sexta-feira, 25 de outubro de 2013

PACIFICAÇÃO?

           Temos acompanhado o excessivo uso da palavra pacificação, porém, o que assistimos com frequência, são situações que em nada lembram paz. A presença de policiais nas comunidades e por mais boa vontade que a maioria deles e dos moradores, tenham para a paz ser conquistada tudo não passa (ainda) de ocupação.
Prédios simples, as UPPs são construídas em espaços entre as casas das famílias,  traduzindo apenas as intenções da pacificação. Os governos (federal, estadual, municipal) ainda não investiram o suficiente para transformar as comunidades  em bairros. O que se fez é pouco, diante das necessidades. Escolas, creches, espaços para laser, unidades médicas, urbanização, limpeza urbana, saneamento, iluminação entre outros benefícios  ainda não estão integrados aos ambientes onde as UPPS foram implantadas.
Em algumas comunidades, apenas áreas televisionadas  e usadas como rotas de turismo, receberam maquiagem como as de um cenário para teatro. Os reais benefícios prometidos ainda estão muito longe de acontecer. Falta  a população do Rio de Janeiro, informações reais, sobre o que tem sido feito no interior das comunidades. Não basta apresentar cenas de novela é preciso mudar a realidade. Para nós que não moramos nesses locais, fica dúvidas, quando ouvimos que nos lugares já pacificados (??!!), estão acontecendo confrontos entre policiais e bandidos, além da ação das milícias e guerra entre traficantes.
Seria mais correto e ético, não alardear o termo pacificado, estamos num longo processo, que vai durar algum tempo até que o Rio de Janeiro seja unificado e pacificado. Precisamos, que em nosso estado e cidade  não haja preconceitos de moradia e que possamos visitar amigos e parentes na Pavuna, no Leblon, na Rocinha, no Méier, em Ipanema, no Grajaú, no Alemão, em Olaria ou qualquer bairro ou até cidades da baixada fluminense sem medo e constrangimentos.
Enquanto houver barreiras, não haverá pacificação. Após anos da implantação  da primeira UPP, ainda continuamos sofrendo sérios problemas sociais que  não foram resolvidos. Com a proximidade das eleições, começaremos a ouvir dos candidatos, discursos demagógicos, onde saúde, educação, moradia e segurança, serão palavras repetidas milhares de vezes.
É triste sabermos que a maioria dos candidatos, não possui compromisso com suas cidades, estado e país. Uma infinidade de partidos e candidatos e uma orgia de gastos e “conchavos” sem grandes perspectivas de mudança desfilarão pelas mídias.
Cabe a nós, brasileiros, moradores ou não de comunidades, agirmos com inteligência e não elegermos fantoches que nada mais querem do que um cargo e um palco para fazerem as suas exibições, às nossas custas.
É hora de derrubarmos os muros que dividem pessoas e caminharmos todos pelas mesmas calçadas sem receio de estarmos entrando em território perigoso onde quem é estranho, entra e não sabe se vai sair.
Precisamos de políticos, empresários, policiais e cidadãos realmente comprometidos com a pacificação de todo o território nacional.
Edison Borba

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