domingo, 3 de junho de 2018

SONATA PARA A MORTE.


(por) Edison Borba







Quando ela chega, não marca lugar e nem hora
Ela simplesmente, chega!
Numa cama de hospital, num leito de rio, no asfalto da avenida
Ela simplesmente chega!
Seja um doutor ou trabalhador  
Um pessimista ou o otimista
Um sacerdote ou artista. Ela é implacável
Chega para o homem e também para a mulher
Ela não tem preconceito e nem respeito
Carrega crianças, jovens e todos os seus sonhos
Apaga rostos risonhos ...
Ela leva os vaidosos, os orgulhosos e os pretenciosos
Ela chega na hora do café, após o almoço ou durante o jantar
Ela não marca hora! Aparece quando nem se espera!
Não costuma avisar nem fazer ruído ...
É como navalha que corta fundo para não cicatrizar
Seu ofício é matar sem perguntar
Há sempre muito para ela fazer,
Seu trabalho lhe dá prazer. É como ouvir uma sonata
Inicia com o alegro, segue em adágio
Finalizando com um rápido e último movimento.
Que chorem os que ficam! Com seus lamentos e gritos
Ninguém precisa reclamar, porque um dia ela os virá buscar!

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