terça-feira, 20 de novembro de 2012

MORTE DE FILHO


Abraçada ao filho morto
A mulher chora
Tudo ao seu redor é tristeza
Dor e tormento
Aquele a quem deu a vida
Agora morre em seu colo
Ela inerte
Ele dorme
Ela chora
Ele não ouve
Suas lágrimas molham o rosto
Do  filho
Somente ela pode sofrer
Dor tão intensa
Somente ele pode dormir
Tão docemente
Ela seguirá vivendo
Ele renascerá na lembrança solitária
Em  noites vazias
Numa espera sem volta
Na saudade
Encontrará alento
Sua imensa dor se confundirá com o amor
De quem pariu e perdeu
Parte do  corpo e da alma
No instante da morte
A mutilada vida segue
Cambaleante e firme
Rumo a um destino
De mãe que viu morrer o filho.

Edison Borba

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