quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

ENCONTROS

Todo encontro humano é único e nunca mais se repetirá da mesma forma. É como a arte da dança, do canto ou do teatro, cada apresentação é única, jamais se repetirá da mesma forma. Encontros entre amigos, amantes ou familiares deveriam ser ritualísticos, como a cerimônia do chá, entre os orientais.
Cada momento deveria ser tratado com a paciência de um monge. Com muita sutileza e cuidado. Com a mesma delicadeza, que seguramos uma taça de cristal.
Cada gesto, cada palavra, cada movimento sendo realizado, com a perfeição da bailarina, quando, sozinha em cena realiza de forma sublime cada passo da sua coreografia.
Como um pintor, que escolhe com cuidado, cada tom a ser usado em sua tela. Buscando a luz e a sombra, para transformar em realidade a sua obra.
Encontros de amantes, devem se realizar numa atmosfera musical, onde cada nota é executada em sintonia com a próxima. Cada tecla ou corda, manipuladas com carinho e paixão. A escolha do local, à hora, a roupa, o perfume tudo deve ser cuidadosamente estudado.
Qualquer que seja o ambiente,  terá que se transformar num templo, onde será realizada uma cerimônia segundo e seguindo um ritual.
A escolha do horário tem que combinar com  o contexto do encontro. Sob o sol da manhã ou ao entardecer.
O sol é traduzido pela força e pelo calor, dando ao encontro mais vigor. É um horário para encontros mais alegres e festivos.
Encontros no entardecer,  são  mais propícios para os que pretendem esticar as horas, esperando  a noite chegar. O clima é  mais romântico podendo até haver um clímax, onde as paixões irão eclodir sem controle.
Encontros à beira mar ou próximo às montanhas. Numa bucólica praça ou numa buliçosa rua. Encontros são sempre inusitados. Nunca saberemos o que acontecerá com as nossas vidas após esse tipo de acontecimento, por mais efêmero que ele seja.
Encontros  - tempo de chegar, de ficar e de não mais ir embora.
Encontros  - tempo de partir, dizer adeus, e esperar mais por mais um e outro.
Porém, também temos que estar preparados para o oposto, os desencontros.
Nada é mais decepcionante do que um desencontro.  Podem acontecer por questões de minutos ou horas. Nesse caso, não houve contato, apenas uma decepção, que passa com um cafezinho.  
Os instantâneos são um pouco mais complicados. Chegar, ver, conversar, mas, não agradar. Esses provocam um pouco mais de tristeza, que logo se apaga, com alguns cafés.
Porém quando o desencontro acontece de forma bruta, quando os laços se desfazem bruscamente, quando houve  a construção de sonhos, esses  são altamente patogênicos e nem muito café consegue aplacar a dor.
Faz-se necessário um ritual para que se desprenda do corpo tudo o que ficou impregnado.
 É preciso se livrar do  perfume, da imagem, do sabor e de tudo que ficou registrado na pele. É necessário fazer uma sangria e deixar sair das veias, o sangue contaminado pela presença do outro.
É preciso ter forças para deixar sair gota a gota, tudo que foi absorvido. A dor desse desencontro é infinitamente grande.
Mistérios, muitos mistérios envolvem cada encontro e cada desencontro.
Dúvidas! Incríveis dúvidas acompanham os que estão a caminho de um encontro.
Encontros -  momentos únicos e mágicos  capazes de mudar nossos planos e sonhos.
É sempre muito bom planejá-los, mesmo que seja com a mesma pessoa, que se transformará em outra a cada novo encontro!
Edison Borba



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