quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

SERÁ QUE PLATÃO TINHA RAZÃO?

“Não deverão gerar filhos quem não quer dar-se ao trabalho de criá-los e educá-los”. Pensamento atribuído a Platão. Essa observação nos permite uma séria reflexão sobre a importância da família no processo de formação de cidadãos capazes de respeitarem valores de grande importância para a sobrevivência, não só da espécie humana, mas de toda a natureza. Existe um “ditado” popular que diz: “faça o que eu falo, mas não faça o que faço”. Uma forma simplória de não termos responsabilidade sobre pequenos atos, aparentemente sem importância. Jogar lixo em lugares inadequados, não lavar as mãos após usar o banheiro, não agradecer a quem lhe presta um serviço ou cumprimentar educadamente pessoas, independentemente de sua condição social. São atitudes que se aprende vendo acontecer no dia-a-dia familiar. Como levar os filhos a uma alimentação saudável, se em sua casa se privilegia o oposto. Essas e outras situações são aprendidas no ambiente familiar. Lamentavelmente, não há como negar esse fato. Outra questão que vale uma reflexão envolve a confusão que existe entre amor e protecionismo. Pequenos delitos  perdoados, em nome do “amor”, transformam-se em crimes. Preconceitos dos mais variados: raciais, sexuais e sociais estão constantemente na mídia. Jovens que desacatam a lei e a ordem, exibindo os nomes de seus pais. Nesse item, dirigir o carro do “papai” em alta velocidade, tendo ingerido bebida alcoólica é um dos mais comuns. É vergonhoso vermos pais e mães, justificando assassinatos de seus pupilos, como sendo uma simples atitude infantil. Queimar índios, atacar e humilhar pessoas, depredar o patrimônio alheio ou público, invadir privacidades e falsificar anotações escolares, recebem o perdão familiar, que encara essas atitudes como sendo comuns na infância e juventude. Passar valores como solidariedade, ética, respeito, fraternidade, justiça depende das famílias. A educação informal e diária é feita fora da escola. Cabe às Unidades de Ensino e aos profissionais da educação, reforçar essas questões, complementando-as através de informações teóricas e práticas  usando seus conteúdos programáticos. O processo educativo encontra barreiras quase intransponíveis, quando tenta passar aos alunos exemplos cuja vivência familiar é o oposto da moral e da ética. É assustador vermos a nossa política passar de pais para filhos e até netos (vereadores / deputados / senadores) deixando claro para o povo, que nossa democracia ainda levará muitos anos para se livrar do poder e dos maus hábitos que algumas famílias exercem sobre todo o território brasileiro. Das classes menos favorecidas até as mais “nobres” e financeiramente bem “abastecidas” os delitos se repetem. Famílias precisam que ter padrões morais e éticos que independem da classe social na qual estão inseridas. Delitos, roubos, crimes, desrespeitos e abusos tomam proporções assustadoras quando cometidos com a aquiescência do grupo familiar. Nosso planeta corre um sério risco, enquanto se gerar filhos sem a verdadeira noção do que seja respeito. Depende de todos nós mudarmos o caminho dessa história!
Será que Platão tinha razão?
Edison Borba

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