Bola para os meninos e boneca para as
meninas! Surge aqui, na separação do azul e do rosa, a primeira semente que irá
germinar e desenvolver as grandes árvores do preconceito.
Nosso processo educacional formal e
informal encarrega-se de diplomar homens agressivos e mulheres submissas.
Desde a mais antiga história, a
desigualdade entre os gêneros é marcante, infelizmente, mesmo quando o mundo
celebra grandes conquistas no atual século, estas barreiras continuam
solidamente construídas, de tal forma que o feminicídio no Brasil é assustador.
Esta educação separatista tem garras
bem maiores do que possamos imaginar; elas arranham, sangram e matam todos que ousarem um tratamento sem
barreiras.
Bolas para meninos e meninas, bonecas
para ambos os gêneros e todos coloridos num linda e bela mistura irá se
traduzir em respeito mútuo.
A sociedade estabelece condições sob as
quais criam seus descendentes, para mais tarde, construírem Leis, que deverão
punir a todos os que se formaram na escola da segregação e do preconceito.
Punir aqueles que aprenderam a nossa própria lição é sem dúvida uma situação
inusitada.
No âmago desta complicada situação
entre o feminino e o masculino, isto é, aqueles para quem as regras foram
estabelecidas, surgem os que transgridem e respeitando às suas naturezas, quebram o
tabu da masculinidade e da feminilidade deixando fluir “que toda a forma de
amor vale a pena”.
Para estes o castigo é bastante grave! Para eles resta a fogueira!
Nesta gangorra, as mulheres submissas,
podem ser contaminadas pelo ódio da prepotência de seus patrões portanto, também fazem coro contra os que são
considerados diferentes e que devem ser banidos.
A elas também se juntam os conduzidos
como gado pelos religiosos que empunham suas adagas para ferir e dominar a
todos que não lhes dizem amém.
Azul ou rosa?
Bola ou boneca?
Homem ou mulher?
Ser humano ou animal?
Humano de ser humano ou humano de ser
um ser com humanidade em seu coração?
Igualdade de gêneros, no plural! Todos
têm o direito de ser humanos! Não importa as cores ou o brinquedos, o que
precisamos em nosso país é ética, respeito e honra a palavra de sermos seres
racionais. Precisamos ter preconceito, contra: políticos que roubam o que é do povo,
religiosos que enriquecem suas vidas com o suor dos seus seguidores e
empresários que exploram seus funcionários.
Precisamos imediatamente demonstrar
nossa aversão em relação aos que violentam crianças nas carvoarias, garimpos e
canaviais. Os que negam ao povo saúde e educação de qualidade, segurança e
moradia digna.
Rosa ou azul?
Boneca ou bola?
Feminino ou masculino?
Numa nação que não respeita seus cidadãos tratando-os com discriminação
educacional e social o problema está muito além do rosa e do azul, precisamos mudar os alicerces antes que um abalo sísmico, derrube
tudo como em Sodoma e Gomorra.
Edison Borba
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