terça-feira, 18 de março de 2014

A PRÉ-HISTÓRIA É AQUI?

           A figura de um homem pré-histórico puxando uma mulher pelos cabelos, apesar de questionada pelos historiadores, ainda é bastante conhecida, e se transformou em piada. Legalmente, nos dias de hoje, o machão cairia nas malhas da Lei Maria da Penha. Porém apesar das novas regras, ainda existem muitos homens (??!!) que puxam suas mulheres não só pelos cabelos.
Apesar de estarmos em novo século, muitas vezes, temos a impressão que alguns genes da idade da pedra, ainda funcionam e levam representantes do gênero masculino a demonstrar atitudes pré-históricas. As delegacias de mulheres recebem queixas diariamente, em todo território nacional. Atitudes que deixariam qualquer troglodita envergonhado.
O número de assassinatos de mulheres no Brasil é um caso de “polícia”!
Os donos da casa, os “chefes” de família, os senhores do lar,  continuam deixando suas marcas no corpo e na vida  de suas companheiras.
Apesar delas, ter “crescido” e se transformado em mulheres com “eMe” maiúsculo, o predomínio da truculência ainda é uma constante. A educação talvez seja um caminho a ser percorrido a, longo prazo. Educação de mão dupla, para ELES e ELAS, buscando fazer com que haja respeito e valorização de cada gênero, por si mesmo e pelo o sexo oposto.
Cidadãos do Rio de Janeiro estão sob o impacto de assistir pela televisão, uma mulher sendo arrastada pelas ruas da cidade, porém não se tratava da cena pré-histórica, o fato foi real e aconteceu às vistas de todos.
Claudia Silva Ferreira, de 38 anos, moradora do morro da Congonha, no bairro de Madureira, foi atingida por tiros disparados por desconhecidos (??!!), os  responsáveis pelas  “balas que se perdem” no corpo humano. Bastante ferida, foi socorrida (??!!) por uma patrulha da polícia militar. No caminho, a porta do bagageiro do carro, onde Claudia foi colocada, se abriu e a mulher foi arrastada por vários metros, pelas ruas da cidade.   Fatalidade? Erro na ação dos policiais?
Estamos diante de mais um caso, em que a mulher é a vítima em todos os sentidos. Culpados? Muitos. Todos os que direta ou indiretamente contribuíram para esta trágica cena. Claudia, provavelmente foi vítima de muitos erros sociais. Este, talvez, tenha sido o mais grave e mortal. Como deve ter sido a luta desta brasileira trabalhadora? Quantas situações difíceis ela passou para criar os quatro filhos e mais quatro sobrinhos?
Seu marido a definiu como: “extrovertida, guerreira “pra caramba” e determinada no que queria”.
Morreu sem poder realizar o sonho de modificar a casa – “interromperam o sonho dela”, afirmou seu companheiro.
Será que a pré-história é aqui? Mulheres arrastadas pelos cabelos ainda é um fato banal, os casos de denúncia nas delegacias especializadas estão cheias não só, com este tipo de delito. Outras modalidades de violência, piores do que na idade da pedra, infelizmente são comuns no dia-a-dia de muitas  brasileiras.
Mulheres “arrastadas” pelos homens, não pode continuar sendo um fato aceitado pela sociedade, seja pelos cabelos ou por um carro, o fato deixa claro que  somos, uma terra de “cabras machos”, que ao agir assim deixa dúvidas sobre a sua real masculinidade. Será?
 Edison Borba

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