Respiração
difícil.
Agulhas,
soro, transfusões.
Solidão.
Lágrimas,
oxigênio, pressão arterial.
Enfermeiros,
tubos, remédios.
Angústia.
Enfermaria,
acompanhantes, gazes.
Algodão,
injeção, tranquilizante.
Medo.
Paredes brancas, jalecos, sussurros.
Receitas,
lençóis, sangue.
Esperança.
Mãos trêmulas , espera, relógio.
Telefonemas,
informações truncadas.
Vazio.
Orações,
recordações, saudades.
Desapego,
abandono.
Tristeza.
Médicos,
médicos e médicos.
Opiniões
e laudos.
Radiografias,
tomografias.
Ação sem respiração.
Viver
não é preciso.
A
morte é precisa.
Chega
na hora certa.
Nos
leva pelas águas dos misteriosos mares.
Navegar
é preciso.
Morrer
é difícil.
É
preciso saber representar na difícil arte de morrer.
Edison
Borba
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