Temos acompanhado o excessivo uso da
palavra pacificação, porém, o que assistimos com frequência, são situações que
em nada lembram paz. A presença de policiais nas comunidades e por mais boa
vontade que a maioria deles e dos moradores, tenham para a paz ser conquistada tudo
não passa (ainda) de ocupação.
Prédios simples, as UPPs são construídas
em espaços entre as casas das famílias, traduzindo apenas as intenções da pacificação.
Os governos (federal, estadual, municipal) ainda não investiram o suficiente
para transformar as comunidades em
bairros. O que se fez é pouco, diante das necessidades. Escolas, creches,
espaços para laser, unidades médicas, urbanização, limpeza urbana, saneamento,
iluminação entre outros benefícios ainda
não estão integrados aos ambientes onde as UPPS foram implantadas.
Em algumas comunidades, apenas áreas
televisionadas e usadas como rotas de
turismo, receberam maquiagem como as de um cenário para teatro. Os reais
benefícios prometidos ainda estão muito longe de acontecer. Falta a população do Rio de Janeiro, informações
reais, sobre o que tem sido feito no interior das comunidades. Não basta
apresentar cenas de novela é preciso mudar a realidade. Para nós que não
moramos nesses locais, fica dúvidas, quando ouvimos que nos lugares já
pacificados (??!!), estão acontecendo confrontos entre policiais e bandidos,
além da ação das milícias e guerra entre traficantes.
Seria mais correto e ético, não alardear
o termo pacificado, estamos num longo processo, que vai durar algum tempo até
que o Rio de Janeiro seja unificado e pacificado. Precisamos, que em nosso
estado e cidade não haja preconceitos de
moradia e que possamos visitar amigos e parentes na Pavuna, no Leblon, na
Rocinha, no Méier, em Ipanema, no Grajaú, no Alemão, em Olaria ou qualquer
bairro ou até cidades da baixada fluminense sem medo e constrangimentos.
Enquanto houver barreiras, não haverá
pacificação. Após anos da implantação da
primeira UPP, ainda continuamos sofrendo sérios problemas sociais que não foram resolvidos. Com a proximidade das
eleições, começaremos a ouvir dos candidatos, discursos demagógicos, onde
saúde, educação, moradia e segurança, serão palavras repetidas milhares de
vezes.
É triste sabermos que a maioria dos
candidatos, não possui compromisso com suas cidades, estado e país. Uma
infinidade de partidos e candidatos e uma orgia de gastos e “conchavos” sem grandes
perspectivas de mudança desfilarão pelas mídias.
Cabe a nós, brasileiros, moradores ou
não de comunidades, agirmos com inteligência e não elegermos fantoches que nada
mais querem do que um cargo e um palco para fazerem as suas exibições, às
nossas custas.
É hora de derrubarmos os muros que
dividem pessoas e caminharmos todos pelas mesmas calçadas sem receio de
estarmos entrando em território perigoso onde quem é estranho, entra e não sabe
se vai sair.
Precisamos de políticos, empresários,
policiais e cidadãos realmente comprometidos com a pacificação de todo o
território nacional.
Edison Borba
Nenhum comentário:
Postar um comentário