Acordei,
liguei a televisão para assistir ao jornal da manhã. Assustei-me,
pensando que o hoje era o ontem! As notícias sobre a guerra na nossa
cidade, se repetiam mais uma vez. Policiais mortos, homens fuzilados,
pessoas assaltadas e outros casos que me neguei a ver e ouvir.
Rapidamente desliguei o televisor e optei pela música.
Precisei
de alguns minutos para me recompor antes de sair para o trabalho!
Bateu
saudade mesmo! Saudade, sem saudosismo. Nada de ficar falando: “no
meu tempo”. O meu tempo é hoje!
Senti
o cheiro do café e da manteiga derretendo no pão
quentinho, comprado na padaria da esquina.
Revi em meus
pensamentos as pipas coloridas e suas rabiolas dançando
no céu Lembrei dos cães soltos no quintal!
Saudade
de ouvir dos meus pais: “Filho, Deus te abençoe!”
De ir a pé para a escola,
sem medo de nada. Da blusa branca dos nossos uniformes onde havia duas letrinhas EP (Escola Pública) bordadas em azul. Da Escola Municipal Barão de Macaúbas. Quanto
orgulho! Éramos estudantes da rede pública de ensino!Lembrei
das professoras, bem vestidas, sempre sorridentes.Lembrei do jornaleiro, do
quitandeiro e do baleiro: que eram amigos das crianças e não um
perigosos vendedores de drogas.
Que
loucura! Perdemos qualidade de vida!
Hoje,
temos tanta tecnologia, mas perdemos a paz,
a doce paz das cadeiras nas calçadas, dos papos espichados, sem hora
de acabar e nem medo de começar.
Sem
saudosismo, mas com uma terna saudade eu abraço meus amigos, que se perderam no tempo mas que continuam a habitar a minha memória.
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