domingo, 18 de dezembro de 2011

É PROIBIDO FUMAR

Humphrey Bogart em Casablanca, tem o cigarro como o seu fiel parceiro em todas as  cenas. Marlene Dietrich  e Gloria Swanson com longas piteiras faziam seus fãs delirarem. Nunca haverá uma mulher como Gilda, e as suas baforadas, no rosto do seu amor. Assim Rita Hayworth  conquistou Glenn Ford e a todos os que assistiram os seus gestos sensuais num strip tease, onde apenas as luvas são tiradas, ao som de “Put the Blame on Mame”. Galãs e mocinhas enchiam as telas de fumaça e sonhos. O glamour do cinema foi escrito pela fumaça dos cigarros.
Durante anos, fumar foi sinônimo de elegância, charme, sensualidade e masculinidade. Quem assistiu ao excelente filme / documentário – Uma noite em 1967 – que apresenta os bastidores do festival de música da Record, pode observar, que todos ou quase todos (cantores, apresentadores, entrevistados e jornalistas) fumavam sem parar. A platéia completa o quadro esfumaçado daquela incrível noite. Quem é bom observador, verá que o cigarro foi um dos grandes participantes daquele  show.
Os atores franceses mergulhavam numa atmosfera sombria  provocando e aguçando a vontade de dar uma tragada num cigarro sem filtro. Os bares escuros contribuíam para aumentar o desejo. Filósofos e pensadores eram exemplos de que os cigarros faziam brotar os mais incríveis sentimentos. Fotografados com  roupas escuras e envolvidos por uma nuvem de fumaça, exalavam nicotina e cultura.
Por muito tempo a indústria tabagista lucrou com a imagem de cigarro > poder. Atletas dos mais variados esportes, empresários, homens e mulheres bem sucedidos estavam sempre acompanhados por cigarros, charutos, cigarrilhas ou cachimbos.
Cada um desses artefatos compunha um tipo, uma personalidade, uma forma de ser e ter, na sociedade. Homens pensativos usavam os cachimbos, tipo Sherlock Holmes. Os muito ricos, ostentavam os caros charutos cubanos. Quanto aos cigarros, a variedade era imensa: com filtro, sem filtro, longos ou aromatizados garantiam que as mãos dos fumantes ficassem sempre ocupadas.
Letras de músicas enalteciam o ato de fumar, como um prazer que fazia sonhar. Não havia restrições nos restaurantes, bares, cinemas e até em teatros o fumo era permitido.
Durante muitos anos os jovens foram estimulados a fumar como um rito de passagem para o mundo dos adultos.
Lamentavelmente, vários monstros estavam crescendo escondidos pela fumaceira de todos os tipos de ervas que foram queimadas durante tanto tempo. Um deles, o câncer,  se manteve  nas trevas e demorou muito para que fosse denunciado. Até hoje, ainda vivemos uma luta constante contra esse terrível problema. Fumar faz mal à saúde do corpo, da mente, da alma, da sociedade e da natureza.
É difícil exterminar uma atitude social, sob a qual, diversas gerações cresceram e amadureceram.
Mas aos poucos, forma-se uma nova consciência e leis começaram a ser aplicadas e mais do que elas, as atitudes começaram a mudar.
Parabéns aos que um dia, foram prisioneiros desse monstro, e que conseguiram se livrar de suas garras!
Aos que ainda estão lutando, desejo força e coragem!
Grande abraço de um ex fumante – Edison Borba


Um comentário:

  1. Muito inteligente esse texto. Que todos que tenham a oportunidade de ler e seja fumante, possa tomar uma descisão em sua vida e largar esse grande "vilão"

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