domingo, 24 de março de 2013

CHUVAS EM MARÇO

É pau  é  pedra é casa no chão.
É família enterrada é criança sem pão.
É encosta escorrendo derrubando um irmão
É lama, é lodo, é a descontrução.
É o povo sofrendo  tanta desilusão.
É criança chorando a morte do pai.
É político fugindo.
É dinheiro sumindo.
É entulho, é entulho é o sonho desfeito.
É prefeito, é prefeito e até vereador.
É o homem do mal que só causa dor.
É Petrópolis, é Xerém é o Rio também.
É  janeiro, fevereiro, março e abril.
É todo o ano, o ano todo.
É tijolo, telhado é parede caindo.
É o rosto molhado chorando em vão.
É a mobília arrastada, é a roupa molhada.
É tristeza, é tristeza ninguém tem compaixão.
É o Bumba é o Bumba e Friburgo também.
É gente enterrada e até soterrada
É desabrigado e desalojado.
É o lar é o lar que se foi na enxurrada.
É pau é pedra
É a luta é a luta
É  a força de um povo
É o voto é o voto
É  renascer de novo.
Sem criança chorando.
Sem casa desabando.
Sem viúvas na rua.
Implorando por pão.
É pau é pedra.
MAS NÃO É O FIM DO CAMINHO.

Com a benção de Tom Jobim!

Edison Borba

 

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