quarta-feira, 19 de março de 2014

VÍNCULOS QUEBRADOS.

         Há relacionamentos, que acontecem através de vínculos onde um lado da corda, surge como o inspirador da relação, como: professores e alunos; escritores e leitores; artistas e público. Nesta situação o lado inspirador não pode apresentar “falhas” que possam estremecer a relação e afrouxar os vínculos. Há um tipo de “idolatria” que mantém o equilíbrio.  Nestes casos a via é de mão única, na maioria das vezes, um dos lados da linha é invisível para o outro. Sendo assim, e quando o lado supostamente mais forte não tiver consciência da  sua influência ou usá-la de forma arbitrária, a relação pode se tornar dominadora ou então ser absolutamente “ignorante” em relação ao  outro que tudo fará para ser notado.
            Quando este tipo de relação acontece no campo afetivo, entre duas pessoas, onde o vínculo deve vir dos dois lados, a situação pode complicar-se. Amor em pista de mão única é desastre. Pista única na afetividade, só existe para os egocêntricos ou os que fazem da relação sofrimento, sem ao menos usufruir dos padrões sado masoquistas.
Relações são como um cristal, não pode ser aranhado, caso aconteça, jamais haverá restauração. Confiança e credibilidade uma vez perdidas,  sempre haverá uma cicatriz anunciando a ferida. Perder a confiança é ficar sem a mão que amparava, ou a voz que acalentava é deixar órfão àquele que era mantido, pelo vínculo. Deixar de confiar no “seu” médico, ou nos “seus” pais, ou no “seu” professor é se sentir traído por quem dedicávamos total confiança. E quando isto acontece entre duas pessoas, onde apenas uma rompe o laço, a outra é jogada do mais alto precipício.
             Nos casos,  afetivos sexuais, a complexidade é aterrorizante, ser traído  é enlouquecedor. É um tipo de orfandade que afeta a alma, causando grandes estragos, para quem teve o vínculo rompido. O que corta o que rompe, quando o faz repentinamente, num único momento, sem que haja  preparo de quem está do outro lado da corda, lança o parceiro no espaço.
            Vínculos quebrados, alianças desfeitas e separações afetivas são como a morte, é preciso um tempo de luto. É necessário sofrer, sentir a dor no mais profundo da alma e depois renascer para a vida e para um novo encontro.
            Edison Borba
 
               

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