quarta-feira, 9 de maio de 2012

É "FEINHO", MAS É MEU!

Ouvi esse comentário de um amigo, que por sua vez leu em um muro da nossa cidade. Uma frase, um desabafo, um comentário, uma verdade. No mundo consumista em que estamos mergulhados, onde as marcas falam mais que as bocas e servem de identidade, muitas vezes nos sentimos humilhados, por não conseguirmos acompanhar a festa.
Minha mochila não tem identificação, foi comprada numa loja simples do bairro em que moro. Meu tênis é branco e ganhei no meu aniversário. Minhas camisetas são duráveis e de boa qualidade, mas não trazem selos importados, identificando que vieram de outros países. Meu carro é um bom veículo de locomoção. Com ele vou e volto do meu trabalho e saio com minha família para passeios em minha cidade.
Moro numa casa, ou melhor, num lar com o conforto de um trabalhador classe média. Tudo que tenho é meu. Foi comprado com o meu dinheiro produto de bastante trabalho.
Apesar de ser um cidadão correto, já ouvi de algumas pessoas, questionamentos sobre o meu automóvel. Perguntas sobre a beleza do veículo. Alguns até perguntaram se eu não me sentia constrangido em dirigir tal carro.
Muitas vezes, me pego conversando com meus familiares sobre o fato de termos conforto, mas não vivermos “colados” em marcas. Não são conversas fáceis, principalmente quando o nosso público é adolescente. Existe uma grande força exterior que massacra as mentes, forçando-nos a usar um dinheiro de que não dispomos. Como esclarecer aos jovens, que os cartões de crédito, cobram altos juros e que mochila boa é a que dura e não a que foi comprada no shopping e foi produzida fora do nosso País?
É difícil manter o equilíbrio familiar, nadando contra a maré de informações e propagandas enganosas, que se espalham por todos os lugares.
Como é complexo convencer os filhos, que dirigir um carro, cuja velocidade ultrapassa aos duzentos quilômetros por hora, pelas ruas da nossa cidade, não é correto.
E assim vamos sobrevivendo, lutando contra a onda de objetos descartáveis  que em nada contribuem para o nosso desenvolvimento mental, intelectual e ético.
Não estou aqui tratando de CONFORMISMO. Minhas observações são diretamente proporcionais à minha sobrevivência. Saber viver buscando melhorar a cada dia, porém não se deixando enganar por convites perigosos que estão levando homens e mulheres à loucura dos agiotas, cartões, cheques especiais e finalmente ao desespero.
Ter aquilo que posso pagar. Não se tornar escravo do ter para ser. Não se deixar enganar por propagandas enganosas. Ter controle sobre o que compro e o que posso comprar. São ações muitas vezes difíceis de serem realizadas, até porque estamos muitas vezes sendo confrontados com ter ética e ter bens materiais.
Precisamos ter orgulho de afirmar sem constrangimentos: É FEINHO, MAS É MEU!

Edison Borba

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