Vivemos mergulhados numa terra de "malboro". Diariamente os noticiários nos apresentam um lista de mortos bastante variada. Crianças, jovens, idosos, adultos, mulheres, trabalhadores, homens, travestis, donas de casa entre outros tantos numa interminável relação de nomes. Por incrível que pareça, essa listagem também é internacional, incluindo os turistas que nos visitam acreditando nos belos cartões postais que as empresas de turismo divulgam pelo mundo. Entre lágrimas, gritos, choros, lamentos e pedidos de justiça, também somos apresentados ao "curriculum" morte dele ou dela atingidos pela cruel espada da morte. Infelizmente, as mães são as que mais lutam pela apresentação da identidade de seu filho: era bom pai, bom filho, bom marido, trabalhador, tinha carteira assinada, estudava e trabalhava, lá na comunidade todo mundo gostava dele, fazia pipas para vender, cuidava da avó doente, era meu menino querido (Obs.: essas qualificações podem ser lidas no feminino). Também recebemos os "curriculos" dos policiais que são vencidos nessa interminável batalha: tinha dez anos de corporação, um soldado excelente, deixa três filhos e a viúva grávida de oito meses. E, assim, dessa forma, nossos arquivos mentais vão sendo preenchidos por dezenas de "curriculuns" morte. O que fazer com eles? Para onde enviá-los?
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