Começou
em alguns estados brasileiros mais um horário de verão. Isto significa que até
o final da estação do calor, alguns cidadãos acordarão uma hora mais cedo. As
autoridades alegam que tal medida gera uma grande economia de energia.
Num
momento em que salvar o planeta deve ser a meta de todos os seres humanos,
encaremos essa mudança como a nossa parcela de contribuição.
Deixando
de lado os transtornos biopsicológicos que nossos organismos deveerão
apresentar, para realizar as suas necessidades pessoais (dormir / acordar /
digerir / defecar) se adaptem ao novo sistema, o importante é a economia. Em
pouco tempo todos estarão integrados (??!!) ao novo horário, que logo terminará, exigindo
outras adaptações, mas isso faz parte da rotina.
Muito
interessante, nesse tempo de calor, biquínis e sorvete é acompanharmos as
entrevistas que são realizadas, sempre que essa regra é adotada.
Jornalistas
animados fazem a mesma pergunta (em todos os canais de televisão e emissoras de
rádio):
-
O que você vai fazer para aproveitar essa hora a mais? Hora a
mais?
-
Que matemática os nossos jornalistas estão usando?
-
Continuamos a trabalhar a mesma “quantidade” de horas, minutos e segundos.
Importante
lembrar: não ganhamos hora nenhuma!
Adiantamos
nossos relógios, acordamos mais cedo, entramos mais cedo no labuta e saímos
após cumprirmos a mesma carga horária no escritório, fábrica, loja, escola e
demais postos de trabalho. Voltamos para casa, mas o nosso organismo,
continua em conivência com o horário antigo, logo o sono não virá uma hora mais
cedo, mas o relógio tocará uma hora mais cedo.
Atenção
senhores entrevistadores para esse pequeno detalhe.
Voltando
ao tema, outra questão interessante fica por conta dos entrevistados. A maioria
responde que irá a praia. Até aqueles que residem bem longe do mar, afirmam que
irão jogar seus corpos ao mar. Temos a impressão que o Estado do
Rio de Janeiro tem mar por todos os lados. Será que moramos numa ilha?
Por
que, essa resposta é a preferida? Provavelmente seja em função das entrevistas
serem realizadas nos calçadões praianos.
Apresentamos
como sugestão, movimentar os microfones para os portões das fábricas, estações
de trens, pontos de ônibus de preferência fora da zonal sul da cidade.
Provavelmente,
teríamos uma maior variedade de respostas.
Faz
tempo que ouvimos as mesmas perguntas e as mesmas respostas. Talvez haja medo
do preconceito, e neste caso os que moram longe da orla, criam a resposta
praiana ou completam com as esticadas nos bares.
Sendo
assim, fugimos de uma reflexão mais detalhada sobre a adoção de tal medida. Se
todos os cidadãos e cidadãs mostram-se felizes com o “ganho” de mais uma hora
em suas vidas para beber chope e mergulhar nas águas de Iemanjá, questões mais
sérias deixam de ser abordadas.
Respeitemos
o horário de verão. Vamos colaborar com a economia de energia. Porém, faz-se
necessário, informar a população sobre o que poderá ocorrer com os organismos e
passar orientações de como sobreviver a essa mudança, com menos problemas de
saúde. A função da imprensa é informar ao povo, de forma clara e
ética, sem fantasias que agradam aos poderosos criando no cidadão trabalhador
constrangimentos e informações duvidosas.
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