quinta-feira, 14 de março de 2013

APENAS UMA VOZ

Novamente o telefone, voltou a me chamar.
Relutei em atender, e ouvir aquela voz.
Atendi e não falei, por segundos esperei.
Finalmente um bom dia, como vai, está tudo bem?
Continuei calado. Mudo. Estarrecido. Assustado.
Não queria,  mais ouvir, aquela doce voz.
O mesmo encanto e o riso de menino fanfarrão.
A alegria de sempre, contagiante sem dúvida.
Aos poucos fui me deixando, novamente cativar.
Como a raposa famosa, estava eu encantado.
Me sentindo responsável, por  alguém que nem conheço.
Que me fascina e enternece, como filho desgarrado.
Aquele que entre os outros, é sempre o mais amado.
Respondi ao chamamento. Atendi a ligação.
Entreguei-me em devaneios, àquela voz distante.
Impossível resistir quando se está fascinado.
Mais uma vez fui vencido, pela voz misteriosa.
De alguém que tanto amo, sem sequer saber o rosto.
É melhor que seja assim, ficar apenas em sonhos.
Imaginar delirar sem ter forma definida.
Apenas aquela voz, que me basta ao ser  ouvida.
 
Edison Borba

 

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