A
identidade de cada um, passa pela “fisionomia”, isto é, nosso rosto ou a nossa
cara. Ao nascermos, os familiares e amigos buscam no bebê semelhanças com os
pais, avós, tios e demais parentes. Muitas vezes, essa procura se transforma em
brincadeiras, tolas brincadeiras, do tipo: é a cara do padeiro.
À
medida que o tempo passa, nosso rosto adquire diferentes formas. Novos ângulos
faciais vão surgindo, deixando a cada dia o poder genético se manifestar.
As
fotos revelam o longo caminho facial que percorremos durante os anos. Ao
desfolharmos um álbum de fotos, viajamos no tempo através dos rostos.
As
meninas ganham formas arredondadas e delicadas, enquanto os meninos são mais angulosos.
As expressões faciais vão se revelando gradativamente trazendo à tona
características que revelam parentescos, muitas vezes distantes.
Na
adolescência, ficamos horas diante dos espelhos, pensando no rosto definitivo
que iremos apresentar para sociedade. Anos difíceis, quando as terríveis ”espinhas”
surgem para atrapalhar um encontro. Tempo de medo e de sonhos, quanto ao rosto
ideal.
Buços,
barbas, bigodes, cílios, sobrancelhas, lábios, olhos, testa aos poucos se
harmonizam no rosto adulto “cruelmente”
revelado na fotografia usada nas carteiras de identidade.
E
assim, era a história da humanidade se não fosse à existência as plásticas
cirúrgicas.
Desde
o aperfeiçoamento das técnicas operatórias que estamos perdendo os parâmetros
que identificava o processo natural da
nossa espécie.
O
mundo feminino tem sido o mais afetado por essa loucura na busca pela eterna
juventude. Algumas mulheres estão transformando seus rostos em terríveis máscaras
sem expressão. O exagero chega aos limites de um filme de terror. Senhoras
famosas, artistas, cantoras, apresentadoras, emergentes e algumas nem tão
famosas, perderam o bom senso e se mutilam na busca pela beleza.
É
constrangedor assistirmos esse circo dos horrores no atual século. Claro, que
pequenas intervenções cirúrgicas, são desejáveis e até ajudam a manter o
equilíbrio emocional. Processos discretos, harmonicamente realizados para manter os traços
fisionômicos trazidos desde o nascimento,
são bem vindos, desde que não interfiram no complexo mundo das expressões
emocionais.
Precisamos
ter cuidado para que o excesso de vaidade não tire de nós “a história das
nossas vidas, escrita em nossos rostos”, transformando-os em máscaras sem
expressão e vida.
Edison
Borba
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