quarta-feira, 22 de outubro de 2014

FAMÍLIA! FAMÍLIA! FAMÍLIA!!!

Palavra de origem latina (família) significa pessoas  aparentadas que vivem, em geral, na mesma casa, particularmente pai, mãe e filhos.  Pessoas do mesmo sangue relacionadas por ascendência e descendência. É desta forma que família é descrita pelos dicionários.
A definição biológica segue as mesmas linhas do que está descrito nos “Aurélios”, referindo-se às pessoas ligadas pela genética, incluindo aqui  animais e vegetais.


Porém, no atual século e caminhando na corda bamba do amor, família pode ser considerada como pessoas que se juntam por afeto. Gente que se ama, respeita e optam por estarem perto umas das outras. Entre elas, não deverá existir preconceitos relacionados à idade, sexo, religião, condição social ou racial. São grupos que privilegiam a harmonia e o amor, esta gente às vezes diferente, formam as novas famílias.
Para que seus componentes fiquem reunidos, não há necessidade de documentação reconhecida em cartório, festas e rituais. A  liberdade de ir e vir é uma característica desta nova condição familiar. Sem correntes e nem amarras, a “prisão”, se é que podemos assim falar, é unicamente pelo afeto, amor, carinho e respeito.
O mundo vive uma grande crise nas famílias tradicionais,  provocada pela necessidade do ter, do abastecer, do comprar que tem sido responsável pela solidão doméstica, pela impaciência, e pelo  desamor. Marido, mulher e filhos isolados em seus núcleos domésticos, murmuram pequenas palavras ao se esbarrarem  nos corredores da casa, que aos poucos deixa de ser um lar.
Muitos desses “lugares - lares” estão repletos de aparelhos de última geração. São casas tecnológicas, nas quais os objetos substituem pessoas tornando vazios os contatos entre elas.
Chega-se a construir, na mesma casa, ninhos separados por muros e a partir destas divisórias, surgem observações, como: minha televisão, meu computador, meu quarto, meu canto meu desencanto. Não existe mais acalanto e nem brincadeiras coletivas, nem sentar à mesa e conversar pelo simples prazer da presença. Prefere-se a companhia dos amigos virtuais!
Crise de gerações? Crise de comunicações?
Na realidade a crise é de educação de  amor e de carinho.
Estamos mergulhados no mundo dos shoppings, que estão substituindo as escolas e a forma de relacionamentos está calcada em possuir, presentear e dar sem questionar. Calar a boca de um filho ou filha através de um novo celular, uma viagem, uma roupa ou de qualquer objeto é muito mais fácil do que conversar e ouvir.
Educação foi misturada num pacote chamado “presente” do “ausente”.
O que passa de pai para filho, deixou de ser a ética, a moral, o respeito, o amor, a afeição, as histórias, os sentares à mesa e partilhar o pão.
Todo esse conjunto de fatores que a cada dia enfraquece mais as famílias tradicionais, documentadas em cartórios e abençoadas pelas igrejas, fortalece as outras formas de família, que apesar de não serem, muitas vezes reconhecidas pela sociedade, está  deixando evidente que família não é  o bem material: é amor incondicional.
É querer ficar junto  “na rua, na fazenda ou numa casinha de sapê. É curtir juntos os livros os discos e nada mais! É plantar e colher com as mãos a pimenta e o sal!”
Diariamente filhos e filhas  se perdem no mundo das drogas, das festas, dos objetos e da morte.
Diariamente filhos e filhas são assassinados, e os pais choram suas dores. Choram as consequências da morte que começou dentro da própria casa, no silêncio dos quartos e das portas fechadas.
Diariamente  cresce o número de casais que não se conhecem e desconhecem os sentimentos de seus filhos.
Dar, deixar, liberar, comprar, permitir são  verbos conjugados nos lares modernos de todas as classes sociais. Eles  são parceiros  das drogas, brigas, abortos, prisões e também da morte!
Família tem que ser constituída basicamente por amor e respeito, sem isso não existe nenhum documento passado em cartório capaz de manter essa instituição social.
Edison Borba

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