segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

POBRE MENINO RICO

Talento é uma característica inata. Provavelmente está contida no código genético e quando o meio ambiente propicia a sua manifestação, surgem os “gênios”. Provavelmente, essa seja a explicação para os fenômenos na pintura, cinema, literatura, esportes, medicina, física e tantas outras áreas em que os seres humanos, tem a possibilidade de demonstrar os seus potenciais.
Como explicar  Leonardo da Vince, Michelangelo, Tarsila do Amaral, Maria Callas, Felini, Guga, Saramago, Senna entre tantos e tantas personalidades que o mundo conheceu e idolatrou?

Possuir essa marca ou dom coloca o seu “possuidor” numa linha tênue, entre vitórias e derrotas. A história está repleta de personagens, cujas estrelas brilharam tanto, que eles acabaram ofuscados pela própria luz.
Temos exemplos no mundo dos esportes, artes, música, dança e literatura, que foram consumidos pelo sucesso e pela fama.

Deve ser muito complexo, se tornar herói ou heroína em pouco tempo. A falta de amadurecimento emocional é uma arma apontada contra o próprio coração. Em poucos anos pessoas se tornam célebres e, a partir da fama ganham amigos aos milhares e amores em proporções gigantescas. Patinhos feios, sapos, gatas borralheiras são transformados em príncipes e princesas num piscar de olhos.
Como não ceder ao brilho dos refletores, ao tapete vermelho, as roupas de luxo, carros e lanchas além de se tornarem amigos  de pessoas importantes. Nos  salões, que antes não podiam sequer cruzar a porta principal,  são recebidos com pompas e circunstâncias.

Deixando de lado a linha do tempo, e lembrando apenas de algumas décadas, não tão distantes do nosso século,  podemos encontrar James Dean, Marilyn Monroe, Amy  Winehouse, Garrincha, Liza Minelli, Michael Jackson, Elvys Presley, Janis Joplin entre tantos outros que sofreram amargamente pela imaturidade emocional e por não saberem administrar a convivência com “abutres” que sobrevivem através da fama alheia.
Usados pela mídia, foram endeusados e massacrados, conforme a conveniência de seus “tutores”. Todo “ídolo” não sobrevive sem uma enorme corte de homens e mulheres, sedentos por algumas moedas a mais em seus bolsos.

O menino de ouro, de cabelo espetado, posando para comercial de cuecas, menino pai, endeusado por milhares de admiradores está andando  no fio da navalha.

Em poucos anos se tornou célebre por seu talento; e isso ele tem mesmo! Porém, a cada dia o vemos mais e mais aparecendo em situações incompatíveis com a sua idade e o seu amadurecimento emocional. Que pena!

Vê-lo mergulhado entre “amigos” e “amantes” em iates e festas é constrangedor.

Quantas “bocas” se alimentam de seus gols, dribles e topete? Quantos amigos o ajudam a se manter no topo do pódio para usufruir dessa condição? Quantos  fingem amá-lo?

São tantos parasitas que não há como calcular.

Pobre menino rico, ao perder a disputa para a indicação da Bola de Ouro, talvez seja um benefício para o seu amadurecimento. Que ele consiga aproveitar o fato de ainda não ser indicado para disputar a vaga de melhor do mundo, para refletir sobre a sua atual vida. Selecionar amigos e amantes. Buscar junto ao  passado, orientações para que o seu futuro seja realmente promissor e não tenha um final semelhante ao de tantos outros famosos.

Edison Borba

Nenhum comentário:

Postar um comentário