Houve tempo que nas salas escuras dos cinemas enfrentávamos o medo. Gritos de terror diante
do sangue que se espalhava pela telona levavam ao delírio uma plateia
aterrorizada. Um mundo fascinante de maldades que inebriavam o público.
Machados, serras, facas, cabeças
cortadas, sangue e muito sucesso de bilheteria. Ao escolher um programa,
antecipadamente já sentíamos calafrios, pois imaginávamos o que seria visto.
Bette Davis e Joan Crawford foram
apaixonadamente terríveis. No mundo feminino essas duas foram imbatíveis. Atuando juntas ou separadamente se encarregaram de grandes momentos de pavor.
“O que teria acontecido com babe Jane?” Essa pergunta foi respondida com muitos
gritos da plateia e sangue respingando na cara de centenas de cinéfilos.
No time masculino Vincent Price é
destaque pela capacidade de criar sucessos aterrorizando seus fãs. Durante
décadas seu nome foi sinônimo de suspense e terror. Seu rosto na tela já era motivo de corações acelerando e muito
suor escorrendo pelo corpo.
Porém, Anthony Perkins encarnando Norman Bates, marcou nossas vidas ao matar a facadas a linda
Janet Leigh. A cena do chuveiro, ainda está presente na cabeça de quem assistiu
e gritou muito em Psicose. Uma cortina de plástico, água, sangue, um crime e
muito terror misturado com mistério que só seria revelado na última cena, após
um longo suspense criado pelo incrível Hitchcok.
Histórias de suspense e terror ainda
fazem sucesso, quando bem contadas. Não basta o susto pelo susto é preciso
preparar o espectador para o que irá acontecer.
No mundo animal, o tubarão de Steven
Spielberg, é o grande vilão. Até hoje, fico a imaginar os afiados dentes desse terrível animal,
devorando a bela garota que nadava nua sob a luz do luar.
Não podemos esquecer as trilhas
sonoras, os sons que antecedem ao susto, deixando o espectador aterrorizado e
sem fôlego, antes de presenciar a cena.
Norman Bates e o tubarão estão
imortalizados pelos sons que compuseram dois grandes momentos de terror, suspense e medo do mundo cinematográfico.
O cinema anda carente de bons sustos. A
alta tecnologia do mundo moderno, não consegue substituir expressões faciais
diante da morte. Há que se alternar momentos de silêncio seguido da trilha
sonora e o trabalho dos atores e atrizes e então o susto, o grito e o prazer do
medo cinematográfico.
Tudo isso fez tremer os mais valentes
dos espectadores, que sentiram a maldade cravada na alma dos personagens.
Atores, atrizes e diretores souberam magistralmente transformar o cinema
numa agradável sala de tortura.
Edison Borba
Nenhum comentário:
Postar um comentário