segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

CAMAROTE, SEMPRE HAVERÁ UM.

          Durante os grandes acontecimentos, a distribuição do povo, obedece ao critério do valor cobrado pelo ingresso. Plateia, balcão, lateral, camarotes, galerias entre outros espaços. Alguns observadores afirmam que a animação é inversamente proporcional ao valor pago para assistir ao espetáculo. Quanto mais caro, menos animado, ou menos participativo, ou menos alegre, ou menos integrado, ou menos sei lá o que.
Quase sempre essa observação é verdadeira. A galera da galeria, geralmente, é a mais animada. Cantam, dançam, fazem movimentos corporais, se integram e se entregam ao espetáculo. Provavelmente, por não estar preocupada com os olhares dos fotógrafos e colunistas ou provavelmente apenas porque foram realmente assistir ao show, e não se apresentarem tirando proveito do espaço que o espetáculo propicia.
Essa situação pode ser observada durante o desfile das Escolas de Samba aqui no Rio de Janeiro, ou em outros lugares onde acontece o carnaval.  
O povão das arquibancadas mais baratas faz um show. Canta e dança com as agremiações carnavalescas. Não existe caras e bocas com sorrisos forçados,  existe caras e bocas alegres e felizes com o samba na ponta da língua e muita animação sem afetação. Quando os jornais publicam alguma foto do povão, podemos constatar a alegria e felicidade por estar ali naquele momento.
Porém, quando fazemos uma leitura das fotos dos camarotes, podemos ler, com algumas exceções, bocas forçadas, caras maquiadas, beijos fotográficos e muita vontade de estar em outro local, mas o dever social tem que ser cumprido.
É um bom divertimento olhar com calma e se possível com uma lupa, os sorrisos das celebridades. Alguns são tão forçados que até se parecem com máscaras de alguma fantasia. Os beijos são usados como chamariz para fotógrafos. Temos a impressão que o casal combina e ficam atentos para a aproximação do profissional da imprensa, para colarem as bocas.
Outro capítulo são as roupas, escolhidas  para causar impacto. Curtas, decotadas, justas, com brilho e com tudo que possa atrair as lentes das câmeras.
E o ponto alto do espetáculo fica para as entrevistas. Essas são de matar de chorar ou de rir. O que diz nas entrevistas feitas nos camarotes pode compor um bestiário nacional.
É carnaval e o que vale é a festa! Com máscara ou sem máscara são dias de alegria e se possível de felicidade.
            Vamos cair no samba, no frevo, no maracatu, no afoxé e seguir pela avenida!
Edison Borba

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