quarta-feira, 16 de outubro de 2013

EDUCAÇÃO EM CRISE

          Há dias,  professores da rede pública estadual e municipal do Rio de Janeiro, encontra-se em greve. Passeatas, manifestações, reuniões, debates, acordos e desacordos estão marcando a vida da população. A mídia, os jornalistas, os comentaristas, os estudiosos e pesquisadores, estão se fartando com a crise, que infelizmente tem recebido foco apenas, no movimento greve.
Lamentavelmente, quando uma classe trabalhadora sai às ruas para lutar por seus direitos, grupos aproveitadores usam o espaço para se promoverem. Não me refiro apenas àqueles que extrapolando as regras sociais, quebram e destroem o patrimônio público e privado. Entre os aproveitadores, encontramos também políticos e outros engravatados, que tentam tirar proveito da situação. Porém, poucos aproveitam o momento, para um mergulho no processo educativo do nosso estado.
Por que uma categoria sai às ruas para reivindicar?
Como estão verdadeiramente funcionando às nossas escolas municipais, estaduais e federais?
Qual é a verdadeira condição de trabalho de todos os que labutam nas escolas brasileiras?
O que significa um plano de cargos e salários?
É verdade que um professor em final de carreira irá receber realmente o que está sendo anunciado?
Como acontece o cotidiano de um educador?
Como um professor consegue se aperfeiçoar em cursos, de mestrado,  doutorado e até pós doutorado, tendo que cumprir sua carga horária em sala de aula?
O que significa a grande variedade de horários nas redes públicas?
Por que um professor precisa trabalhar em diversas escolas, tendo que se deslocar pela cidade e até estado, para garantir seu sustento?
Essas e outras questões não são abordadas pela maioria dos canais informativos. Vários telejornais, emissoras de rádio e mídia impressa, prendem-se apenas nas manifestações e não analisam de forma cuidadosa os motivos que fazem  uma categoria, como a dos professores, se submeteram a tantos sacrifícios para serem ouvidos.
Esta não é a primeira greve de professores no estado do Rio de Janeiro, desde os anos setenta, que essa categoria pede socorro.
As ameaças são as mesmas: corte de ponto, desconto dos dias parados, reposição de aulas, inquéritos administrativos, ameaças de punição,  uso da força física entre outras barbaridades. Mas, o que não se conseguiu até hoje: diálogo, trabalho, mudanças, reformas verdadeiras que aconteçam de forma definitiva.
Muitos políticos, que ocuparam e ainda ocupam cargos até em Brasília e aqui no Rio de Janeiro são (foram?) professores e frequentaram manifestações que aconteceram em outras décadas. Alguns passaram pelas entidades de estudantes e através de suas lutas (?!?) nas bases conseguiram  governar  estados e algumas cidades.
Por que esses senhores estão calados? Esqueceram  quando atuavam nas salas de aula, compareciam às assembleias e faziam discursos inflamados em prol da melhoria da educação no país.Será que eles usaram os movimentos dos companheiros, como trampolim para as suas carreiras? Hoje, estão em seus gabinetes e alguns já aparecem nas propagandas eleitorais, pedindo voto. Será que eles não lembram mais   dos alunos e dos companheiros, os professores?
Infelizmente, é uma pena, que o movimento dos educadores seja visto apenas através das passeatas.
Infelizmente os verdadeiros motivos da paralisação,  mais uma vez não seja analisado com seriedade.
Infelizmente os pais e responsáveis não são informados sobre as verdades educacionais brasileiras.
Infelizmente após tantas lutas, lágrimas, ameaças e sacrifícios corre-se o risco de tudo voltar a ser como antes, até acontecer uma nova greve.
É tudo uma questão de tempo, porque a educação brasileira continua em crise.
Edison Borba

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