Um dos
brasileiros mais respeitados, Niemeyer,
com cento e quatro anos, internado em um hospital do Rio de Janeiro, volta a
nos surpreender, com essa observação.
“Estou de olhos fechados,
mas não estou dormindo",
Muitas
vezes é importante que apenas fechemos os olhos e continuemos acordados. É uma
forma de pensar, refletir e sonhar. Fechar os olhos e deixar a imaginação tomar
rumos inimagináveis. É construir idéias para depois transformá-las em
realidade.
Provavelmente,
a arquitetura de Oscar, tenha sido concebida em momentos de descontração,
quando o mestre apenas fechava os olhos e deixava as curvas tomarem conta de
seus pensamentos.
Como é
bom cerrarmos as pálpebras e sonharmos. Mantendo a lucidez, mas se permitindo viajar
pelo mundo da fantasia.
Quantas
obras devem ter sido concebidas dessa forma. Será que Mona Lisa e a Pietá foram
construídas na imaginação de seus autores, com os olhos fechados?
Vivemos
numa era de grandes agitos. O “barato” é viver impregnado de afazeres, é ter
uma agenda repleta de compromissos e não sobrar tempo para fecharmos os olhos e
sonharmos. Até no mundo da diversão, temos que nos manter “ligados” para não
perder os contatos.
Vivemos plugados
24 horas por dia. Temos a impressão que todo mundo vive ligado por antenas e
fios e que nunca são se desconectam.
É
assustador, ouvirmos os terríveis toques de celulares em igrejas, hospitais, cinemas,
teatros, cemitérios e até em lugares que deveriam privar pela privacidade esses
“monstrinhos se fazem presentes.
Cidadãos subindo
em coletivos com a cabeça virada sobre o ombro para manter a conversa. Senhoras
equlibrando-se nos saltos enquanto caminham pelas calçadas esburacadas da
cidade. Ambos estão colocando em risco suas vidas por que não podem perder tempo. Não
podem fechar os olhos e sonhar!
Acidentes
são causados por esse vício de comunicação às avesas. Na realidade são contatos
truncados, feito sob palavras cortadas e desejos abreviados.
Na hora
das refeições, sobre as mesas além dos pratos e talheres, telefones celulares e
computadores dividem espaço com o apetite. Nossos contatos estão cada vez mais
estranhos. É difícil completarmos um assunto sem sermos interrompidos por
chamadas tenológicas. Assuntos ficam pela metade e não conseguimos ouvir e nem
sermos ouvidos.
Que pena!
Que saudade das longas conversas cara-a-cara!
Obrigado
Mestre Niemeyer por nos lembrar que precisamos fechar os olhos, não para
dormir, mas para sonhar e quem sabe construir como você, lindas catedrais como
a de Brasília ou palácios como o Itamaraty ou o Alvorada.
Vamos nos
desconectar e fechar os olhos e viajar pelo mundo dos sonhos!
Edison
Borba
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