segunda-feira, 30 de setembro de 2019

DEIXEM QUE DIGAM ...

(por) Edison Borba
                                                             
Em muitas ocasiões da nossa vida, ouvimos algumas observações, que interferem nas nossas decisões. Elas, quando ouvidas, podem ter efeito paralisante ou no mínimo podem nos confundir criando dúvidas quanto a decisão a ser tomada. Quantas vezes, somos interceptados por observações, como: Você tem certeza mesmo? Você vai arriscar? E se houver outra saída? Já pensou nas consequências?
São observações que possuem um efeito bombástico, podendo até causar paralisações, mudanças de direção, alterações de curso, arrependimentos ou até agradecimentos. 
O que estamos analisando é o efeito que elas podem causar na nossa vida, quando introduz a dúvida num momento em que estávamos prontos ou quase prontos para assumirmos uma atitude. São "falas" que injetam no nosso coração um sentimento de instabilidade, medo e mesmo sendo ditadas por amigos cheios de boas intenções, em alguns casos seria bem melhor se fossem dispensadas. Creio, que possam existir situações, que um alerta pode valer como um aviso para os que amamos, porém quando ditas sem compromisso afetivo, são observações terríveis, só perdendo para a abominável,  "eu bem que te avisei!"

PARA AMY WINEHOUSE

ESSE BOLO É GOSTOSO?

(por) Edison Borba
                                                               


Mercado Zona Sul,  Humaitá, uma senhora se dirige à uma das atendentes, segurando um bolo, desses embalados industrialmente, e perguntou: "Esse bolo é gostoso?" Diante do olhar assustado da funcionária ela (a freguesa) reclamou - "Não vou levar!!!"
Caminhei pela rua Voluntários da Pátria, retornando ao meu doce lar, pensando que existem perguntas que nunca deveriam ser feitas, pois tratam-se de questões absolutamente pessoais. Sabendo que somos seres geneticamente únicos e que não há repetição de genomas, como responder sobre sabores, odores, cores, amores e até as dores. Cada um de nós nos milhões e milhões de seres que habitam esse lindo planeta, tem seus próprios gostares, amares, odiares e outros ares. O que é bom para mim e bom para mim! O que é belo para mim é belo para mim! E assim sucessivamente num infinito matemático que nunca chegará ao fim,enquanto houver algum representante da espécie humana.
Esse bolo é gostoso? Como saber sem experimentá-lo? E ele será saboroso, insosso, amargo, detestável, agradável e assim sucessivamente mudando de sabor para cada um que resolver saboreá-lo! Ao deixar doce no mercado a senhora freguesa deixou de experimentar algo novo em sua vida, que poderia até ser gostoso!

O SÁBIO SAMURAI

domingo, 29 de setembro de 2019

ANTÍGONA e Andréa Beltrão

(por) Edison Borba
                                       


Andréa Beltrão nos encanta e emociona ao se apresentar como narradora do espetáculo Antígona. Um clássico grego, que nos leva a conhecer a princesa que assume dar ao seu irmão, herói de guerra, uma sepultura digna, fato que contraria as ordens do rei Creonte. Ao agir desobedecendo as regras do rei, ela paga com a própria vida tamanha desobediência. Narrada de forma didática,por Andréa Beltrão, que sozinha domina a cena, mantendo os espectadores mais que atentos, perplexos e emocionados diante da sua força interpretativa. Sem perder o fôlego, Andréa comunica-se com a platéia de forma descontraída e emocionante, quando em alguns momentos vai às lágrimas, ao se entregar à tragédia de Antígona. O interessante nesse espetáculo é que, mesmo assistindo a interpretação de um antigo texto grego, sentimos arrepios ao percebermos à sua atualidade, à sua realidade neste momento da vida nacional.

sábado, 28 de setembro de 2019

MARRAIO

(por) Edison Borba
                             

Algumas brincadeiras infantis foram desaparecendo, sendo substituídas gradativamente por brinquedos eletrônicos. O brincar do "lado de fora" cedeu para o "ficar do lado de dentro". O quintal foi substituído pelas salas e "plays" e o sol, pelas luzes de mercúrio. Novos tempos, novos hábitos, novas brincadeiras de uma nova geração. Não sou saudosista, apenas gosto de recordar, lembrar e buscar conciliar o que era bom naquele tempo com o que é bom nesse tempo. Se pudéssemos somar, juntar, aliar e melhorar as atividades infantis tudo seria muito mais maravilhoso. 
Jogar bola de gude é uma das brincadeiras que me recordo muito. Podíamos escolher jogar bolinhas de gude cavando quatro buracos no chão, essa variável chama-se búlica, ou então, desenhar um triângulo e nele apostar as bolinhas ou então o mata - mata, que era um tipo de pega ladrão. Também havia uma linguagem usada pelos jogadores como "marraio, "feridô" sou rei", quase um dialeto só entendido pelos jogadores, além das belas coleções de bolinhas que podiam ser de apenas uma cor ou serem multicoloridas. Haviam os olhinhos, que eram as bolinhas menores que as normais, além das bilhas, que eram de metal. 
Uma brincadeira simples,mas que exigia dos competidores, paciência, observação, inteligência, pontaria, cálculo além de exercitar o corpo no abaixa e levanta, num pleno contato com a natureza.
Seria muito interessante se pudéssemos reativar essas antigas brincadeiras intercalando-as com o uso dos computadores e celulares, além de outros tipos de jogos antigos e modernos, para interagir no processo de ensino e aprendizagem, o que permitiria o uso de uma diversidade maior de estímulos educacionais.




SEI SER? Poema

ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE?

(por) Edison Borba

                                        

As línguas, os idiomas, são vivos e transformam-se gradativamente acompanhando a evolução da humanidade. Resta-nos saber para onde essa "evolução" está conduzindo-nos. Observemos a transmutação seguinte: vossa mercê > vosmecê > você > cê. Da opulência e respeitosa "vossa mercê" atualmente estamos usando apenas "cê".  "Tipo assim": "Cê" vai ao cinema hoje?
"Cê" vai? "Cê" quer? Nós fomos reduzidos a apenas duas letrinhas, que correspondem às dez letras que compunham o vossa mercê! Assim, também temos reduzido o nosso tempo de lazer, de prazer, de saborear, de conviver e até de amar. Diminuímos as letras para aumentarmos o nosso tempo, porém está acontecendo o inverso, quanto mais rápido gira o mundo e a nossa vida, menos tempo temos para viver afetivamente. Não é um caso de viver mais longamente, aproveitando as técnicas bioquímicas, mas o viver deliciosamente como saborear cada letra de "vossa mercê".
Vivemos com um olho no celular e o outro no relógio, pois o nosso tempo encurtou, na medida em que ganhamos mais tempo. 
Será esse o caminho evolutivo da humanidade? Ganhamos mais para vivermos mais e saborearmos menos os prazeres da vida?
"Cê" que leu, entendeu a minha dúvida!  





sexta-feira, 27 de setembro de 2019

NINHO VAZIO


(por) Edison Borba


Menino é tal qual um pássaro
Gosta de viver solto, voar e voar
Menino é igual passarinho
Cresce e foge do ninho
Menino é tal qual uma pipa
A gente solta amarrado numa linha
Ele voa no céu, faz cambalhotas
Dança e ginga fazendo uma festa
Menino passarinho, volta já pro seu ninho
Pássaro menino, pare de “avoar” você não é avião
Volte já, aqui “pro” o chão
Menino voe baixinho, fique aqui bem pertinho
Vem pro meu colo menino, se aninhar tal qual passarinho
Menino, garoto, guri corre braços abertos
Parecendo um gavião
Garoto levado, meu filho
Quer pegar a nuvem e alcançar o céu
Voe menino voe, voe tal qual andorinha
Voe menino voe, até crescer virar águia
Chegar no alto do monte, construir seu próprio ninho
Deixando aqui em baixo, seus pais,
Chorando baixinho!

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

SEI SER? SERÁ?


(por) Edison Borba









Sou dono da minha vida
Abro as minhas janelas para entrar a luz
Não me deixo iludir, mas sei me fazer ilusão
Sei inventar  amor e me fazer paixão
Sei enganar, sei sabotar, sei iludir!
Tenho asas, voo bem alto. Pouso onde quero.
Desço onde não quero! Sou fingidor
E todos pensam que era ali, o meu ninho
Minha aldeia, minha casa, meu céu, meu cantinho
Sou luz! Sei clarear, sei iluminar, sei ser quem quiser ser
Sou imitador,  poeta enganador
Sou um homem, sou um ser. Sei ser!
Ser o que você quiser …
Só não sei viver sem você!

FALANDO DIFERENTE

(por) Edison Borba

                                 


Usamos naturalmente, observações do tipo: somos contra a discriminação e o preconceito. Claro! Óbvio, que temos que ser contra qualquer tipo de atitude que possa nos remeter a essas atitudes absolutamente irracionais. A ideia é, apenas mudar a argumentação para: somos a favor. Somos a favor da inclusão! Somos a favor do respeito! Somos a favor de uma humanidade mais humana e que saiba abraçar a todos, sem discriminação religiosa, cor da pele, escolha sexual ou posição social. Quem sabe, ao mudarmos do contra para, a favor, possamos também mudar algumas “mentes perigosas” que teimam em ser contra tudo e todos. Talvez a tentativa possa dar bons resultados! Não custa tentar!


quarta-feira, 25 de setembro de 2019

DE VOLTA PRA CASA

(por) Edison Borba


                                                       
                                                       
Sonhei que estava voltando para casa,  não para a minha casa, a que eu moro agora. A minha volta era mais complexa, eu estava retornando às minhas raízes, como se eu estivesse dentro de uma máquina do tempo. Retornando gradativamente à minha juventude e à minha infância. Revi pessoas e lugares. Participei de acontecimentos importantes. Pude abraçar gente querida e cantar músicas que me trouxeram alegria e outras que me fizeram lembrar de amigos que partiram. Foi uma viagem repleta de encantamentos, e mesmo quando revi fatos que na ocasião representaram tristeza, agora ao revê-los ou revivê-los  o sentimento não foi o mesmo sentido naquela ocasião. À medida que o tempo mudava eu podia ver e reviver a minha vida. Mas, num determinado momento, senti que não devia prosseguir, que não devia continuar viajando no passado. O bom da vida, é manter os sentimentos da forma com que eles foram sentidos, quando aconteceram. Senti que se continuasse, muitos sonhos iriam se desfazer numa visão realista que o tempo atual destruiria. Felizmente desliguei a máquina do "tempo" e acordei a tempo de não perder mais um capítulo da minha novela. 

terça-feira, 24 de setembro de 2019

A MÚSICA CANTANDO HISTÓRIA

(por) Edison Borba

                           

A letra do samba “40 ANOS”, gravado por Emílio Santiago, contém nomes e fatos da História brasileira. Trata-se de uma sequência de informações que é preciso estar atento ou ter vivido ou ter estudado para se poder compreender a essência dessa linda pérola da MPB.
São 40 anos de Brasil que desfilam através da voz de Emílio e de outros que também gravaram, como é o caso de Alcione.
Nomes de personalidades são citadas, como Zumbi, Peri, D. Pedro e Tancredo Neves, que é lembrado através do Hino Nacional tocado em seu enterro. Seguindo pela nossa História, o tempo da ditadura surge ao lado de Glauber Rocha no cinema, Gonzaguinha e Milton Nascimento.
O Festival Internacional de Música realizado no Maracanãzinho, é lembrado pelo “galo” o símbolo do Festival, e das músicas “Ava Canoeiro” e “Travessia”. E neste contar e cantar surge Elis, e o Teatro Opinião e a “Disparada”, cantada por Jair Rodrigues em outro Festival de Música. E seguimos com Ayrton Senna, Hortência, Chico e Agostinho e mais o tri campeonato. Passamos por Pelé, Raoni e a nossa Amazônia e a fé de Chico Xavier.
Infelizmente, nos 40 anos de MPB, o Brasil vem sofrendo com os que, sempre, viveram mamando na vaca “profana” que ainda dorme em berço esplêndido sem perceber o desvio do leite dos inocentes.
Porém, Altay Veloso e Paulo Cesar Feital, autores dessa maravilha musical, encerram a jornada colocando o Brasil pra frente, num grande ensaio musical para brilharmos no próximo carnaval.
Vale a pena ouvir o samba "40 ANOS"!


QUEM É ELA?

(por) Edison Borba

Ela não é minha filha. Não é!
Ela não é minha irmã! Não é!
Ela não é minha neta! Não é!
Ela não é minha prima! Não é!
Ela não é minha sobrinha! Não é!
Ela não é minha amiga! Não é!
Quem é ela? Por que estou falando dela?
É melhor "deixar ela" prá lá!
Por que se importar com ela?
Ela "era" uma criança! Uma brasileira!
Era? Por que ela era?
Ela morreu! Morreu?
Desculpe-me! Ela não morreu
Ela foi assassinada ...
Por que? Quem fez isso?
Ela foi morta pelo preconceito
Pelo abandono. Pela inércia dos que governam o País.
Não foi a bala do fuzil!
Quem matou "ELA" foi o Brasil!
*********
Em memória de Ágatha Vitória Sales Félix. brasileira de 8 anos e de todas as outras crianças mortas nos últimos dias no Rio de Janeiro.

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

MULHER BRASILEIRA


(por) Edison Borba










É na roda do vestido da baiana que o mundo gira
É na barra da saia feminina que a minha cabeça roda
É na roda de samba que eu danço, ela gira e o mundo balança
É no balanço dos quadris dessa menina que meus pensamentos
se embolam
É na palma da mão que marco ritmo, bato palmas, pra ver a baiana girar
É no som da cuíca que todos vibram, dançam e cantam para comemorar
É no compasso do zabumba, que danço samba e até rumba
E eu rodo, nas barras rendadas das mulheres empoderadas
É na sandália delas que sapateio, rodopio como num rodeio
É no mar feminino de sereias que me transformo em peixe e vou nadar
Neste mar brasileiro de mulheres guerreiras eu quero sambar até cansar
Rodam as baianas, as cariocas, as gaúchas, as paraenses e as goianenses
Rodopiem as amazonenses, as paraenses, as sergipanas e alagoanas
Rodem suas saias rendadas, rodopiem e dancem nos terreiros
Fazendo valer a força e a garra de todos os brasileiros!
*********

CICLO VITAL

(por) Edison Borba


A semana que hoje se inicia, é a mesma que nos levará para o final do mês de setembro. Início de um fim que se aproxima, mostrando para nós que vivemos em ciclos, que se repetem sistematicamente num eterno renascer. Para os olhos pessimistas, isso se chama rotina, mas para os que tem fé, isso se chama renovação. A cada ciclo que se abre, iniciando um dia, uma semana, um mês ou um ano, são oportunidades que estarão nos esperando, são sonhos que poderão ser realizados e vida que se renova. Portanto, amigos, estejamos abertos para receber o "novo" e renovarmos nossos pensamentos, nossas atitudes, nossa fé e renovar (para aumentar) o nosso amor ao próximo, lembrando que o "próximo" é todo ser vivo que habita esse planeta: animais, vegetais e nós, os humanos.

domingo, 22 de setembro de 2019

CRIANÇAS ASSASSINADAS

(por) Edison Borba




Corram todos, por favor
Toquem sinos, soem as trombetas
Mais um corpo de criança foi achado na sarjeta
Será menino ou menina? Todos querem, logo  saber
Não importa é criança que não conseguirá crescer
Morreu de que? Foi doença, dessas que "pegam" criança?
Sarampo, tosse, febrão? Ou será que foi intoxicação?
Nada disso meu senhores, foi o circo de horrores
Que se formou nessa cidade! Ninguém acata as leis
Nenhuma é respeitada, nem a Lei maior de Deus
Amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei
Traficante atira em polícia, que tenta pegar a milícia.
Milícia assume o comando, formando um forte bando
E nessa grande confusão, ninguém consegue controlar 
A guerra na cidade, onde quem mais sofre são os "da" comunidade
Na rua, no beco, na calçada ou até dentro de casa
As balas acham crianças. Algumas jogando bola
Outras no sofá brincando, até no colo das mães
Elas morrem "por engano"
Quem é do dono da bala que matou a minha Jenifer
Grita o avô desesperado, tentando achar resposta
Para algo inusitado
Outras famílias choram, buscando respostas em vão
Que matou a menina Ágatha, o Kauê e o Kauan?
Ninguém sabe! Ninguém viu! Foi a bala de um fuzil!
Nossas crianças crianças morrem por falta de amor humano
Dos que estão no poder! 
Os que roubam e saqueiam os cofres desse País
Estão em seus palácios, cercados de todo conforto
Legislando em causam própria que nem sabem da existência
Desse "povo" que morreu. 
Esse tipo de notícia não chega até seus ouvidos
Seus filhos estão escondidos,protegidos em outros "Brazis" 
Das balas dos nossos fuzis!
_______ Até quando????

sábado, 21 de setembro de 2019

MEU BAIRRO

(por) Edison Borba
 Moro no Humaitá, um aprazível bairro da zona sul do Rio de Janeiro. Muitas vezes, confundido com Botafogo, nosso vizinho próximo. Uma das características do Humaitá é a grande concentração de hospitais, casas de saúde, farmácias, academias de ginástica, consultórios médico e também de terapias alternativas como acupuntura, ioga, shiatsu e outras, que fazem parte da geração saúde.
Aqui também estão localizados restaurantes naturais, casas de chá e “boutiques” de doces e salgados, lugares agradáveis para um café sem pressa.
Estas características são indicativas de que meu bairro é saudável, habitado por gente que cultiva a saúde e a boa forma, e para isso procura o lado “natureba” de viver.
O horto mercado, conhecido como COBAL, é uma alegria constante. Cheio de restaurantes dos mais variados estilos, misturados às frutas, verduras, legumes, sorvetes, lojas de móveis e outras atrações, que enchem o espaço de harmonia, é um convite constante à felicidade.
As orquídeas são uma atração a mais, com sua variedade de estilos e cores, elas brilham junto com as rosas, margaridas, antúrios e outras rainhas dos jardins, todas reunidas nas floriculturas da COBAL.
Colégios? Vários estão construídos pelas ruas do Humaitá, o que o transforma num lugar jovem. Meninos e meninas com seus coloridos uniformes fazem grande alarido trazendo para os moradores uma sensação de esperança.
Algumas pequenas e sofisticadas galerias escondem encantadoras lojas com uma grande variedade de produtos que nos aguçam a vontade de comprar.
Sentar no “quintal” da COBAL, beber chopinho bem gelado admirando a imagem do Cristo Redentor é um excelente programa. De segunda a segunda, os bares são ocupados por gente de todo o mundo.
Lugar de gente alegre e sorridente o Humaitá, também se caracteriza por edifícios com jardins onde pássaros cantam pelas manhãs e famílias de micos fazem a festa pulando pelos galhos das antigas árvores.
Outro aspecto do meu querido bairro é a grande concentração de crianças. Nas manhãs de sol, congestionamento de carrinhos de bebê concentra-se no espaço do hortomercado, na outra ponta da vida estão os idosos. Humaitá também possui uma grande população de senhores e senhoras, que se juntam aos nenês na hora do sol matinal.
Apesar de todas essas maravilhas, algo me preocupa quanto ao Humaitá, é a constante retirada de árvores. Desde que estou morando aqui, já vi diversas árvores serem arrancadas e não serem substituídas. A ação dos cupins, as fortes chuvas, são alguns dos elementos responsáveis pela necessidade da poda e da retirada desses incríveis seres, que garantem a vida no planeta terra.
Não está havendo o sistema de troca. Necessitou cortar e tirar a árvore, o local deveria ser ocupado imediatamente por outra árvore. Porém, o espaço do vegetal é rapidamente coberto por cimento. Aos poucos algumas ruas estão se tornando desertas, no verão não há sombras, o que está gradativamente transformando o atraente Humaitá em mais um deserto de asfalto e cimento.
A Rua General Dionísio e a Voluntários da Pátria já perderam várias árvores e com elas, a sombra, os pássaros, a garantia de melhores condições de sobrevivência dos moradores.
Ainda é tempo de revermos esta situação. Não sei se os Órgãos Municipais competentes ainda podem replantar esses seres vivos (as árvores) nos antigos locais e, se a partir de agora, quando houver necessidade de remoção de uma das nossas amigas verdes, que no mesmo momento, outra árvore seja colocada no local.
Nossos filhos e netos. Nossas crianças. Nossa saúde. Nossa natureza e principalmente nossa vida agradece.

Atenção! Moradores do Rio de Janeiro, precisamos defender o mais importante patrimônio da vida na TERRA, as árvores.

Esta árvore fica na rua General Dionísio,Humaitá. Ela representa a resistência da natureza contra a insanidade do homem!


DIA DA ÁRVORE


(por) Edison Borba

É comemorado no Brasil em 21 de setembro, para marcar o início da primavera, e tem como  objetivo principal a conscientização a respeito da preservação desse bem tão  valioso. Para marcar data tão importante, escolhi o poema JAMELOEIRO, para representar todas as outras árvores.












Entre todos os arvoredos, existe um espertalhão
O frondoso jameloeiro, que sabe pegar ladrão
Grandes galhos, alto tronco, quando está carregadinho
De frutinhos saborosos, macula a boca e os lábios
De quem resolve roubar, deixando vestígio
Na cara do guloso assaltante, manchando a boca de roxo
Dedurando e meliante, jameloeiro querido
Não faça isso comigo, que gosto do seu sabor
Pra comer e lambuzar, minha boca e minha cara
De jamelão, jambolão, manjelão, baga-de-freira
Não importa para mim, o nome que você tenha
Até brinco-de-viúva, andam chamando você
Mas seu delicioso fruto, já manchou minhas bochechas
Fiquei com a cara marcada, arroxeada, um horror
Mas eu não vou desistir, de provar o seu sabor.

-Do Livro “ARVOREDOS” – Edison Borba – 2014
Editora AllPrint / SP


sexta-feira, 20 de setembro de 2019

A ARTE DE PERDER

UMA PONTINHA DE SAUDADE

(por) Edison Borba
                       
Acordei, liguei a televisão para assistir ao jornal da manhã. Assustei-me, pensando que o hoje era o ontem! As notícias sobre a guerra na nossa cidade, se repetiam mais uma vez. Policiais mortos, homens fuzilados, pessoas assaltadas e outros casos que me neguei a ver e ouvir. Rapidamente desliguei o televisor e optei pela música.
Precisei de alguns minutos para me recompor antes de sair para o trabalho!
Bateu saudade mesmo! Saudade, sem saudosismo. Nada de ficar falando: “no meu tempo”. O meu tempo é hoje!

Senti o cheiro do café e da manteiga derretendo no pão quentinho, comprado na padaria da esquina. 

Revi em meus pensamentos as  pipas  coloridas e suas rabiolas dançando no céu Lembrei dos cães soltos no quintal! 

Saudade de ouvir dos meus pais: “Filho, Deus te abençoe!”


De ir a pé para a escola, sem medo de nada. Da blusa branca dos nossos uniformes onde havia duas letrinhas EP (Escola Pública) bordadas em azul. Da Escola Municipal Barão de Macaúbas. Quanto orgulho! Éramos estudantes da rede pública de ensino!Lembrei das professoras, bem vestidas, sempre sorridentes.Lembrei do jornaleiro, do quitandeiro e do baleiro: que eram amigos das crianças e não um perigosos vendedores de drogas.
Que loucura! Perdemos qualidade de vida!
Hoje, temos tanta  tecnologia, mas perdemos a paz, a doce paz das cadeiras nas calçadas, dos papos espichados, sem hora de acabar e nem medo de começar.
Sem saudosismo, mas com uma terna saudade eu abraço meus amigos, que se perderam no tempo mas que continuam a habitar a minha memória.

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

REQUENTANDO NOTÍCIAS

(por) Edison Borba

                         

Hoje, 19 de setembro de 2019, quando os noticiários informaram da "blitz" no Senado e no Congresso Nacional  na busca de provas contra parlamentares por suspeita de desvio de verba nas obras de transposição do  Rio São Francisco, eu tive a sensação de estar bebendo café requentado. É muito triste para todos os brasileiros acompanhar a falta de humanidade que envolve as nossas "casas", pelos atos de homens e mulheres absolutamente desprovidos de moral, ética, senso de brasilidade, honestidade e nem sei mais onde buscar adjetivos. Quadrilhas que continuam agindo, mesmo quando os seus chefes estão aparentemente "presos". Há vários anos que estamos bebendo "café requentado", notícias que sabemos, não esclarecem definitivamente os fatos. Não ficarei surpreso, se em 19 de setembro de 2020, esta mesma notícia ocupar as manchetes, enquanto o povo da região do Rio São Francisco, ainda estará sendo abastecido de água trazida por carros pipas, que provavelmente pertencem a alguma empresa vinculada "provavelmente" a deputados, senadores, prefeitos e ou vereadores. Quem viver verá!





quarta-feira, 18 de setembro de 2019

SER OU PODE SER?

(por) Edison Borba

Quando estamos vivenciando uma crise, ficamos diante de uma bifurcação de escolhas que é bastante complexa para a nossa decisão. Haverá o ideal, isto é, aquilo que gostaríamos que acontecesse. A solução do problema de acordo com as nossas necessidades. Porém, existe o real, isto é, a situação como ela verdadeiramente é. A verdade diante dos nossos olhos, como receber um diagnóstico referente a uma doença considerada incurável. O ideal, para essa realidade seria a cura absoluta e rápida, mas sabemos que não será assim, acontecerá um tratamento, que por sua vez dependerá de várias circunstâncias para que a cura, aconteça. Outra questão é: como manter o equilíbrio, diante de um filho que está envolvido com drogas? Como proceder diante desta realidade? O ideal seria acontecer um milagre, a cura chegar sem deixar rastros, porém não adianta esperar pelo milagre, é preciso lutar por ele. Buscar formas de tratamento e espiritualmente se abastecer de fé acreditando que o tratamento médico psiquiátrico irá fazer efeito, porque Deus poderá ajudar,  mas ELE não irá manipular. Deus não manipula, não se vende, não interfere ele apoia, indica caminhos,  oferece alento e deixa o livre arbítrio conduzir a nossa vida para que haja a cura dos nossos males.

"CURRICULUM" MORTE

(por) Edison Borba


Vivemos mergulhados numa terra de "malboro". Diariamente os noticiários nos apresentam um lista de mortos bastante variada. Crianças, jovens, idosos, adultos, mulheres, trabalhadores, homens, travestis, donas de casa entre outros tantos numa interminável relação de nomes. Por incrível que pareça, essa listagem também é internacional, incluindo os turistas que nos visitam acreditando nos belos cartões postais que as empresas de turismo divulgam pelo mundo. Entre lágrimas, gritos, choros, lamentos  e  pedidos de justiça, também somos apresentados ao "curriculum" morte  dele ou dela atingidos pela cruel espada da morte. Infelizmente, as mães são as que mais lutam pela apresentação da identidade de seu filho: era bom pai, bom filho, bom marido, trabalhador, tinha carteira assinada, estudava e trabalhava, lá na comunidade todo mundo gostava dele, fazia pipas para vender, cuidava da avó doente, era meu menino querido (Obs.: essas qualificações podem ser lidas no feminino). Também recebemos os "curriculos" dos policiais que são vencidos nessa interminável batalha: tinha dez anos de corporação, um soldado excelente, deixa três filhos e a viúva grávida de oito meses. E, assim, dessa forma, nossos arquivos mentais vão sendo preenchidos por dezenas de "curriculuns" morte. O que fazer com eles? Para onde enviá-los? 


terça-feira, 17 de setembro de 2019

AMIZADE TEM QUE SER CULTIVADA!


(por) Edison Borba

                                        



Tenho uma querida amiga, Teresa, que afirma categoricamente: “amizade é igual a uma plantinha – precisa ser cuidada frequentemente”. Sem dúvida, as palavras da Tetê, são sábias! Muitas vezes, deixamos de telefonar, enviar uma mensagem, lembrar do aniversário de pessoas que amamos, na certeza que, por sermos amigos, estes “agradinhos” não fazem falta. Ficamos com a antiga e usada observação: “quando nos encontramos, parece que foi ontem, que nos vimos pela última vez”.
Eu também me incluo nos que fazem esta afirmação. Porém, quando recebemos a notícia que uma pessoa querida nos deixou, amargamos os encontros não realizados, telefonemas cancelados e desculpas para explicar um desencontro, choramos e prometemos que jamais deixaremos de fazer contato com os amigos.
O tempo passa e repetimos a mesma atitude!
Portanto, vamos lembrar das palavras da Teresa e cultivarmos nossas amizades, com pequenos mimos. É baratinho e vale a pena!


segunda-feira, 16 de setembro de 2019

O DIVINO EM NÓS

(por) Edison Borba


                                  



Apesar do mundo caminhar no sentido de complexas tecnologias e, apesar de estarmos diariamente convivendo com a violência sob os mais diferentes aspectos e níveis; apesar das atitudes humanas demonstrarem um afastamento do divino, como podemos constatar nas agressões ao meio ambiente e na dominação do homem contra o homem, em contrapartida estão surgindo grupos,  buscando através da neuroteologia, bioteologia e da neurociência espiritual analisar processos cognitivos que aproximam os seres humanos do Divino. Experiências realizadas por Dean Hamer, pesquisador americano, tentam comprovar que alguns seres humanos carregam genes que lhes conferem a possibilidade para usufruírem de sensações místicas que podem ser interpretadas como revelações religiosas. O número dessas pessoas tem aumentado na sociedade. Elas se caracterizam pelo otimismo e resistência, sendo portanto mais saudáveis que a maioria.
Há também, quem afirme que este gene encontra-se em todos os genomas humanos, como uma predisposição, que poderá ser revelada ou não conforme o meio ambiente no qual o indivíduo está inserido.
Esta pesquisa, nos deixa mais otimistas quanto ao futuro da humanidade, fazendo com que a esperança de um mundo melhor comece a ser revelada. Importante lembrar que a manifestação deste gene não canaliza o indivíduo para nenhuma religião, apenas o torna mais sensível para com o mundo, portanto serão capazes de amar e cuidar da natureza, mantendo o equilíbrio, o que pode vir a ser a salvação do planeta Terra.






domingo, 15 de setembro de 2019

70 - DÉCADA DO DIVINO E MARAVILHOSO!

(por)Edison Borba


Chegando do Teatro Net Copacabana, onde tive o prazer de assistir ao espetáculo: 70 - Década do Divino e Maravilhoso, tendo Baby do Brasil e três componentes do grupo As Frenéticas,como protagonistas, ainda estou com a emoção percorrendo meu corpo. Foi adrenalina em alta dose. Talvez, o espetáculo tenha sido  emocionante para mim, que vivi intensamente essa década envolvendo-me com as questões políticas, musicais e teatrais. Grande parte do que foi apresentado no sob forma de música ou sob forma de jornalismo, eu conhecia pela vivência. Apesar de ser um espetáculo alegre, musical e até dançante, em alguns momentos algumas lágrimas visitaram meus olhos.  "Velhas" notícias dos jornais trouxeram à tona  tempos socialmente difíceis. As músicas, as letras, os intérpretes nacionais e internacionais fizeram dessa década uma das mais ricas, artisticamente falando.
Quem for assistir, prepare-se para emoções e alegria. Muita música de boa qualidade e um grupo de atores, cantores e bailarinos de primeira classe. Vale a pena ir ao teatro Net em Copacabana e conferir a Década do Divino e Maravilhoso.

sábado, 14 de setembro de 2019

A ERA DO RÁDIO!

(por) Edison Borba












Ano, 1951, família reunida na sala, em torno do rádio, o relógio marcando pontualmente  8 horas da noite.  Quebrando o silêncio, ouvia-se no rádio a voz do locutor anunciando:
"A Rádio Nacional orgulhosamente apresenta, mais um capítulo da fabulosa  novela de Felix Caignet, "O Direito de Nascer". Durante três anos, esse ritual se repetiu, numa religiosidade britânica. Quem seria o pai do Doutor Albertinho Limonta, criado pela bondosa Mamãe Dolores. Uma novela de amor e sofrimento, que em muitos capítulos levou minha mãe e minha avó, às lágrimas. No imaginário de um menino, as imagens dançavam conforme o timbre da voz do radioator. Como seria a bela Maria Helena? E o malvado Dom Rafael, que mandou matar o próprio neto? E a terna e bondosa Mamãe Dolores?
Durante anos, a saga do Albertinho, em saber que eras seus pais e o sofrimento de sua mãe que trancou-se num convento transformando-se em Irmã Helena da Caridade foi acompanhada por minha família. Como era importante a presença do rádio nas nossas casas, principalmente da Rádio Nacional. As programações das diversas rádios, estimulavam seus rádio ouvintes a pensar, imaginar, idealizar e sonhar  sendo também responsáveis pela  integração de todo  o imenso território brasileiro.








ONDE FICA BACURAU

ONDE FICA BACURAU?

(por) Edison Borba


Onde fica Bacurau?
Será na Europa, África ou na América Central?
Bacurau, lugar de boca seca e povo viril
Bacurau, tem sede de água.  Sede de justiça.
Até parece um lugar de um país chamado Brasil
Nela existe moral, que é apenas dela.
Tem mulher trabalhadeira, tem honesto professor.
Tem rezadeira e puta. Tem repentista que canta
Pelo prazer de cantar
Tem tudo, que toda cidade tem!
Tem até "cabra" safado, eleito para prefeito
Mas Bacurau não "tá" no mapa 
É terra esquecida sem dono, um ponto no oceano
De pó, poeira e gente que se faz de servil
Nas mãos de quem lhe quer dar um norte.
Mas Bacurau faz sua própria sorte
Lá tem  museu, tem escola, doutor e até  pensador
Tem gente que anda nua. Lugar de sexo fácil
De gente trabalhadeira, dócil e que de boba, nada tem 
Terra que ama os livros e sabe democratizar
Dividindo o pouco, que chega até lá
Uma democracia estranha, que existe nas entranhas
Do povo, simples e matreiro, que vive de olho aberto
Não se deixando levar,  pelos que se dizem espertos
Aqueles que com ardil, criaram safári esquisito
Turismo como armadilha para caçar os humanos
Por "gringos" desocupados, havidos por sangue beber
Matando gente inocente apenas por puro prazer
Mas o povo de Bacurau, especialista em morte
Sabe virar o jogo, transformando a sua sorte.
Quem estava na mira, virou o cano da arma, 
Mudando o jogo e a sina!
A caça teve seu dia, e matou o caçador
Porquê sabia pensar, arquitetar e até matar
Defendendo sua terra, chamada de Bacurau
Que mesmo não estando no mapa, continua existindo
No coração do seu povo
Que sabe fazer justiça, defendendo com vigor
Sua casa, seu lar  nesta terra pequenina
Perdida lá no sertão, onde canta o bacurau
Pátria de destemidos, que nunca serão vencidos
Pois todos foram paridos pela querida mãe gentil
Oh! Pátria amada, que nós chamamos Brasil!










sexta-feira, 13 de setembro de 2019

PESSOA DE IDADE...

(por) Edison Borba


Durante os trágicos acontecimentos envolvendo o incêndio no hospital Badin, alguns jornalistas referiam-se às pessoas "de idade". A minha curiosidade acendeu uma luz em minha cabeça e logo eu pensei o que é uma pessoa de idade? Quando nascemos, somos registrados e o tempo começa a ser marcado, deixando de lado os nove meses que passamos na barriga da nossa mãe. Logo, na nossa idade deveria ser acrescido sempre nove meses,  mais os anos de pós nascido. 
Tudo bem! Mas isso não explica a questão de "pessoas de idade"!
Uma criança de dez anos é uma pessoa que tem idade! Também as de quinze ou ate´de vinte anos, todas registradas em cartório, possuem um tempo marcado em seus documentos, logo todas tem idade!  Socialmente todos os cidadãos são oficialmente registrados recebendo vários números que irão acompanhá-lo por toda a vida, sendo o último aquele que constará no atestado de óbito. Mas,isso é outro assunto, vamos voltar para a questão da "idade"!
Uma mulher de 40 anos e um homem de 30 possuem idade! Logo são pessoas com idade, isto é, viveram o tempo que está assinalado em seus documentos. Antes de ficar nervoso,  creio que o jornalista quis dizer pessoas de muita idade, isto é, ele se referia ao tempo em que o indivíduo já existe. Uma criança de um ano e o seu vovô de oitenta, ambos tem idade mas o vovozinho tem mais idade, logo o bom senhor é um senhor de idade. Ufa! Que confusão! Acabei de chegar a conclusão que eu sou um homem com idade suficiente para ser considerado um "senhor de idade"! 





HOSPITAL EM CHAMAS

(por) Edison Borba


Choro, gritos, tremores, vozes sussurradas – horrores!
Dúvidas, medos e emoções confusas. Lamentos!
Corpos balançando sobre as pernas. Andar trôpego.
Lágrimas. Luzes se apagam.
Terror no escuro!
Gente arrastando gente. Gente se arrastando.
Horror. Fumaça sufocante. Pavor.
Tubos. Macas. Seringas. Fumaça sufocante.
Tremores dos corpos. Gargantas secas.
Gritos não ouvidos.
Sentimento de solidão.
Gente correndo. Gente acudindo. 
Esperança que surge!
Mãos amigas que seguram mãos aflitas.
Já não estão mais sozinhos
Chegou carinho! Chegou amor!
Gente comum. Bombeiros. Enfermeiros.
Médicos e a população
Todos juntos numa corrente de emoção.
Em meio a tragédia. Anjos que chegam
Trazendo alento para aquele momento de tanta dor
Hospital em chamas faz despertar corações
Se houve a tragédia, também houve amor
A obra de Deus não foi em vão
Na hora da dor, somos irmão com irmão!




VAMOS SER POETAS!


(por) Edison Borba

Gosto de me sentir um operário das rimas e com elas construir castelos de sonhos ou usá-las para denunciar algo ruim que ameace a nossa sociedade. Usar as rimas para enaltecer as belezas da vida e pessoas belas em suas atitudes. Construir versos para meus colegas de profissão, professores por vocação, que conseguem fazer de suas aulas poemas matemáticos, geográficos, históricos, filosóficos, sociológicos, biológicos e muito; muito mais, num processo artístico literário, que faz das salas de aula, grandes espaços artísticos.
Versejar os amigos, companheiros que lutam todos os dias sem perder a alegria da vida!
Versejar as forças da natureza: o sol, a lua, as montanhas, os rios, as águas profundas dos oceanos, as cascatas cristalinas e tudo que existe no planeta Terra!
Versejar as florestas e seus habitantes seus cantares e sussurrares seus segredos insondáveis e sua beleza extravagante!
Quero poder versejar por muito tempo. Construir versos que encantem ou despertem nas pessoas a vontade de ser um poeta e expressar as suas emoções. Versejar a vida e o amor!
Versejar na partida e na chegada, saudando a vida em toda a sua plenitude!
Venham, vamos fazer uma roda, cantar e dançar e versejar!


quinta-feira, 12 de setembro de 2019

PASSEANDO PELAS PALAVRAS











Palavras outras, outras palavras. Palavras de Caetano são veladas palavras de um baiano, o Veloso. Mas,  que palavras? Aquelas que eu não disse? Aquelas que eu disse? As que eu só pensei As que falei sem pensar As que usei para ofender.  As palavras de amor.  As falsas palavras ou as palavras falsas. As malditas, que eu disse sem querer dizer.  As que não foram adequadas  e não expressavam meus sentimentos.  As palavras malvadas, que foram planejadas. Ardilosamente pensadas.  As que usei para enganar: perigosas palavras.
As amorosas, ditas aos amigos. Deliciosas palavras. Delicadas e afetivas. Vieram do coração. Foram ditas com emoção.
Palavras ao vento! Pronunciadas apenas para preencher um espaço!Palavras sem compromisso, mas  que comprometem. As que prometem, apenas prometem, mas não são cumpridas.
As usadas como juras? Por que usá-las? Para quem usá-las?
Palavras, pensamentos expressos através de sons.
Palavras, uma vez pronunciadas, não retrocedem.
Ficam no ar, vibrando por toda a eternidade.
Palavras – perigoso artifício humano
Saber usá-las – uma sabedoria.
O melhor é calar, pensar e só depois falar.
Palavras não são apenas palavras
São sentimentos que expressam momentos
No início foi o verbo         
E depois ...