domingo, 16 de março de 2014

CASO DE FAMÍLIA

         O falecimento do ator Paulo Goulart, abriu um espaço para refletirmos sobre família. Casado com a atriz Nicete Bruno, eles viveram juntos unidos por casamento, por sessenta anos. Segundo declaração da própria Nicete, “ele fez a passagem segurando em minha mão, nosso amor seguirá pela eternidade”.

Vivemos um momento de relações bombásticas e efêmeras. Nunca tanta gente casou e descasou em tão pouco tempo. Nunca tantas pessoas declaram-se apaixonadas por meses e até por alguns dias apenas. Nunca houve tanto luxo nos “casórios”, tanto “flash” e tanta mentira. Nunca se beijou tanto, se amou tanto e se odiou tanto. Nunca houve tanta propaganda de casamentos de duração mínima, com os noivos repetindo a mesma festa diversas vezes. Nunca houve tantas pensões, dinheiro, justiça para justificar o desamor entre os pares. Nuca houve tanta demonstração pública de atração física, que leva ao “embolamento” considerado casamento para depois se transformar em briga.

            Crianças nascem de relações rápidas e polpudas pensões. Famosas e famosos fazem do sentimento chamado amor uma brincadeira absolutamente “sexonalista”. Vale tudo para ser capa de revista. O ridículo é fama. A perda de sensibilidade é fama. Os caras de pau, fazem  tudo para mostrar as caras na Caras.

            Talvez para os românticos, aqueles que curtem o amor à moda antiga, fica difícil entender que vivemos uma Babel,  troca - troca,  orgia coletiva onde vale tudo por alguns segundos de fama e algum dinheiro na conta corrente.

            A história de amor entre Paulo e Nicete, lembra-nos  belos contos de fadas!

            E viveram juntos para sempre, até que a morte os separe!

            Porém o mais chocante, nessa onda de casamentos em castelos, é a participação das religiões nestes circos casamenteiros. Noivos e noivas que já subiram o altar diversas vezes. Vestidos brancos sobre barrigas virginais(??!!) é engraçado e triste demais. Os comentaristas da mídia “fofoca” estão rindo muito, o que não lhes falta é trabalho e comida de graça ao receberem os convites para as bodas.

            Desculpem se pareço conservador, mas não sou contra aos casamentos e descasamentos, nem aos “sururus” surgidos após gravações de filmes e novelas. Acredito que esse fenômeno é universal acontecendo em todas as casas de todas as famílias incluindo a minha.

Mas que é engraçado, isto é!

Que é muito ridículo é!

Que chega a ser um carnaval fora de época, sim!

Que é uma grande piada, as juras de amor eterno! É de rir até perder o fôlego!

Mesmo assim, a todos eu desejo felicidade, e que sejam felizes enquanto durar a festa!

Porém nada se compara ao amor de Nicete e Paulo, juntos por uma eternidade. Deixaram filhos orgulhosos: Bárbara, Paulo e Beth, pessoas da melhor qualidade e que tiveram o privilégio de conviverem com essa linda história de amor.

Edison Borba

 

               

 

 

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