terça-feira, 6 de dezembro de 2011

MANIA DE MALTRATAR

Não sei como funciona  nos outros países. Não sei como os serviços públicos são realizados nos Estado Unidos, Alemanha, Inglaterra, Portugal, Rússia, Argentina, Canadá, Equador, Austrália ou na Croácia, sou brasileiro e moro no Rio de Janeiro. Conheço meu país de norte a sul e de leste a oeste. Tive o privilégio de viajar como professor por todos os estados brasileiros e infelizmente pude ver de perto como a mania de maltratar é uma constante nos nossos serviços públicos. Diariamente assistimos o mau atendimento sofrido pelo povo, principalmente aos que são classificados como pertencentes às classes menos favorecidas. Povo oprimindo povo. Trabalhador contra trabalhador. Há uma síndrome da opressão pela opressão.
O motorista para o ônibus fora do ponto, fazendo com que as pessoas tenham que correr para embarcar, ou então passando direto fazendo com que outros cidadãos percam a hora do trabalho.
Foi comovente ver nos noticiários o caso de uma senhora com mais de oitenta anos, que teve o seu benefício de aposentada suspenso, por ter sido considerada morta. Após cinco meses buscando provar que está viva, o serviço especializado ainda não conseguiu perceber que esta senhora  está respirando, com o coração batendo e dando entrevista para os meios de comunicação. Ao procurar o serviço de atendimento, foi tratada de forma indelicada.
Outro brasileiro passou quase vinte anos numa prisão, por falta de atenção dos juízes, tentando provar a sua inocência, quando consegue fazê-lo e  após lutar para receber indenização do estado, morreu de infarto.
Criança com pneumonia é diagnosticada como portadora de catapora. Morre após receber a medicação errada, dada por uma médica, cujo atendimento num posto público de saúde durou menos de cinco minutos.
Como consolar os pais de uma criança, cuja morte foi ocasionada pela aplicação de leite na veia do bebê.
O que dizer para cidadãos que ficam horas e horas nas filas para marcação de consultas médicas que só acontecerão após meses de espera.
Todos os dias homens e mulheres perdem horas de suas vidas pelos atrasos dos veículos públicos de locomoção.
Nossas redes de esgoto ainda são precárias e nossas praias continuam a ser poluídas por detritos. As leis de proteção ambiental continuam apenas no papel. Avançamos muito pouco nesse campo.
Leis que são desrespeitadas, numa sequência interminável de desmandos.
Não sei como vivem os habitantes de outros países, acredito até que o Brasil não esteja no fim da fila daqueles cuja população paga pelas administrações públicas incompetentes, mas na minha Terra Natal, ainda temos muito  que melhorar.
Somos um dos países que mais cobra impostos de seu povo!
Está chegando o período das chuvas e o entulho das enchentes que aconteceram em 2010, ainda não foram totalmente removidos. Dinheiro público; que serviria para socorrer as vítimas sumiram dos cofres do governo.
O número de mortos por armas de fogo ainda é muito alto. Vítimas de acidente aumentou bastante nos últimos meses. Os dados estatísticos não são confiáveis permanecendo dúvidas quanto ao que é publicado pelas estatísticas.
O que leva a esse comportamento? Será algum gene deletério que acionado pelo ambiente, faz com que a falta de respeito esteja em alta em todo território brasileiro?
Amo meu país! Sei das qualidades do meu povo. Mas ultimamente estamos numa situação em que ou nos revoltamos, ou nos tornamos inertes ou enfartamos de tanta indignação.
Com a chegada de um novo ano, reacende as esperanças de dias melhores.
Eu continuo acreditando na força brasileira em derrotar o mosquito da dengue. Apesar das próprias autoridades apregoarem que há grandes riscos de epidemia.
Eu acredito que advogados não irão fazer conexão do traficante preso com o as comunidades.
Eu acredito que a alegria que do nosso carnaval será uma constante nos 365 dias de 2012.
Eu acredito!
Edison Borba

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