Há dias, professores da rede pública estadual e municipal
do Rio de Janeiro, encontra-se em greve. Passeatas, manifestações, reuniões,
debates, acordos e desacordos estão marcando a vida da população. A mídia, os
jornalistas, os comentaristas, os estudiosos e pesquisadores, estão se fartando
com a crise, que infelizmente tem recebido foco apenas, no movimento greve.
Lamentavelmente, quando uma classe
trabalhadora sai às ruas para lutar por seus direitos, grupos aproveitadores
usam o espaço para se promoverem. Não me refiro apenas àqueles que extrapolando
as regras sociais, quebram e destroem o patrimônio público e privado. Entre os
aproveitadores, encontramos também políticos e outros engravatados, que tentam
tirar proveito da situação. Porém, poucos aproveitam o momento, para um
mergulho no processo educativo do nosso estado.
Por que uma categoria sai às ruas para
reivindicar?
Como estão verdadeiramente funcionando
às nossas escolas municipais, estaduais e federais?
Qual é a verdadeira condição de trabalho
de todos os que labutam nas escolas brasileiras?
O que significa um plano de cargos e
salários?
É verdade que um professor em final de
carreira irá receber realmente o que está sendo anunciado?
Como acontece o cotidiano de um
educador?
Como um professor consegue se
aperfeiçoar em cursos, de mestrado, doutorado e até pós doutorado, tendo que
cumprir sua carga horária em sala de aula?
O que significa a grande variedade de
horários nas redes públicas?
Por que um professor precisa trabalhar
em diversas escolas, tendo que se deslocar pela cidade e até estado, para
garantir seu sustento?
Essas e outras questões não são
abordadas pela maioria dos canais informativos. Vários telejornais, emissoras
de rádio e mídia impressa, prendem-se apenas nas manifestações e não analisam
de forma cuidadosa os motivos que fazem
uma categoria, como a dos professores, se submeteram a tantos
sacrifícios para serem ouvidos.
Esta não é a primeira greve de
professores no estado do Rio de Janeiro, desde os anos setenta, que essa
categoria pede socorro.
As ameaças são as mesmas: corte de
ponto, desconto dos dias parados, reposição de aulas, inquéritos administrativos,
ameaças de punição, uso da força física
entre outras barbaridades. Mas, o que não se conseguiu até hoje: diálogo,
trabalho, mudanças, reformas verdadeiras que aconteçam de forma definitiva.
Muitos políticos, que ocuparam e ainda
ocupam cargos até em Brasília e aqui no Rio de Janeiro são (foram?) professores
e frequentaram manifestações que aconteceram em outras décadas. Alguns passaram
pelas entidades de estudantes e através de suas lutas (?!?) nas bases
conseguiram governar estados e algumas cidades.
Por que esses senhores estão calados? Esqueceram
quando atuavam nas salas de aula,
compareciam às assembleias e faziam discursos inflamados em prol da melhoria da
educação no país.Será que eles usaram os movimentos dos companheiros, como
trampolim para as suas carreiras? Hoje, estão em seus gabinetes e alguns já
aparecem nas propagandas eleitorais, pedindo voto. Será que eles não lembram
mais dos alunos e dos companheiros, os professores?
Infelizmente, é uma pena, que o
movimento dos educadores seja visto apenas através das passeatas.
Infelizmente os verdadeiros motivos da
paralisação, mais uma vez não seja
analisado com seriedade.
Infelizmente os pais e responsáveis não
são informados sobre as verdades educacionais brasileiras.
Infelizmente após tantas lutas,
lágrimas, ameaças e sacrifícios corre-se o risco de tudo voltar a ser como
antes, até acontecer uma nova greve.
É tudo uma questão de tempo, porque a
educação brasileira continua em crise.
Edison Borba
Adorei!!!!Parabéns!!!!
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