terça-feira, 25 de novembro de 2014

MORRER DE TÉDIO ...

Hoje, num programa jornalístico de uma emissora de televisão, Ricardo Boechat, fez  uma engraçada e séria observação sobre o Brasil. Contou ele, durante a realização do telejornal, que um amigo seu, estrangeiro, afirmou  que no Brasil, ninguém morria de tédio.
Realmente, aqui no solo da Terra de Santa Cruz, todo amanhecer é recheado de novidades.  É comum vermos amontoados de gente, em torno das bancas de jornal, pessoas havidas pelas manchetes, a cada novo dia. O brasileiro nunca tem certeza de nada, todos os dias acontecem novos escândalos, novos preços, novas regras, novas leis, novos presos, novos casamentos, novos divórcios, novos peitos como silicone, novos bumbuns, novas fofocas, novas CPIS, novos (antigos) políticos dando novos (antigos) golpes.
Incertezas diárias até em relação ao tempo: chove, não chove, faz calor e frio tudo ao mesmo tempo. Neste país a incerteza é uma constante! Desde que inventaram que o Brasil é o país do futuro, que as novidades, quase sempre ruins, são explicadas pela procura de um futuro que nunca chega.
Como afirmou o renomado jornalista, eu também quero um passaporte para a Suécia, Noruega, Finlândia, Hungria, Holanda, Luxemburgo ou qualquer outro país em que se morre de tédio.
Os dias se repetem, numa irritante rotina. O povo dorme e acorda com estabilidade social e política.
Deve ser muito ruim morrer de tédio, não sofrer estresse, não aumentar a pressão arterial, não ter a adrenalina em altas doses no corpo, todos os dias, não se irritar com o deboche dos políticos, não ter medo de sair às ruas, não conviver com as cracolândias.
Deve ser irritantemente tedioso, não ter que conviver com as CPIs, com as pizzas servidas no senado e na câmara de deputados e vereadores.
E como deve ser decepcionante ter hospitais que funcionam adequadamente, crianças frequentando boas escolas e com a estabilidade econômica social.
Eu prefiro viver aqui, no Brasil e viver estressado, irritado e decepcionado sem nenhum tédio.
Deve ser muito ruim morrer de tédio!
Edison Borba

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