terça-feira, 22 de maio de 2012

ROSTOS / CARAS / MÁSCARAS

A identidade de cada um, passa pela “fisionomia”, isto é, nosso rosto ou a nossa cara. Ao nascermos, os familiares e amigos buscam no bebê semelhanças com os pais, avós, tios e demais parentes. Muitas vezes, essa procura se transforma em brincadeiras, tolas brincadeiras, do tipo: é a cara do padeiro.
À medida que o tempo passa, nosso rosto adquire diferentes formas. Novos ângulos faciais vão surgindo, deixando a cada dia o poder genético se manifestar.
As fotos revelam o longo caminho facial que percorremos durante os anos. Ao desfolharmos um álbum de fotos, viajamos no tempo através dos rostos.
As meninas ganham formas arredondadas e delicadas, enquanto os meninos são mais angulosos. As expressões faciais vão se revelando gradativamente trazendo à tona características que revelam parentescos, muitas vezes distantes.
Na adolescência, ficamos horas diante dos espelhos, pensando no rosto definitivo que iremos apresentar para sociedade. Anos difíceis, quando as terríveis ”espinhas” surgem para atrapalhar um encontro. Tempo de medo e de sonhos, quanto ao rosto ideal.
Buços, barbas, bigodes, cílios, sobrancelhas, lábios, olhos, testa aos poucos se harmonizam no  rosto adulto “cruelmente” revelado na fotografia usada nas carteiras de identidade.
E assim, era a história da humanidade se não fosse à existência as plásticas cirúrgicas.
Desde o aperfeiçoamento das técnicas operatórias que estamos perdendo os parâmetros que identificava o processo natural da  nossa espécie.
O mundo feminino tem sido o mais afetado por essa loucura na busca pela eterna juventude. Algumas mulheres estão transformando seus rostos em terríveis máscaras sem expressão. O exagero chega aos limites de um filme de terror. Senhoras famosas, artistas, cantoras, apresentadoras, emergentes e algumas nem tão famosas, perderam o bom senso e se mutilam na busca pela beleza.
É constrangedor assistirmos esse circo dos horrores no atual século. Claro, que pequenas intervenções cirúrgicas, são desejáveis e até ajudam a manter o equilíbrio emocional. Processos discretos,  harmonicamente realizados para manter os traços fisionômicos  trazidos desde o nascimento, são bem vindos, desde que não interfiram no complexo mundo das expressões emocionais.
Precisamos ter cuidado para que o excesso de vaidade não tire de nós “a história das nossas vidas, escrita em nossos rostos”, transformando-os em máscaras sem expressão e vida.
Edison Borba


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