quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

A CIDADE DOS ZUMBIS

A indústria do cinema há muito tempo, produz filmes sobre zumbis, mortos vivos, vampiros e outras formas de seres. Algumas produções chegaram a grandes bilheterias, outras atendem apenas aos fãs de histórias de terror.
Esse tipo de filme além de lotar as salas, leva as plateias a grandes sustos. Namorados espertos convidam  suas amadas para se deleitarem com essas  películas. Suas frágeis “donzelas” apavoradas com as cenas procuram nos braços do amor, segurança e aconchego.
Terminada a sessão, as luzes do cinema se acendem e tudo volta à realidade, onde esses seres não existem. É hora da pipoca, refrigerante e a volta tranquila para casa. Os letreiros se apagam e apenas no próximo domingo os esquisitos seres do outro mundo voltarão a viver, apenas nas telas, para a tranquilidade dos espectadores.
Ledo engano! Infelizmente esses “monstros” escaparam das telas e sob a ação de uma substância poderosa, conhecida como crack,  ganhou uma “espécie” de vida e agora habitam as calçadas da cidade do Rio de Janeiro.
Não precisamos mais buscar nas escuras salas dos cinemas, pagarmos ingresso para termos contato com os mortos vivos ou zumbis. Um dos maiores cenários desse triste espetáculo está montado na avenida Brasil. Diversos pontos de filmagens estão lotados de atores e atrizes deste apavorante espetáculo. Homens, mulheres (algumas grávidas), adolescentes e até crianças compõem o grande cast de uma produção, que poderá ganhar o maior prêmio do cinema, o Oscar.
As cenas são dantescas. Nem o produtor do Titanic, ousou filmar momentos de tanta emoção. Os atores trabalham em grupos ou isoladamente.  Alguns se deslocam de um lado para o outro enlouquecidamente. Outros dormem nas calçadas, parte importante do cenário, que é ornamentado  pelo lixo. Garrafas, papéis, panos, móveis velhos, latas e tudo que a sociedade rejeitou, é usado para compor as cenas. E para aumentar a tensão, alguns atores se lançam entre os automóveis, caminhões e ônibus que trafegam pela via e num malabarismo incrível atravessam de um lado para outro, numa triste exibição de loucura.
A cidade dos Zumbis está em exibição em diversas outras avenidas, ruas, bairros e comunidades. O número de atores aumenta diariamente. Não há nenhuma exigência quanto a sexo, idade ou posição social. Os produtores deste tipo de história abrem espaço para os interessados, que após a primeira cena, são batizados como viciados.
Em virtude de reclamações de alguns segmentos sociais, a censura entrou em campo, exigindo a retirada do espetáculo de cena. Usando de agentes especializados, recolheu alguns atores e atrizes do palco. Existe a promessa de tirá-los do amadorismo e interná-los em lugares que os transformarão em atores dignos para outros papéis.
Lamentavelmente essas tristes cenas acontecem diariamente. É lamentável sabermos que será muito difícil interromper esse tipo de espetáculo. Enquanto uma indústria poderosa e clandestina estiver bancando a produção do produto estimulador, mais e mais atores dessa barbaridade chegarão aos sujos palcos da vida.
Enquanto isso, alguns teóricos, analisam o que se deve fazer: Prender? Tratar? Internar? Por vontade própria ou por repressão? Ninguém sabe com certeza o que fazer com tantos atores e atrizes dessa triste comédia social.
Que Deus OS e NOS  proteja! Amém!
Edison Borba

 

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