Há relacionamentos, que acontecem
através de vínculos onde um lado da corda, surge como o inspirador da relação,
como: professores e alunos; escritores e leitores; artistas e público. Nesta
situação o lado inspirador não pode apresentar “falhas” que possam estremecer a
relação e afrouxar os vínculos. Há um tipo de “idolatria” que mantém o
equilíbrio. Nestes casos a via é de mão
única, na maioria das vezes, um dos lados da linha é invisível para o outro.
Sendo assim, e quando o lado supostamente mais forte não tiver consciência da sua influência ou usá-la de forma arbitrária,
a relação pode se tornar dominadora ou então ser absolutamente “ignorante” em
relação ao outro que tudo fará para ser
notado.
Quando este tipo de relação acontece
no campo afetivo, entre duas pessoas, onde o vínculo deve vir dos dois lados, a
situação pode complicar-se. Amor em pista de mão única é desastre. Pista única
na afetividade, só existe para os egocêntricos ou os que fazem da relação
sofrimento, sem ao menos usufruir dos padrões sado masoquistas.
Relações
são como um cristal, não pode ser aranhado, caso aconteça, jamais haverá
restauração. Confiança e credibilidade uma vez perdidas, sempre haverá uma cicatriz anunciando a
ferida. Perder a confiança é ficar sem a mão que amparava, ou a voz que
acalentava é deixar órfão àquele que era mantido, pelo vínculo. Deixar de
confiar no “seu” médico, ou nos “seus” pais, ou no “seu” professor é se sentir
traído por quem dedicávamos total confiança. E quando isto acontece entre duas
pessoas, onde apenas uma rompe o laço, a outra é jogada do mais alto precipício.
Nos casos, afetivos sexuais, a complexidade é aterrorizante,
ser traído é enlouquecedor. É um tipo de
orfandade que afeta a alma, causando grandes estragos, para quem teve o vínculo
rompido. O que corta o que rompe, quando o faz repentinamente, num único
momento, sem que haja preparo de quem
está do outro lado da corda, lança o parceiro no espaço.
Vínculos quebrados, alianças
desfeitas e separações afetivas são como a morte, é preciso um tempo de luto. É
necessário sofrer, sentir a dor no mais profundo da alma e depois renascer para
a vida e para um novo encontro.
Edison
Borba
Nenhum comentário:
Postar um comentário