sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

AMOR E BOM HUMOR

O amor é comumente associado ao sofrimento, a dor, a amargura,  ao medo de perder, à solidão e ao ciúme. Esse nobre sentimento surge nas páginas dos romances, nos poemas e na literatura mundial, como algo perigoso de ser vivido.
Famosos e sofridos amantes, tem em Romeu e Julieta, o exemplo de que amar é sofrer. Entre Sansão e Dalila, a traição   movimenta a atração entre eles. Napoleão e Josefina se amaram entre guerras e beijos. E assim, vamos desfiando páginas e páginas de amores e dores. Incorporando sofrimento a um nobre sentimento.
Superando preconceitos e muita “tosse” Violeta e Alfredo se amaram entre muitas lágrimas e champanhe em “La Traviata”, a morte chega para coroar um amor impossível.  Edith Piaf, o rouxinol da França, amou e sofreu por amor. Inúmeros amantes passaram por sua vida, deixando profundas marcas em sua vida. Théo Sarapo aparece como o elegante cavaleiro , para oferecer um amor terno e suave a querida dama da canção francesa.
À medida que os séculos passam, amores se tornam célebres entre ricos e pobres. As páginas dos jornais, constantemente noticiam a formação de novos pares, a dissolução de antigos casais e lamentavelmente, agressões e até mortes, tudo em nome do amor.
Atualmente é difícil recebermos convites para festas de Bodas de Prata. Comemorar vinte e cinco anos de parceria é algo que só nas histórias das nossas avós. E as bodas de Ouro? Alguém ainda se lembra de ter sido convidado para alguma? Fazer parceria por cinqüenta anos é inimaginável para as atuais gerações.
Rir do amor, brincar de amar, brincar com o amor é o que está na pauta.  É engraçado por demais, saber que a fulana que foi casada com o beltrano, agora vive com o sicrano que já foi caso da amiga do seu primeiro marido.
Quando a relação dura  o tempo de uma gestação, a situação se complica na medida em que os filhos do primeiro passam finais de semana com os irmãos do terceiro ou terceira relação. Maria é filha da união de Pedro com Marli, que já viveu com Alfredo  e dessa relação nasceu o Nelson. Nelson é irmão de Maria, por parte de mãe, porém Pedro, quando viveu com Maria já era pai de Alberto, filho de sua relação com Lúcia. Alfredo e Lúcia estão juntos há dois anos e esperam mais um filho. Somente com muito bom humor, podemos entender essa complicada relação familiar. Nem a família dos “Simpsons” é tão inusitada.
Apaixonados em fevereiro, separados na  Páscoa, juram amor eterno para outro ou outra no Natal. O  troca – troca, entre os pares e parceiros, cria um humor “negro” no complexo mundo das relações humanas. O amor nasce e morre num piscar de olhos. Aliás, piscar os olhos é o que mais acontece nas parcerias afetivas. Por cima dos ombros do grande “amor”, sempre existe  espaço para verificar a presença de um outro possível e futuro “love”.
Amor é sinônimo de felicidade de paz e de harmonia. Brigas, ciúmes, exibição e pouca duração não é amor verdadeiro. São momentos de paixão  e sexo, que se perdem na primeira esquina. Amor é sinônimo de bom humor e de alegria. Rir sem motivo, cantar desafinado sem medo de ser ridículo. Amor com humor é se lambuzar de chocolate e viver os momentos difíceis na certeza do companheirismo.
Amor não combina com a raiva, o medo e a desconfiança. Deixemos para a literatura, o sofrimento as lágrimas e as paixões mal resolvidas. Deixemos aos poetas rimar amor e dor. Deixemos aos escritores as histórias complicadas. Deixemos que a tristeza seja apenas uma ária de ópera. Deixemos para as telas dos cinemas os tristes finais.
Fiquemos com a alegria que só o amor verdadeiro proporciona. Fiquemos com o sorriso da presença. Fiquemos com o calor dos braços que acolhem  para  noites, muitas vezes (apenas) para um  bom e reparador sono e sonhos juntos.
Edison Borba

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