terça-feira, 1 de março de 2011

O VÉU A BURCA E A LEI MARIA DA PENHA.


Na história da humanidade, coube a uma mulher chamada Maria, emprestar o seu corpo, para que o filho de Deus pudesse vir a Terra e se fazer homem.
Muitas outras mulheres, Marias ou não, também se destacaram  por seus feitos gloriosos. É comum ouvirmos que ao lado de um grande homem existe sempre uma mulher notável.
Apesar disso, o sexo feminino vem sendo subjugado através do tempo. Sempre coube às mulheres a menor fatia do bolo. O homem, se utilizando, do título de protetor e provedor empurrou a mulher para um segundo plano nas mais variadas culturas, comunidades e sociedades.
A gravidez, é usada  para justificar possíveis demissões ou então a manutenção da trabalhadora  num padrão abaixo dos concedidos aos homens. Alegando diminuição do potencial de trabalho, muitas empresas usam a gravidez como fator de impedimento para o crescimento profissional de suas funcionárias. É possível, encontrarmos diversos mecanismos usados pelos homens, para manterem as mulheres num patamar de subserviência, sendo até capazes de transformar  um símbolo de status  em algo que caracteriza submissão. Usando  a ética e a moral como fatores capazes de explicarem atitudes machistas,  homens invadiram o universo feminino descaracterizando símbolos e transformando o sagrado em profano.
O véu, por exemplo, era uma referência à importância feminina na sociedade. Uma veste habitual entre as mulheres judias que se tornou referência entre as cristãs,  e durante a Idade Média, caracterizava  dignidade. A ignorância masculina violou esse significado, tornando o véu um símbolo de submissão. Esconder o rosto das filhas e esposas, alegando proteção, não passa de uma atitude dominadora. Esse fato, entre outros, encontrados na nossa história, deixa claro as relações injustas e discriminatórias, que se perpetuaram, através dos tempos. Até o Novo Testamento,  onde a Mulher e o Homem são apontados como a Imagem de Deus, e portanto gozando dos mesmos direitos e deveres, vem sendo ignorado.
Os lares que deveriam ser lugares seguros e de parceria, passaram a abrigar discórdias, agressões e violência. Em muitas sociedades, a menina ainda pertence ao pai, que a entrega ao marido através de negócios lucrativos. Contratos de casamento, feitos  na infância, são seguidos sem nenhum questionamento. Aqui no Brasil, garotas são vendidas em nome da pobreza.
Justificando a necessidade de sobrevivência famílias comercializam suas filhas num verdadeiro leilão da “inocência”.
Toda essa seqüência de fatos fez com que um sentimento de culpa se abatesse sobre as mulheres, tornando-as submissas e obedientes num universo essencialmente machista.
Nas atividades profissionais e religiosas, é muito difícil para uma mulher alcançar um cargo de destaque. Mesmo em pleno século XXI, ainda encontramos muitas  que dependem de seus companheiros para sobreviverem.
As tarefas domésticas,  não são vistas como trabalho árduo. Uma mulher que cuidou da casa, do marido e dos filhos, chega ao final de um dia tão desgastada quanto qualquer trabalhador.
Mesmo com o advento da mini-saia, que revolucionou toda uma geração, vestes, como o xador e a burca, são usados, não como uma referência a um tipo de traje feminino característico de uma cultura. Mas, como imposição masculina.
Aqui no Brasil,  encontramos mulheres, que se deixam dominar por seus companheiros, que em nome de uma atitude duvidosamente religiosa, impedem suas companheiras de usarem até produtos de higiene.
Importante destacar, que se uma mulher optar, por sua livre e espontânea vontade,  seguir uma doutrina  que dite como regras o uso de um tipo de vestimenta e o não uso de produtos de beleza e higiene íntima, tratar-se-á de uma opção e portanto deve ser respeitada, mas em caso contrário  é opressão.
Foi necessário, que outra Maria, a da Penha, fosse martirizada, tendo o seu corpo ferido e a sua alma dilacerada, para que nascesse uma nova ordem, através da Lei que recebeu o seu nome.
Atenção machistas! Atenção machões! Agora existem regras legais que estabelecem direitos claros para a mulher.
Fortalecendo o que já existia na Constituição e na Carta dos Direitos Humanos a Lei Maria da Penha chegou para dar um basta à violência. Seja ela  de natureza física,  social,  moral ou  psicológica. Em  todas as formas de agressão existe dor e sofrimento para a vítima, portanto o agressor deve ser punido.
Proibir, coibir, anular, desprezar, desmoralizar, humilhar e  assediar são atos tão graves quanto espancar. A dor na alma ou a dor no corpo não podem acontecer, sob nenhuma alegação!
Mulheres sintam-se livres!
Usem véus, cubram-se com seus mantos, ornem-se de flores, perfumem-se, dancem e cantem para seus amores.
Felizmente ainda existem homens que sabem admirá-las e amá-las como vocês merecem.
                                        Para as mulheres do mundo!                                                                   
                                        Edison Borba. 




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