Ontem,
12 de outubro, comemorou-se o DIA DA CRIANÇA. As lojas de artigos infantis
estiveram lotadas com adultos comprando
os mais variados presentes, tudo com a intenção de agradar os pequeninos. Na televisão,
diversos programas foram dedicados ao dia doze de outubro. Festa, música,
alegria, presentes, lembranças, abraços, homenagens e promessas de que as nossas
crianças, criaturas que têm a responsabilidade de garantir que o mundo seja
melhor do que é agora, tenham seus direitos respeitados.
Brinquedos,
saúde, folguedos, educação, balas, livros, bolas, proteção, alimentação, carinho
e amor devem fazer parte do mundo infantil.
O
dia de ontem, durante os festejos, muito de prometeu, porém hoje, o dia depois
de ontem, continuamos a viver no mundo real. As fadas e os duendes voltaram
para o mundo da fantasia e a realidade não é tão bonita como nas histórias
encantadas.
Não
existem príncipes, que lutam para salvar nossas crianças do trabalho explorador
em carvoarias, garimpo, canaviais ou vendendo doces nos sinais de tráfego. Muitas,
não encontram casinhas feitas de doces, sua vida é feita de arroz, feijão e
pão. Nada de guloseimas distribuídas por doces velhinhas. Não existe varinha
mágica capaz de transformar um menino de madeira em uma criança inteligente e
capaz de aprender a ler e a escrever.
Neste
mundo, as escolas são feias, com paredes sujas e professores cansados. Muitos
alunos andam quilômetros para chegarem até suas unidades de ensino. Pés no chão
ou com velhas sandálias, alguns têm a sorte de viajar em ônibus velhos ou então
em boleias de caminhões, arriscando a vida a cada curva da estrada.
Os
que ficam doentes precisam aguardar horas nas filas dos hospitais, no colo de
seus familiares que imploram para receber atendimento. Como devem estar, hoje, os brinquedos recebidos ontem? A vida continua
e para que ela seja realmente bem vivida é necessário amor, que se traduz em
carinho, atenção, e respeito.
Enquanto
nossas crianças continuarem a ter o abandono como presente para os dias após o
dia 12 de outubro, não há muito que
comemorar. Porém, sempre existe esperança de que o mundo se volte para a infância,
em todos os continentes, e que possamos comemorar todos os 365 dias do ano,
como DIA da criança.
Edison Borba
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