domingo, 27 de outubro de 2013

REFLEXÕES SOBRE O HORÁRIO DE VERÃO.

            Começou em alguns estados brasileiros mais um horário de verão. Isto significa que até o final da estação do calor, alguns cidadãos acordarão uma hora mais cedo. As autoridades alegam que tal medida gera uma grande economia de energia.
Num momento em que salvar o planeta deve ser a meta de todos os seres humanos, encaremos essa mudança como a nossa parcela de contribuição.
Deixando de lado os transtornos biopsicológicos que nossos organismos deveerão apresentar, para realizar as suas necessidades pessoais (dormir / acordar / digerir / defecar) se adaptem ao novo sistema, o importante é a economia. Em pouco tempo todos estarão integrados (??!!)  ao novo horário, que logo terminará, exigindo outras adaptações, mas isso faz parte da rotina.
Muito interessante, nesse tempo de calor, biquínis e sorvete é acompanharmos as entrevistas que são realizadas, sempre que essa regra é adotada.
Jornalistas animados fazem a mesma pergunta (em todos os canais de televisão e emissoras de rádio):
- O que você vai fazer para aproveitar essa hora a mais? Hora a mais?
- Que matemática os nossos jornalistas estão usando?
- Continuamos a trabalhar a mesma “quantidade” de horas, minutos e segundos.
Importante lembrar: não ganhamos hora nenhuma!
Adiantamos nossos relógios, acordamos mais cedo, entramos mais cedo no labuta e saímos após cumprirmos a mesma carga horária no escritório, fábrica, loja, escola e demais postos de trabalho. Voltamos para casa, mas o nosso organismo, continua em conivência com o horário antigo, logo o sono não virá uma hora mais cedo, mas o relógio tocará uma hora mais cedo.
Atenção senhores entrevistadores para esse pequeno detalhe.
Voltando ao tema, outra questão interessante fica por conta dos entrevistados. A maioria responde que irá a praia. Até aqueles que residem bem longe do mar, afirmam que irão jogar seus corpos ao mar. Temos a impressão que o Estado do Rio de Janeiro tem mar por todos os lados. Será que moramos numa ilha?
Por que, essa resposta é a preferida? Provavelmente seja em função das entrevistas serem realizadas nos calçadões praianos.
Apresentamos como sugestão, movimentar os microfones para os portões das fábricas, estações de trens, pontos de ônibus de preferência fora da zonal sul da cidade.
Provavelmente, teríamos uma maior variedade de respostas.
Faz tempo que ouvimos as mesmas perguntas e as mesmas respostas. Talvez haja medo do preconceito, e neste caso os que moram longe da orla, criam a resposta praiana ou completam com as esticadas nos bares.
Sendo assim, fugimos de uma reflexão mais detalhada sobre a adoção de tal medida. Se todos os cidadãos e cidadãs mostram-se felizes com o “ganho” de mais uma hora em suas vidas para beber chope e mergulhar nas águas de Iemanjá, questões mais sérias deixam de ser abordadas.
Respeitemos o horário de verão. Vamos colaborar com a economia de energia. Porém, faz-se necessário, informar a população sobre o que poderá ocorrer com os organismos e passar orientações de como sobreviver a essa mudança, com menos problemas de saúde. A função da imprensa é informar ao povo, de forma clara e ética, sem fantasias que agradam aos poderosos  criando no cidadão trabalhador constrangimentos e informações duvidosas.
 Após essas reflexões, vamos todos ao mar para bronzear o corpo ou aos bares para gastarmos nossos poucos reais e aproveitarmos essa hora extra! (piada - risos)
Edison Borba

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