terça-feira, 1 de maio de 2018

UM CORPO QUE CAI!

(por) EDISON BORBA

Labaredas, fumaça, fogo, vento, gritos e morte
Crianças, mulheres e homens correm como formigas
São gente? Gente? Como? São gente como a gente!
Moravam no edifício! São invasores! Favelados?
Não! São apenas segregados!
Muitos estavam desempregados
Eles moravam empilhados, espremidos, humilhados
E o incêndio? Foi ao acaso! Foi combustão!
Havia muito papelão, fios, madeira e sonhos ...
Tudo foi queimado e pelo vento levado ...
Tem fumaça dançando no ar ...
Gente chorando as perdas
Nada restou, apenas devastação
Desilusão e solidão
No ar, além da fumaça, das labaredas e fogo
Ouviu-se um grito de dor
Era um morador ... trabalhador ...
Tentou salvar os vizinhos, correu entre as chamas
Driblou o fogo, deslizou pela fumaça
Cumpriu seu papel como herói
Caiu abraçando seu prédio, sua casa,
Seus sonhos ... seu lar
Seu nome sairá nos jornais, revistas e noticiários
Mas logo será esquecido e ninguém irá lembrar
É mais um brasileiro, que teremos para enterrar!
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