Durante muitos anos as iniciais
B.B. nos levavam a imaginar a beleza
francesa da incrível Brigitte Bardot. Mulher de
corpo escultural que mexia com a nossa imaginação. B.B. Nas praias de
Cabo Frio, emoldurando uma das mais belas localidades do Rio de Janeiro. B.B. nas telas despetalando a
margarida despertando a curiosidade dos rapazes.
Por muitos anos, o símbolo sexual era
traduzido pelas letras B.B. chegando a inspirar compositores que através de uma
marchinha carnavalesca, animou a folia nos bailes.
B.B. também pode significar beleza e bondade, duas
palavras de extrema importância para a vida. Viver é poder usufruir das lindas paisagens que a
natureza nos oferece. É poder contemplar a arte produzida por homens e mulheres
como Michelangelo, Leonardo da Vince, Tarsila do Amaral entre outros.
Bondade é traduzida pelo trabalho de
Irmã Dulce, Madre Teresa de Calcutá e de outros líderes mundiais que através de
suas atitudes servem de modelo para nossos dias.
Infelizmente, essa mesma sigla, está
perdendo o seu significado. Não é mais motivo para alegria e felicidade. Não
emoldura as nossas praias, não estão nas salas de cinema e nem nas galerias de
arte, essas mesmas letras servem para designar Bandidos e Balas.
Agosto de dois mil e doze balas e
bandidos matam indiscriminadamente cidadãos na cidade do Rio de Janeiro. Em algumas
semanas dois jovens e uma criança foram brutalmente assassinadas. Os adultos,
vão direto para a contabilidade e percentuais de mortos. É, tão rotineiro os
assaltos e confrontos entre bandidos e policiais, que os noticiários misturam
balas, bolas, mortos, bailes e gols.
Os jornais já nem se preocupam em usar
como manchetes de primeira página, esses terríveis acontecimentos. As aventuras
dos artistas, o silicone das famosas, os bumbuns das colunáveis e os amores dos
jogadores vendem mais do que a morte de uma menina ou o assassinato de um jovem
trabalhador. Mais um ou mais uma, o velório, o enterro, pessoas com cartazes
pedindo justiça é matéria para a segunda página.
A preocupação está no vencedor do
reality show ou no capítulo da novela. Quem vai ganhar os milhões da “Fazenda”
ou como será o desfecho do folhetim, é o que vende jornal.
Saudade da Bardot e sua sensualidade.
Das tardes nos cinemas com pipoca e guaraná, sem a preocupação de ser vítima de
um bandido ou morto por uma bala.
B.B., duas simples letrinhas, porém uma
grave mudança em seus significados.
Edison
Borba
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