Domingo
de sol morno e preguiçoso. Um dia como qualquer outro da primavera. Algumas flores
começam a surgir por entre o verde, uma brisa suave toca nossa pele dando os
primeiros sinais da nova estação.
Um
final de semana sem chuva, deixando evidente o dito popular que “depois da
tempestade vem a bonança”.
Mais
um início de semana do mês de setembro. Tudo seria semelhante, não fosse à
viagem de uma mulher iluminada e loura. Ela seria iluminada mesmo que não
usasse ouro em seus cabelos. Ela, como tantos outros queridos resolveu partir.
Sorriso
franco, alegria de viver e muito riso. Era capaz de nos oferecer de presente as
mais lindas gargalhadas, mas também era capaz de analisar assuntos sérios e se
transformar numa brasileira combativa. Não tinha “papas na língua”. Soltava o
verbo da mesma forma que sabia soltar a voz e interpretar lindas canções. Uma
gracinha de pessoa. Linda de viver!
Mulher
dourada, sempre lindamente vestida e ousando com as joias. O mais lindo colar
de esmeraldas não ofuscava o seu brilho.
Essa
era Hebe Camargo, de quem eu guardo uma foto autografada, que recebi pelos
correios há muitos anos. Eu um adolescente e admirador, escrevi para essa
rainha e recebi sua foto em preto e branco. Sobre a imagem uma dedicatória: “Para
o Edison com carinho da Hebe”.
Quantos
anos, guardo esse mimo, entre as páginas
de meus livros. Quantos anos acompanhando a trajetória dessa deusa loura.
Para
ela tudo era possível: cantar, dançar, fazer rir, fazer pensar e aconselhar.
Dona de uma grande criatividade ousava nos figurinos. Nenhum estilista saberá
definir as suas escolhas. Talvez uma “perua” assumida que sabia encantar a
todos que tiveram o prazer de vê-la e ouvi-la. Mulher ousada, não se preocupava
com gafes ou erros. Sua meta era o seu público. Alegrar, informar e transmitir
amor.
Ficou
conhecida pelos “selinhos”. Beijos rápidos e distribuídos sem nenhum
preconceito. Homens e mulheres de qualquer raça ou religião. Simples cidadãos
ou grandes empresários. Artistas famosos ou iniciantes. Todos ganhavam selinhos
como prova de amor.
Hoje,
neste domingo de sol, fico a pensar quem poderá distribuir esses selinhos?
Quem
poderá brilhar como a Hebe?
Quem
nos fará sonhar e pensar num mundo de brilho e felicidade?
Quem
ousará gargalhar e distribuir rosas sem nenhum preconceito?
Obrigado
a Hebe Camargo pela foto autografada e obrigado pelo carinho e felicidade que
soube distribuir através de abraços, gargalhadas e selinhos.
Hoje a noite haverá
em nosso céu mais uma estrela. É a nossa querida Hebe.
Edison Borba
Justa homenagem a nossa grande Diva. Parabéns Professor e amigo Edison
ResponderExcluirBOA TARDE
ResponderExcluirEra uma tarde de primavera do último domingo do mês de setembro do ano de 2012. Ainda pensando nas notícias que havia lido no jornal eletrônico (UOL), abri meus emails e entre muitas mensagens, encontrei uma em especial, que me fez lembrar um amigo. Um cara falante, parecido com o grilo, companheiro do Pinóquio. Uma pessoa que jamais esquecerei.
Especialmente nesse dia, ele deixou comentários sobre a morte da artista Hebe Camargo. Da mesma forma como o fizeram muitas pessoas, ele também expressou, da sua maneira o sentimento que esse fato trouxe para ele. Sem ser cafona, ele expressou a sua dor, tirando do armário, sentimentos e lembranças, como uma foto que ele chamou de “mimo”.
Lendo aquele texto, mais uma vez tive orgulho desse amigo ( meu fiel escudeiro) e pude mergulhar em lembranças do passado que se tornam presentes quando folheamos páginas do álbum das nossas vidas.
Nessa tarde de domingo passei a limpo minha vida e pude lembrar amigos ausentes, que se tornam presentes nas lembranças e quando olhamos para céu admirando as estrelas. Pessoas com quem compartilhamos confidências, alegrias, tristezas e bons momentos de descontração. Quantos risos e até gargalhadas, ecoaram pelas noites regadas a vinho na varanda da minha casa.
O tempo passa e novos amigos conquistados vão se somando as lembranças daqueles que se foram. Alegres e bons momentos surgirão, enquanto estivermos aqui na terra cumprindo um tempo indeterminável.
Após desatar alguns nós do meu coração, através das recordações, quero deixar registrado o quanto é importante para mim, eternizar as amizades.
Parabenizo, meu amigo escritor, que ainda irá nos proporcionar belas tardes de domingos, com seus textos, como esse de setembro de 2012, “findável” ano que ao terminar, abre espaço para mais surpresas.
Eternamente amigos! Luiz Maynart