domingo, 19 de agosto de 2012

A DIFÍCIL ARTE DE MORRER

Hospital, doenças, médicos.

Respiração difícil.

Agulhas, soro, transfusões.

Solidão.

Lágrimas, oxigênio, pressão arterial.

Enfermeiros, tubos, remédios.

Angústia.

Enfermaria, acompanhantes, gazes.

Algodão, injeção, tranquilizante.

Medo.

Paredes  brancas, jalecos, sussurros.

Receitas, lençóis, sangue.

Esperança.

Mãos  trêmulas , espera, relógio.

Telefonemas, informações truncadas.

Vazio.

Orações, recordações, saudades.

Desapego, abandono.

Tristeza.

Médicos, médicos e médicos.

Opiniões e laudos.

Radiografias, tomografias.

Ação  sem respiração.

Viver não é preciso.

A morte é precisa.

Chega na hora certa.

Nos leva pelas águas dos misteriosos mares.

Navegar é preciso.

Morrer é difícil.

É preciso saber representar na difícil arte de morrer.

Edison Borba

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