domingo, 21 de outubro de 2012

CARTAS DE AMOR

            Em pleno século vinte e um soa um pouco estranho escrever  cartas de amor. Talvez melhor  emails formatados em letra Constantia ou Times New Roman reforçadas em negrito. No final fazer alinhamento, aplicar o revisor de textos, incluir algumas animações, clicar  e enviar.
Tudo rápido e padronizado. Basta tocar uma tecla e lá se vai a mensagem para todo o mundo, com cópia oculta para mais e mais leitores.
Cartas de amor possuem características que não podem ser imitadas, e jamais serão igualados. São únicas! A letra, a tinta, a caneta, o papel e o texto se completam. São peças raras que traduzem emoções.
Letra forte e calcada para dizer adeus.
Letra tremida e fragilizada pedindo perdão.
Letra redonda, harmonicamente desenhada para traduzir um amor puro.
Letra manchada pelas lágrimas da saudade.
Cartas cujos perfumes traduzem o texto.
Cartas esperadas com paixão.
Cartas fechadas, lacradas com texto guardado em segredo pelo medo da revelação.
Cartas lançadas ao mar, levadas pela correnteza.
Amassadas e rasgadas antes mesmo de serem lidas.
Cartas extraviadas cujo remetente sofre a espera da resposta que nunca virá.
Cartas beijadas, manchadas de batom, trazendo os lábios da amada.
Cartas mentirosas, com promessas dúbias que jamais serão cumpridas.
Cartas de amor são mensageiras de emoção. Elas carregam sentimentos. São portadoras de paixões. Documentos de relações felizes ou torturadas. Guardadas em baús ou gavetas, guardam marcas de relações longas ou efêmeras. Amareladas com tempo envelhecem juntamente com seus atores.
Capazes de reacender emoções adormecidas esses maravilhosos e pequenos pedacinhos de papel são inesquecíveis.
Felizes aqueles que puderam algum dia escrever ou receber uma carta de amor.
Edison Borba

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