. Passeatas, concentrações, vigílias e marchas já conseguiram êxitos que provavelmente não seriam conseguidos nos tribunais.

As praças e as ruas são do povo, ou melhor, é o povo



>Corrida contra o Câncer de Mama atrai 8 mil pessoas ao Aterro do Flamengo.

>Parada gay não autorizada na Rússia sofre protestos e tem ativistas presos.

>Protestos contra massacre deixam 2 mortos na capital síria, diz oposição.

>Em Brasília, cerca de 3 mil pessoas protestam por liberdade feminina na Marcha das Vadias.

>Em todo o Brasil, mais de dez cidades organizaram manifestações contra o “machismo”.

>Em 1992, manifestantes fazem ato pelo impeachment do então presidente Fernando Collor.

>Março de 1984, marcha pelas diretas leva milhares de pessoas às ruas.

                               “O povo unido jamais será vencido!”



A Praça - Castro Alves (1874 / 1871)


"A praça é do povo! como o céu é do condor".
É o antro onde a liberdade
cria águias em seu calor.
Senhor,pois quereis a praça?
Desgraçada a população!
Só tem a ruA de seu...
Ninguém vós rouba os castelos,
Tende palácios tão belos...
Deixai a terra ao Anteu.
Mas embalde...que o direito
Não é pasto de punhal
Nem a patas de cavalo
Se faz um crime legal...
Ah! não há muitos setembros!
Da plebe doem-se os membros
No chicote do poder,
E o momento é malfadado
Quando o povo ensanguentado
Diz: já não posso sofrer.

Castro Alves
(1847-1871)


quarta-feira, 23 de maio de 2012

COLÉGIO BRASIL (o silêncio da cachoeira)

Os componentes do Colégio Brasil, programaram uma reunião de emergência para ouvir o som da cachoeira. Havia uma grande expectativa em torno do manancial aquático, no sentido não só de ouvir os belos sons que emanariam do foco principal deste ponto turístico brasileiro, como também sobre os respingos, que segundo alguns especialistas, atingiriam longas distâncias.
Mesmo distante do local da reunião a Diretora do C.B. acompanhava atentamente o desenrolar dos acontecimentos.
Toda a cidade do planalto estava à espera dos sons que viriam da cachoeira, ou será do “cachoeira”.
Alguns especialistas em estudo da Língua portuguesa discordam desse uso de gênero, quanto a ser o ou a cachoeira. No meio de tantos questionamentos, o fato de  ser masculino ou feminino só faz aumentar a ansiedade geral.
Tanto faz o gênero, o que importa são os efeitos. Inundações e respingos que podem abalar toda a estrutura do Colégio Brasil.
Após a montagem de toda  a estrutura para se ouvir os sons “cachoeirantes”, fez-se o silêncio. Não foram ouvidos sons, sussurros e nem ruídos. Cachoeira emudecida causou tumulto e ansiedade entre todos os habitantes da região. Alguns ficaram aliviados, pois temiam que os sons e os respingos pudessem atingi-los. Outros nervosos, porque se sentiram enganados, queriam ouvir de qualquer forma. Houve um princípio de tumulto, mas nada foi ouvido.
Foi uma grande decepção ou uma grande inovação? Cachoeira sem som só acontece em Terras muito especiais, como nas desse grande País, chamado Brazilis.
Durante mais de duas horas fez-se um silêncio cachoeiral.
Silêncio do lado da (o) cachoeira e barulho nas margens. Os habitantes do C.B. sentiram-se enganados. Afinal queriam ouvir o cantar das águas, mas como alguns dos presentes afirmaram o que viram foi uma múmia muda surda e cega, que não deixou rolar uma gota d’água.
Enquanto as águas não rolam na capital, estados da região norte sofrem com as inundações e os do nordeste com uma terrível seca.
Mas, isso é coisa sem muita importância. O assunto da hora é saber se cachoeira vai cantar.
Aguardemos o próximo capítulo!
Edison Borba

terça-feira, 22 de maio de 2012

ROSTOS / CARAS / MÁSCARAS

A identidade de cada um, passa pela “fisionomia”, isto é, nosso rosto ou a nossa cara. Ao nascermos, os familiares e amigos buscam no bebê semelhanças com os pais, avós, tios e demais parentes. Muitas vezes, essa procura se transforma em brincadeiras, tolas brincadeiras, do tipo: é a cara do padeiro.
À medida que o tempo passa, nosso rosto adquire diferentes formas. Novos ângulos faciais vão surgindo, deixando a cada dia o poder genético se manifestar.
As fotos revelam o longo caminho facial que percorremos durante os anos. Ao desfolharmos um álbum de fotos, viajamos no tempo através dos rostos.
As meninas ganham formas arredondadas e delicadas, enquanto os meninos são mais angulosos. As expressões faciais vão se revelando gradativamente trazendo à tona características que revelam parentescos, muitas vezes distantes.
Na adolescência, ficamos horas diante dos espelhos, pensando no rosto definitivo que iremos apresentar para sociedade. Anos difíceis, quando as terríveis ”espinhas” surgem para atrapalhar um encontro. Tempo de medo e de sonhos, quanto ao rosto ideal.
Buços, barbas, bigodes, cílios, sobrancelhas, lábios, olhos, testa aos poucos se harmonizam no  rosto adulto “cruelmente” revelado na fotografia usada nas carteiras de identidade.
E assim, era a história da humanidade se não fosse à existência as plásticas cirúrgicas.
Desde o aperfeiçoamento das técnicas operatórias que estamos perdendo os parâmetros que identificava o processo natural da  nossa espécie.
O mundo feminino tem sido o mais afetado por essa loucura na busca pela eterna juventude. Algumas mulheres estão transformando seus rostos em terríveis máscaras sem expressão. O exagero chega aos limites de um filme de terror. Senhoras famosas, artistas, cantoras, apresentadoras, emergentes e algumas nem tão famosas, perderam o bom senso e se mutilam na busca pela beleza.
É constrangedor assistirmos esse circo dos horrores no atual século. Claro, que pequenas intervenções cirúrgicas, são desejáveis e até ajudam a manter o equilíbrio emocional. Processos discretos,  harmonicamente realizados para manter os traços fisionômicos  trazidos desde o nascimento, são bem vindos, desde que não interfiram no complexo mundo das expressões emocionais.
Precisamos ter cuidado para que o excesso de vaidade não tire de nós “a história das nossas vidas, escrita em nossos rostos”, transformando-os em máscaras sem expressão e vida.
Edison Borba


segunda-feira, 21 de maio de 2012

DOR SOCIAL

Cena:
>Homem com idade em torno dos sessenta anos, vendedor ambulante, é preso e sua mercadoria apreendida pela polícia. Homem nervoso reage à ação policial, sendo levado preso por desacato à autoridade.
Questões:
>O cidadão não tinha autorização (licença) para trabalhar como vendedor ambulante.
>Os policiais agiram dentro do “rigor” da lei.
Análise:
>Todo cidadão brasileiro que desejar trabalhar como vendedor deve procurar os departamentos competentes, pagar uma taxa para obter uma licença. Cumprindo os requisitos necessários, poderá atuar como vendedor.
Reflexões:
>Como fica a situação dos que não dispuserem de condições para requerer essa licença?
>O que fazer com um homem que tenta trabalhar, mesmo em condições adversas às regras?
>Para onde vai e com quem ficam os produtos apreendidos pelos policiais?
>O que se pode fazer para que esse homem, que tenta trabalhar, não vá para a marginalidade?
Dúvidas:
>Por que os ladrões de “colarinho branco” não recebem o mesmo tratamento que o vendedor?
>Por que as “mercadorias” roubadas do povo não são devolvidas?
>Em que cofres estão os milhões de reais desviados do patrimônio público?
>Os direitos dos cidadãos, numa democracia, são realmente iguais?
Observações:
>O homem, com idade em torno de sessenta anos, que tentou ser vendedor ambulante, sem ter licença, provavelmente amarga seus dias numa prisão lotada de marginais. >Enquanto isso, muitos bandidos, de paletó e gravata deslizam pelos corredores da fama, distribuindo sorrisos e “santinhos”, angariando votos para mais um mandato.
Conclusão:
>Esse não é um fato isolado. Neste momento, em algum lugar, alguém deve estar sendo humilhado injustamente. Algum cidadão trabalhador, não está recebendo o justo pelo seu desempenho. Porém, muitos rios derramam cachoeiras de mercadorias, em bolsos e bolsas sem alvará de funcionamento.
As dores sociais continuarão a existir enquanto as leis não forem aplicadas indistintamente para todo e qualquer cidadão.
Edison Borba



domingo, 20 de maio de 2012

"CARROSSEL" DISCIPLINAR

Palavra complicada. Muitas vezes usada para definir o conjunto de assuntos que deverão ser estudados em um determinado campo. Costumamos mencionar as disciplinas escolares, como: geografia, história, biologia, matemática entre outras, como fundamentais para a formação de um estudante em cidadão integrado à sociedade.Cada disciplina possui um conteúdo específico que deverá ser trabalhado segundo um mecanismo gradativo, que deve obdecer à uma cronologia estabelecida para que haja o aprendizado.
Mas também, podemos mencionar disciplina, como à obediência ao conjunto de regras que norteiam uma pessoa, um grupo ou sociedade.
Ter disciplina, isto é, saber controlar instintos e vontades no sentido de manter o bom relacionamento e funcionamento em um grupo social.
Desde que nascemos, somos submetidos à uma série de regulamentos que se iniciam nos horários das mamadas dos bebês. Aos poucos vamos aprendendo a controlar vontades e desejos, como forma de adaptação ao meio em que vivemos. Cabe aos familiares, às escolas e aos adultos iniciarem esse processo, que é lento, gradativo e que deve acontecer sempre acompanhado de informações sobre os motivos de termos disciplina ou auto-controle.
Quando, falta disciplina, uma série de problemas começam a ameaçar o equilíbrio de um grupo ou de alguém isoladamente. Principalmente, quando em nome da manutenção do bem estar de alguns, as regras começam a “inclinar” apenas para um lado, gerando problemas relacionados à injustiça.
Numa família, as regras devem ser seguidas por todos, indistintamente, e sempre acompanhadas das devidas observações. Nas salas de aula, cabe aos professores estabelecer as regras e explicá-las aos alunos no sentido de obter uma disciplina por entendimento da imprtância desta ou daquela forma de proceder. É extremamente nefasto para a formação do caráter de uma pessoa, quando regras são quebradas permitindo que haja vantagens para os que não seguem as regras disciplinares ou quando a discipolina é imposta, sem haver o devido entendimento sobre o que nós é solicitado.
Esta semana, a imprensa divulgou uma série de informações sobre novelas que trabalham com crianças como protagonistas, atuando como atores mirins. A nota é complementada informando que existem privilégios para alguns em detrimento aos outros, gerando falta de disciplina nos bastidores.
Que situação lastimável, principalmente no que se refere à formação do caráter desses mini atores.
A profissão de ator, é complexa,  pois o trabalhador nesse campo artístico, tem que exercitar a dinâmica de viver entre realidade e ficção. Ser mau ou ser bom, é apenas uma questão de texto. Roubar e matar numa história para na outra ser o herói e benfeitor é apenas uma questão que depende do autor da história. Tudo isso,  faz com que o auto-controle tenha que ser um exercício constante.
O que irá acontecer com as crianças que estão sendo iniciadas no munto do faz-de-conta, através das portas da indisciplina e deslealdade?
Que cidadãos estamos formando através da concessão de privilégios e favorecimentos especiais?
É tão desumano para quem não recebe quanto para quem é dado o favor. Em ambos os casos estamos deformando o cidadão.
É lamentável, que em nome da vaidade de alguns adultos, crianças tenham  formações distorcidas  quanto aos valores sociais. Ter disciplina é fundamental para a manutenção do equilíbrio da sociedade.
Portanto, senhores adultos, manter um ambiente saudável, onde as regras disciplinares são as mesmas para todos, é fundamental para a formação de cidadãos éticos.
Edison Borba

sábado, 19 de maio de 2012

DONNA SUMMER - LAST DANCE

Canta e encanta a primeira música e me faz esquecer a vida.

Como passarinho eu quero voar. Eu vou voar.

Canta e canta mais. Quero ouvir você cantando a segunda música.

Traga a paz ao meu coração. Me faz girar e girar pelo salão.

Canta mais. Canta a terceira. Não me deixe parar de sonhar.

Canta mais e mais. Não é fácil resistir a sua voz.

Na verdade eu quero esquecer o mundo.

Canta mais e mais e mais.

Todas as noites eu espero por você.

Todas as manhãs eu penso em você.

Não consigo esquecer a sua voz. Seu canto me apaixona. Sua voz me faz sonhar.

Canta mais. Você é a rainha dos salões. Você domina as festas.

Canta como uma cigana que fascina e nos faz sentir senhores da festa.

Você  é magia é sonho e fantasia. É ilusão. É miragem.

Eu sou um príncipe ao som de sua voz.

Canta mais. Na deixe a música parar. Mais e mais.

Canta mais. Canta Donna! Canta!

Não quero ouvir a última música.

Não quero que as luzes se apaguem.

Não quero perder a emoção.

Não quero te perder.

Canta! Canta!

Não deixe que a correnteza leve você.

Não deixe o salão vazio.

Não quero ouvir Last Dance!

Não, Last Dance, não!

Edison Borba

sexta-feira, 18 de maio de 2012

FENÔMENO

Segundo o dicionário, fenômeno pode ser traduzido das seguintes maneiras:
“tudo que se observa de extraordinário no ar ou no céu”  

“aquilo que é raro e surpreendente, prodígio, maravilha”  

“pessoa que se distingue por algum talento extraordinário”

“pessoa ou objeto que tem algo de anormal ou extraordinário”.

Extraordinário é uma palavra constante nas definições de talento. Cortando o vocábulo, temos uma soma de extra + ordinário.

Extra =  fora do comum. O que está acima da média.

Ordinário = o que é regular, comum ou useiro. Mas também pode ser  de má qualidade.

Após esse passeio pelo mundo da gramática, analisemos  significado de fenômeno, nos dias de hoje.

Acredito que o  mundo nunca presenciou tão grande quantidade de fenômenos. Não passa um mês sem que haja  a explosão de um fenômeno. A internet tem sido à responsável pela construção desse tipo de situação. Através dela, uma borboleta bate as asas no Brasil e na mesma hora os chineses sentem os resultados de tal fato.

Os fenômenos surgem nas mais diversas áreas. Seres que saem da “normalidade” e em poucos minutos ocupam os noticiários, as conversas, os jornais entrando nas nossas vidas, dormindo nas nossas casas, invadindo nossa intimidade.

Nos primeiros momentos alguns até nos surpreendem e nos agradam, mas com a persistência da sua presença, se transformam em monstros assustadores.

Diariamente eles estão nas primeiras páginas dos jornais, nas capas das revistas, nos noticiários televisivos, nas vozes dos radialistas. Fantasmas que nos assustam até em momentos  íntimos.

Não ousem ligar uma televisão de motel! Eles surgem na tela interferindo na festa.!

Essa avalanche de fenômenos é responsável pelo aumento do uso de remédios conhecidos como “tarja preta”. Não  há como manter equilíbrio emocional diante das cachoeiras de moicanos ou de louras boazudas, exibidos com tanto freqüência em nossos lares. As peladonas exibindo  poupanças siliconadas que provocam crises nervosas em pessoas frágeis. Já foram constatados casos de internação de pacientes que gritavam sem parar “ai se eu te pego”. Esse bordão, considerado um fenômeno, tem sido usado como forma de tortura mental por alguns segmentos inescrupulosos da sociedade.

Houve época em que os fenômenos eram construídos gradativamente e se transformavam em ícones da pintura, ou da literatura e até mesmo do futebol. Esses casos, ainda podem ser apreciados, após vários anos de seu surgimento.

Provavelmente, podemos considerá-los como fenômenos verdadeiros e não passageiros.

Enquanto escrevia esse comentário, provavelmente um novo fenômeno está surgindo em algum lugar perdido no mundo. Em poucos segundos ele estará na internet, nas páginas dos jornais e revistas  e principalmente dentro das nossas cabeças martelando dia e noite, interferindo em nossos sonhos.

Que Deus nos livre dos extraORDINÁRIOS que a qualquer momento poderão surgir para assombrar nossas vidas. Ai se eu te pego ...

Edison Borba também é uma vítima dos fenômenos!

quarta-feira, 16 de maio de 2012

É O MAIOR. É O MELHOR?

A seca é um fenômeno cíclico das terras nordestinas. Inúmeros filmes e romances foram criados tendo como pano de fundo essa calamidade.
Animais mortos em pastos ressecados. O verde abrindo espaço para o marrom e o bege. Uma fina poeira dançando ao sabor do vento. Homens, mulheres e crianças caminhando horas a pé na tentativa de encontrar alguma “gota” que lhes possa matar a sede. Esse quadro se repete em ciclos.
As enchentes amazônicas também acontecem observando um sistema de chuvas. As águas que caem nas cabeceiras aumentam o volume dos rios, que provocam inundações em muitas cidades.
Tanto a seca quanto as enchentes, são fenômenos característicos da paisagem brasileira. Acontecem com maior ou menor intensidade, dependendo de diversos fatores ambientais. Eles são cíclicos, isto é, podem ser esperados e assinalados em nossos calendários.
O mundo cresceu, as sociedades se orgulham das  incríveis tecnologias. Máquinas sofisticadas são lançadas nos mercados. Fala-se em comunicação globalizada. Uma rede de computadores mantém o mundo plugado.
Nada disso tem sido suficiente para haver uma organização capaz de conviver com os fenômenos da natureza.
Este ano, estamos convivendo com uma das maiores secas nordestinas e uma das graves enchentes amazônicas. E paralelamente a esses fenômenos, estamos observando o grande despreparo para conviver com o que já se espera da natureza.
Há países que se preocupam em construir prédios que possam suportar os abalos sísmicos. Esses povos não esperam acontecer, agem antes do fenômeno se manifeste.
O Brasil, o maior país da América Latina, “curte” conviver com títulos de “é o maior”. Infelizmente esse status de grandeza, não é paralelo ao de “melhor”. Há uma inversão de valores, tudo indica que deixar acontecer para depois tentar remediar é um comportamento tipicamente brasileiro. Ostentar o título de ter o maior território sulamericano onde acontece a mais impressionante seca e a mais devastadora enchente de rio de todos os tempos nos enche de orgulho. Continuamos com mania de grandeza, nem que seja para as catástrofes.
Os noticiários afirmam que há tempos não acontecia uma seca tão grande. Mostram gráficos e percentuais sobre as enchentes amazônicas e afirmam que esta é uma das maiores que já aconteceu em nosso país.
Pomposamente anunciam a grande quantidade de municípios nordestinos atingidos pela seca. Mostram imagens da sofrida população e gráficos comparativos com anos anteriores, afirmando que em 2012  a situação está bem pior.
Situações apresentadas com um “certo” orgulho e mania de grandeza. Somos os maiores, não importa em que!
Continuo com a mesma questão: se é cíclico, logo é esperado. Sendo esperado, por que não existe uma organização para que o fenômeno não se transforme em tragédia?
Onde estão os recursos para as obras de prevenção às secas e as enchentes?
Enquanto tudo isso acontece, no planalto central, uma cachoeira de escândalos inunda o país com a lama da corrupção. Somos campeões em desvio de verbas públicas. Somos imbatíveis em corrupção.
O importante é ocupar o primeiro lugar, mesmo que seja em falcatruas!
Uma vergonha!
Edison Borba





NA LOCADORA - 11

FILME:  O PALHAÇO

Produção brasileira com Selton Mello (como ator e diretor) e Paulo José.

Adorável, lindo e encantador são alguns adjetivos para esse excelente filme.

Podemos vê-lo com olhos de criança, e nos encantarmos com o mundo do circo e principalmente com as peripécias dos palhaços Pangaré e Puro Sangue.

Ou então mergulharmos nas histórias de cada um dos personagens e tentar entender como é viver da arte circense.

Também é uma opção, tentar entender as dúvidas do personagem Benjamim (Selton Mello) e a sua busca por uma identidade. Participar da sua insegurança em ser ou não ser um palhaço.

Maravilhosa a parceria Selton e Paulo José. Entrosamento perfeito. Palhaços. Pai e filho. Pura emoção e total domínio da arte de representar.

O Circo Esperança, onde acontecem às atrações de “O PALHAÇO”, é um mundo mágico. Seus habitantes são fantásticos. Entre eles, a garotinha de olhos doces, que sonha, apesar de acompanhar atenta a dura realidade dos seus companheiros de picadeiro.

Belo espetáculo para ser visto várias vezes.
Edison Borba

HOJE É DIA DO GARI?

Qual é o dia do gari? Essa pergunta é feita constantemente com o intuito de saber o dia que os profissionais da limpeza farão a coleta do nosso lixo.
Todos os dias é dia de varrer, lavar, esfregar, coletar e deixar nossas ruas, jardins  e praças mais limpos para que possamos usufruir de uma cidade mais acolhedora.
Homens e mulheres que se destacam pelas roupas coloridas e vassouras nas mãos, mas que não tem seus rostos reconhecidos pela sociedade.
Nem sempre trabalhando em condições de segurança, esses profissionais merecem todo o nosso carinho e respeito. Sem eles, em poucas horas nossa vida se transforma num “inferno”.
A produção diária de lixo de cada cidadão é extremamente grande. Façamos uma experiência: ao acordar pegue uma sacola e vá colocando na mesma todo o lixo que você produzir. Até aquele que consideramos repugnante. Vá juntando o que descartamos pela manhã, a tarde  e a noite. No dia seguinte observe o quanto foi produzido. Multiplique pelo número aproximado de habitantes da sua cidade e você terá uma estimativa do quanto de lixo produzimos. Talvez a maior surpresa, será perceber o quanto cada um de nós, separadamente, produz.
Acredito, que se esse experimento fosse realizado por todos nós, teríamos uma consciência maior do que significa higiene e limpeza e qual a importância que os garis têm para a nossa sobrevivência.
Tomar consciência é sentir o quanto somos responsáveis por alguma coisa.  Passar um dia carregando o seu próprio lixo. Ir a um encontro carregando numa sacola o que descartamos deve ser uma experiência inenarrável.
Acredito que essa seja uma das melhores formas aprendermos o significado de poluição.
Portanto, dia do gari, poderia ser o dia em que cada cidadão tivesse consciência da sua contribuição para a poluição ambiental.
Todos, sem exceção, ricos e pobres. Famosos ou pessoas simples do povão. Militares e civis. Religiosos e ateus. Homens e mulheres. Adultos e crianças. Empresários e operários. Todos responsáveis pelo lixo que produz.
Enquanto essa experiência não acontece, aproveitamos para abraçar e agradecer os garis pelo seu dia – 16 de maio! Parabéns!

Edison Borba

sábado, 12 de maio de 2012

MÃES

Maio mês das noivas. Das mulheres que sonham com o dia mais feliz de suas vidas. Vestidas de branco, caminhar pela nave de uma igreja, para encontrar o príncipe. O seu encantado príncipe. Sonhos que nem sempre se transformam em felicidade, mas em pesadelos.
Mas, vale arriscar! Vale sonhar! Imaginar que serão felizes para sempre!

Muitas dessas mulheres transformam-se em mães e irão de juntar a tantas outras, que também são mães. Nem sempre, seus filhos são produtos de sonhos e de casamentos realizados dentro dos padrões que a sociedade estabelece.

Mas, mãe é uma condição sem questionamentos. É uma experiência somente das mulheres. Todas, sem exceção. O sentimento de maternidade é genético e está inserido no genoma feminino. Mesmo sem parir, uma mulher sabe definir o que é ser mãe!

Mães solteiras, abandonadas enganadas, por um momento de amor.

Mães precoces, meninas brincando com bonecos vivos.

Mães independentes, uma ficha de arquivo, alguns espermatozóides e realizam o sonho.

Mães trabalhadoras, jornada dupla de trabalho. Incansáveis!

Mães babás cuidam do filho da patroa enquanto o seu espera por amor.

Mães abandonadas, solitárias em asilos esperam pelos filhos que não as visitam.

Mães viúvas, assumindo um duplo papel.

Mães presidiárias seguram a “onda” do cárcere e a distância dos filhos.

Mães saudosas por filhos que voaram do ninho e hoje vivem distante.

Mães adotivas geram em seus corações enquanto outras o fazem nos úteros.

Mães da Praça da Sé que esperam. Esperam. Esperam.

Mães de filhos mortos e quartos vazios. Enterram seus filhos e seus sonhos.

Mães de presidiários, que se questionam: porque meu filho?

Mães das mães, as avós.

A todas vocês, respeito e carinho!

As que habitam nosso imaginário - saudade!

Edison Borba






sexta-feira, 11 de maio de 2012

GENTE?

Essa semana algumas emissoras de televisão do Rio de Janeiro, mostraram nos seus noticiários, o recolhimento de pessoas (homens, mulheres, jovens e crianças) usuários de “crack”, das ruas do Rio de Janeiro. Não consegui desviar meus olhos das cenas.
O ambiente degradante, onde pessoas e lixo se misturavam, era extremamente constrangedor. Alguns dormiam enrolados em cobertores sujos, outros caminhavam sem destino, uns sentados ao redor de pequenas fogueiras. Um cenário tão horripilante que nem os mais famosos filmes de terror conseguiram mostrar.
Diante daquele cenário pensei na música de Caetano Veloso, nos versos em que ele diz:
                        Gente olha pro céu / Gente é muito bom /Gente deve ser o bom /
                          Tem de se cuidar / De se respeitar ...
Aquela gente na rua do crack; há tempos não olha para céu. Perdeu a noção de ser um alguém. Esqueceu o sabor do bom. Não se cuida e não se respeita.
Gente? Que gente? Não são a “gente” da gente, nem as de Caetano. 
As de Caetano chamam-se Marina, Bethânia, Dolores, Renata, Leilinha, Suzana e Dedé         .São gente viva, que vive a cantar e a olhar as estrelas no céu.           
Gente que quer comer, ser feliz, respirar pelo nariz, não se injetam com drogas e olham para as nuvens e sonham. As outras vagam na fumaça dos cachimbos envenenados.
Essa gente do beco, não faz mais as tarefas do cotidiano. Não lavam roupa e nem fazem a massa do pão. Suas mãos são usadas para machucar o pouco corpo  que lhes resta. Não arrancam a vida com as mãos. Arrancam a vida das mãos. Eles perderam a vontade de crescer, cantar e dançar. Eles vão parar de luzir e aos poucos irão se apagar.
É assustador, assistirmos esse suicídio coletivo e nos sentirmos impotentes.
Como ajudá-los? Como salvá-los? Como mostrar a eles que vale a pena viver?
Qual deve ser o nome deles? Quem são? De onde vieram?
Rodrigo, Roberto, Moreno, Francisco, Gilberto e João  são da tribo “caetana” irradiam luz. Mas os outros, os do crack, eles como toda a gente do planeta  feitos para brilhar, e não para morrer pelas drogas. Eles tem o direito a uma vida com dignidade.
Gente tem que querer durar, crescer, produzir, criar, amar e viver feliz!
Gente é brilho de estrelas. Gente deste planeta, espelho da vida, doce mistério!

Edison Borba