Meus respeitos e
admiração aos profissionais da imprensa, principalmente os que trabalham para a
televisão, que durante o carnaval são submetidos às mais variadas “saias
justas”.
Tendo que
entrevistar o “intrevistável” e preencher um tempo interminável, esses bravos
se tornam alvos fáceis das mais pitorescas perguntas, observações e respostas.
Sendo tudo ao
vivo e a cores, o inusitado é sempre uma grande possibilidade.
Horas e horas no
ar, tentando preencher um espaço com entrevistas vazias, com o vazio da maioria
das cabeças dos entrevistados, é preciso ter muita paciência para segurar esse
pepino.
Num curto período
de tempo são obrigados a entrar em contato com temas de escolas de samba,
complicadíssimos cujos autores conseguem descobrir fatos históricos que nem os
mais renomados historiadores haviam conseguido desvendar. Como tão bem
descreveu Sérgio Porto no “Samba do Crioulo Doido” (atualizado para: Samba de
um Afro Descendente com Distúrbios Comportamentais).
São “Cleópatras”
que estiveram no Brasil. Corte francesa que dançou frevo. O grito do Ipiranga
às margens do lago Paranoá. O encontro de Tiradentes com a Rainha Louca. E outros acontecimentos históricos que obrigam
a esses trabalhadores tentar entender e
divulgar para o público, o inenarrável.
Foliões que não passariam
no teste do bafômetro; deslumbradas que tentam descrever um mínimo tapa sexo com estrelinhas nos
mamilos, penacho, colares e pulseiras como uma belíssima e caríssima fantasia com o
pomposo nome de Esplendores dos Mares de Espanha.
Passistas suados;
rainhas de bateria cuja letra do samba de SUA ESCOLA DO CORAÇÃO, mal sabem o refrão; artistas “apaixonados” (??!!)
pelas cores da bandeira (???) da Escola preferida; sambistas atletas (seres mais que humanos que desfilam em quase
todas as agremiações) e os famosos. Sim! Os famosos! Um perigo para os mais
experientes jornalistas. Pessoas sensíveis, de parcerias mutáveis, que poderá
causar complicações na hora de saber quem é de quem. São entrevistas que devem
ser feitas com cuidado para não ferir os egos.
Tem o povão; os
que estão nas ruas buscando seus quinze
minutos de fama. Os desconhecidos, que aproveitam para mandar beijos para toda
a família e comunidade. Pais e mães com seus “filhotes” fantasiados; os que
carnavalizam animais e os trazem como “filhos” para uma possível aparição nas
telinhas.
Tudo isso, regado
a tradicionais e conhecidas perguntas: - Como você consegue manter esse
corpinho lindo? – Quanto custou a sua fantasia? – E o coração? - Muita emoção?
– Há quantos anos você desfila? – Qual a sua Escola preferida?
Para nós, os
telespectadores, nos resta assistir a tudo isso ou é então buscar outra opção nas rádios, nos cinemas, retiros,
passeios, alugar filmes ou simplesmente meditar.
Quando a
curiosidade for grande e incontrolável, e você sentir vontade de ver o que está
acontecendo no reinado de Momo, ligue seu aparelho de televisão e veja nossos
irmãos jornalistas, fazendo esse conhecido pedido:
“dá
uma dançadinha aí!”
Edison Borba
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