sábado, 5 de maio de 2012

OSCAR NIEMEYER

Um dos brasileiros  mais respeitados, Niemeyer, com cento e quatro anos, internado em um hospital do Rio de Janeiro, volta a nos surpreender, com essa observação.
                    “Estou de olhos fechados, mas não estou dormindo",
Muitas vezes é importante que apenas fechemos os olhos e continuemos acordados. É uma forma de pensar, refletir e sonhar. Fechar os olhos e deixar a imaginação tomar rumos inimagináveis. É construir idéias para depois transformá-las em realidade.
Provavelmente, a arquitetura de Oscar, tenha sido concebida em momentos de descontração, quando o mestre apenas fechava os olhos e deixava as curvas tomarem conta de seus pensamentos.
Como é bom cerrarmos as pálpebras e sonharmos.  Mantendo a lucidez, mas se permitindo viajar pelo mundo da fantasia.
Quantas obras devem ter sido concebidas dessa forma. Será que Mona Lisa e a Pietá foram construídas na imaginação de seus autores, com os olhos fechados?

Vivemos numa era de grandes agitos. O “barato” é viver impregnado de afazeres, é ter uma agenda repleta de compromissos e não sobrar tempo para fecharmos os olhos e sonharmos. Até no mundo da diversão, temos que nos manter “ligados” para não perder os contatos.

Vivemos plugados 24 horas por dia. Temos a impressão que todo mundo vive ligado por antenas e fios e que nunca são se desconectam.

É assustador, ouvirmos os terríveis toques de celulares em igrejas, hospitais, cinemas, teatros, cemitérios e até em lugares que deveriam privar pela privacidade esses “monstrinhos se fazem presentes.

Cidadãos subindo em coletivos com a cabeça virada sobre o ombro para manter a conversa. Senhoras equlibrando-se nos saltos enquanto caminham pelas calçadas esburacadas da cidade. Ambos estão colocando em risco  suas vidas por que não podem perder tempo. Não podem fechar os olhos e sonhar!

Acidentes são causados por esse vício de comunicação às avesas. Na realidade são contatos truncados, feito sob palavras cortadas e desejos abreviados.

Na hora das refeições, sobre as mesas além dos pratos e talheres, telefones celulares e computadores dividem espaço com o apetite. Nossos contatos estão cada vez mais estranhos. É difícil completarmos um assunto sem sermos interrompidos por chamadas tenológicas. Assuntos ficam pela metade e não conseguimos ouvir e nem sermos ouvidos.

Que pena! Que saudade das longas conversas cara-a-cara!

Obrigado Mestre Niemeyer por nos lembrar que precisamos fechar os olhos, não para dormir, mas para sonhar e quem sabe construir como você, lindas catedrais como a de Brasília ou palácios como o Itamaraty ou o Alvorada.

Vamos nos desconectar e fechar os olhos e viajar pelo mundo dos sonhos!

Edison Borba








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