segunda-feira, 15 de outubro de 2012

COM A MALDADE NA ALMA

            Houve tempo que  nas salas escuras dos cinemas  enfrentávamos o medo. Gritos de terror diante do sangue que se espalhava pela telona levavam ao delírio uma plateia aterrorizada. Um mundo fascinante de maldades que inebriavam o público.
Machados, serras, facas, cabeças cortadas, sangue e muito sucesso de bilheteria. Ao escolher um programa, antecipadamente já sentíamos calafrios, pois imaginávamos o que seria visto.
             Bette Davis e Joan Crawford foram apaixonadamente terríveis. No mundo feminino essas duas foram imbatíveis.  Atuando juntas ou separadamente  se encarregaram de grandes momentos de pavor. “O que teria acontecido com babe Jane?” Essa pergunta foi respondida com muitos gritos da plateia e sangue respingando na cara de centenas de cinéfilos.
No time masculino Vincent Price é destaque pela capacidade de criar sucessos aterrorizando seus fãs. Durante décadas seu nome foi sinônimo de suspense e terror. Seu rosto na tela  já era motivo de corações acelerando e muito suor escorrendo pelo corpo.
Porém,  Anthony Perkins encarnando Norman Bates,  marcou nossas vidas ao matar a facadas a linda Janet Leigh. A cena do chuveiro, ainda está presente na cabeça de quem assistiu e gritou muito em Psicose. Uma cortina de plástico, água, sangue, um crime e muito terror misturado com mistério que só seria revelado na última cena, após um longo suspense criado pelo incrível Hitchcok.
Histórias de suspense e terror ainda fazem sucesso, quando bem contadas. Não basta o susto pelo susto é preciso preparar o espectador para o que irá acontecer.  
No mundo animal, o tubarão de Steven Spielberg, é o grande vilão. Até hoje, fico a imaginar  os afiados dentes desse terrível animal, devorando a bela garota que nadava nua sob a luz do luar.
            Não podemos esquecer as trilhas sonoras, os sons que antecedem ao susto, deixando o espectador aterrorizado e sem fôlego, antes de presenciar a cena.
            Norman Bates e o tubarão estão imortalizados pelos sons que compuseram dois grandes momentos de terror,  suspense e medo do mundo cinematográfico.
O cinema anda carente de bons sustos. A alta tecnologia do mundo moderno, não consegue substituir expressões faciais diante da morte. Há que se alternar momentos de silêncio seguido da trilha sonora e o trabalho dos atores e atrizes e então o susto, o grito e o prazer do medo cinematográfico.
Tudo isso fez tremer os mais valentes dos espectadores, que sentiram a maldade  cravada na alma dos personagens.
Atores, atrizes e diretores  souberam magistralmente transformar o cinema numa agradável sala de tortura.
Edison Borba

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